segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Homilia: a Revelação pela comunicação


 Por Ir. Thiago Cristino, FMI
Estudante de Teologia

De acordo com a Sacrosanctum Concilium (SC), nn. 10, 24, 35 e 52 a Palavra de Deus tem lugar reservado na Liturgia católica, cume e ápice de toda ação da Igreja. Deus está presente também na sua Palavra comunicada a nós ao longo dos tempos, cuja plenitude, dá-se na encarnação do Verbo feito homem, nascido de mulher[1]. Por meio de sua Palavra, Deus dá-se a conhecer a Si mesmo à humanidade e entra em comunhão com ela.
Não obstante, frequentemente é possível ouvir homilias feitas de forma, senão errôneas, no mínimo equivocadas por parte de alguns homiliastas. Por isso, “quanto mais preparado estiver o que exerce o ministério em favor da comunidade, tanto mais será permitida a presença santificadora do Espírito Santo de Deus”[2]. Para isso uma reciclagem faz-se necessária em nível bíblico, teológico, espiritual, vivencial e técnica, bem como uma renovação da linguagem da liturgia[3].

1. A comunicação litúrgica

A palavra comunicação em latim tem como verbetes mais usados: comunicatio, comunicare, communio e todos tem um mesmo fim, isto é, ‘pôr em comum, partilhar, comunhão’. A comunicação expressa a singularidade e a riqueza do homem e da mulher. É, portanto, Dom de Deus, “Uno e Trino, exemplo de comunhão plena, fruto da comunicação perfeita que se dá entro o Pai, o Filho e o Espírito Santo, comunidade de amor” [4].
Neste sentido a homilia pretende ser uma ‘extensão’ da Palavra de Deus, ou seja, a Palavra de Deus precisa ser comunicada de tal forma que não perca sua força e originalidade. Tal ônus é confiado, primeiramente, aos ministros ordenados[5] e não deve ser omitida, pois faz parte do conjunto harmonioso que é toda a celebração e como tal não deve ser dividida em parte como se fosse uma mais importante que a outra.
Por homilia podemos entender, uma conversa familiar (daqui advém a importância de ser pronunciada pelo pastor, pois ele conhece a necessidade do seu rebanho) que penetra o coração de quem ouve, abre os olhos e inquieta todo aquele que pertence a Jesus Cristo, em vista de uma prática pessoal que é refletida no seio da comunidade, dando testemunho de reino de Deus e sua justiça[6].
A homilia serve para “encorajar, animar, exortar e consolar” (At 13, 14-42) e não tanto para dar lições de moral ou ensino sistematizado numa área da Teologia, por exemplo. Urge que os ministros encontrem o tom certo para que a conversa familiar seja fecunda, pois ainda os sacramentos tenham sua força própria (ex opere operato), a abundância da Graça depende em medida não desprezível da qualidade comunicadora do ministro.
Frei Beckhäuser[7] reflete sobre sete características fundamentais da homilia.
a)      O caráter memorial: “é o momento do confronto entre a Palavra proclamada, no contexto do mistério celebrado e a vida do Cristão”[8];
b)      O caráter contemplativo orante: deve atingir o coração dos fiéis e levá-los ao encontro pessoal com o mistério que se celebra (DAp. nn. 226; 249; 319);
c)      O caráter eucarístico: deve estar ligada à Eucaristia (enquanto ação de graças). É momento de dar graças a Deus pela Libertação (Salvação) de Deus na vida do seu povo e na história;
d)       O caráter pascal: deve ter como referência o maior mistério da fé Cristã: a Páscoa de Cristo, por meio da qual fomos Salvos. Na Páscoa de Cristo, se dá a nossa páscoa (membros de Cristo);
e)      O caráter narrativo: deve-se diferenciar da catequese, propriamente dita, não havendo necessidade de expor ou defender verdades relacionadas à fé. Assim, a narração (da ceia) deve visar a celebração dos mistérios de Cristo;
f)       O caráter trinitário: “Liturgia é opus Trinitatis (obra da Trindade), isto é, o Pai revela o Filho que envia o Espírito. O Espírito faz conhecer melhor o Filho (Verdade, Vida e Caminho) que conduz ao Pai. A ação do Deus-Trino deve ser exemplo e ânimo para aquele que celebram a Ceia Eucarística na busca por ligar fé e vida, a fim de que a realidade seja transformada na unidade.
Assim, temos na homilia a comunicação da Salvação revelada a nós. É um momento no qual adentramos de maneira mais profunda nos mistérios da nossa Salvação em Cristo Jesus, Nosso Senhor, o que não significa dizer que a homilia não tenha uma finalidade catequética, como afirma o Papa Bento XVI no nº 46 da Exortação Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis. Haja vista que “os que se reúnem para participar da ceia do Senhor vêm porque já creem no Cristo, já foram iniciados na vida cristã pela catequese”[9].
O mistério que celebramos, segundo Ione Buyst no livro Homilia; partilha da Palavra, trata-se da “Pessoa de Jesus Cristo, sua missão, sua vida, morte-ressurreição, o derramamento do Espírito, a vinda gloriosa no fim dos tempos, Reino de Deus, nossa comunhão com o Pai, por Cristo com Cristo e em Cristo no Espírito”[10].


Bibliografias

BECKHÄUSER, Alberto. Comunicação homilética. In: Comunicação litúrgica; presidência , homilia, meios eletrônicos. Petrópolis:  Vozes, 2003. pp. 35-84.

BUYST, Ione. Homilia; partilha da Palavra. São Paulo: Paulinas, 2001.

Concílio Vaticano II – Sacrosanctum Concilium - SC

CNBB. Comunicação pela homilia. Projeto Nacional de Evangelização “Queremos ver Jesus: caminho, verdade e vida”, Brasília: Edições CNBB, 2007, nº 41.

Exortação Pós- Sinodal - Sacramentum Caritatis - SC

V CEALM – Documento de Aparecida – DAp.


[1] Cf. Hb 1,1-4; Ef 1,9.
[2] CNBB, 2007, p. 10.
[3] CNBB, Igreja e comunicação rumo ao novo milênio; conclusões e compromissos. São Paulo, Paulinas, 1997. pp. 14-15.
[4] CNBB, 2007, p. 9.
[5] SC, n. 52.
[6] Cf. Mt 6,33.
[7] BECKHÄUSER, 2003. pp. 35-84.
[8] Ibid.
[9] Ibid.
[10] BUYST, op. cit., p.13.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Agosto: mês vocacional

Minha avó paterna sempre contava que meu pai, quando pequeno, queria ser padre. Chegando o dia da despedida dois cavalos esperavam o vocacionado de malas prontas, para ir ao seminário. As vizinhas se reuniram para ajudar no que fosse necessário.
Meu pai ficou apavorado com as preocupações das mulheres: Se o menino adoecer, quem será por ele? E se ficar com saudades, poderá voltar para casa? No Seminário, quem vai fazer de pai e de mãe? Não vai viver sozinho, como cachorro sem dono? Será que se acostuma à comida feita em grande quantidade, como aos soldados no quartel? E assim por diante.
Quando chegou a hora de partir, meu pai já estava escondido no mato e só voltou para casa na escuridão da noite. Assim não ficou padre. Mas sempre se dedicou à comunidade e às vocações sacerdotais e religiosas.
Aliás, vocação naquele tempo, era sinônimo de padre, irmã religiosa e irmão religioso. Foi o Concílio Ecumênico Vaticano II que mudou a mentalidade. Meu pai ficaria admirado se lesse a orientação sobre o “Mês Vocacional”, no Diretório da Liturgia de 2010. O mês de agosto, conforme o costume da Igreja no Brasil, é dedicado à oração, reflexão e ação nas comunidades sobre o tema das vocações. Por isso, lembra-se:
  • 1ª semana: vocação para ministério ordenado: diáconos, padres e bispos;
  • 2ª semana: vocação para a vida em família (atenção especial aos pais);
  • 3ª semana: vocação para a vida consagrada: religiosos(as) e consagrados(as) seculares;
  •  4ª semana: vocação para os ministérios e serviços na comunidade.
Muito oportuna a admoestação do apóstolo Pedro a todas as vocações: “Por isso, irmãos, esforçai-vos por consolidar vossa vocação e eleição. Se agirdes assim, não tropeçareis” (2 Pd 1, 10).
E o apóstolo Paulo, depois de chamar a atenção de que “cada um de nós recebeu a graça na medida do dom de Cristo, explica: “A uns nomeou apóstolos, a outros profetas, evangelistas, pastores e mestres para a formação dos consagrados na obra confiada, para construir o corpo de Cristo” (Ef 4, 11-12).
Aproveitemos o “Mês Vocacional” para refletir sobre as diversas vocações na Igreja, apoiar as pessoas vocacionadas e orar pela sua perseverança.
Dom Aloísio Sinésio Bohn

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

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Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.