quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Humanae Vitae: muito além da pílula



No dia  23 de abril de 1960 – portanto, há exatos 50 anos atrás -  a pílula anticoncepcional recebia a permissão para ser receitada, distribuída e vendida explicitamente como anticoncepcional oral nos Estados Unidos. Começava uma “revolução” que incidiria nos anos seguintes na vida de milhões de mulheres de todo o mundo, e através delas nos homens, nas famílias e nas sociedades de todas as nações.
Qual era a grande novidade trazida pelo pequeno comprimido que, engolido por milhares e milhões de mulheres, passou a ser o símbolo de uma “libertação”?  Libertação da vinculação necessária do exercício da sexualidade com a possibilidade de uma nova gravidez.  Libertação do desejo e da satisfação sexual pessoal de suas concretas conseqüências, no caso, um filho não planejado nem desejado.  Libertação, em certo sentido, da corporeidade feminina com relação à masculina, já que agora as mulheres não estariam mais sujeitas a conseqüências de suas relações sexuais, tais como sempre o haviam sido os homens.
Era o fim de uma ditadura que dizia que “em homem nada pega”, “o homem é polígamo por natureza” e por outro lado confinava as moças “de família” a uma excessiva proteção ou mesmo confinamento, já que uma prematura ou indesejada gravidez ainda solteiras poderia expô-las à execração pública, e condená-las a uma vida de solidão, sem marido e sem respeitabilidade. Com a pílula, as mulheres poderiam enfim tomar as rédeas de sua vida sexual e decidir com quem, quando e em que circunstâncias desejariam que seus ventres ficassem grávidos de filhos queridos, planejados, desejados.
A Encíclica “Humanae Vitae”, do Papa Paulo VI, documento que trata justamente da concepção e contracepção da vida humana, lançado já dois anos antes da liberação da pílula anticoncepcional, em 1968 ficou conhecida como a “encíclica da pílula”.  Justamente por se posicionar contra a mesma antes mesmo de sua liberação, mas já a prevendo.
A nosso ver, isso é uma injustiça.  Na “Humanae Vitae” há muito mais que uma condenação da pílula.  Há, isso sim, uma profunda e bela reflexão sobre a vida humana em sua totalidade e integralidade.  O documento papal se move e se expressa dentro da dinâmica que permeia toda a revelação e a teologia que dela é reflexão: a dinâmica do dom.
Se há algo central para a fé cristã, trata-se do fato de que tudo é - primordial e inalienavelmente, - dom de Deus.  A economia da fé e da salvação cristãs é, pois, uma economia do dom, e não uma economia de domínio e de poder, onde a indústria humana é quem toma as decisões fundamentais sobre algo que não produziu nem pode produzir, mas que é dado por Deus.  O ser humano se define por ser alguém que é paciente mesmo quando agente. Portanto, criado em liberdade, percebe não poder produzir-se a si mesmo, dar-se a si mesmo o ser.  Tem que recebê-lo de outro.
Esta recepção gratuita e amorosa não invade nem desrespeita sua liberdade, mas inversamente, pede sua colaboração e sua ativa participação.  Assim é que o ser humano, homem ou mulher, é chamado a conduzir a história na direção que o Senhor lhe mostra como sendo a de sua plena realização.  Como segurança e garantia nada mais do que as palavras que Abraão escutou e, na sua esteira, todos os homens e mulheres que fizeram na história a bela e transcendental experiência da fé: “Eu estarei contigo”.
O documento que se posiciona contra a pílula anticoncepcional por ser um método artificial de evitar a gravidez é o mesmo que estimula os casais cristãos e católicos a exercerem a paternidade e maternidade responsável.  Ou seja, sabe o Papa e o magistério da Igreja que a vida moderna não permite que se deixe acontecer a prole sem um planejamento responsável, maduro, refletido e assumido conjugal e comunitariamente, na oração, no discernimento e na escuta da comunidade eclesial.
Contra que está a Igreja ao se declarar contra a pílula, então?
1. Está contra a invectiva de reduzir a natalidade – tentação diabolicamente neo-malthusiana – pela qual os países ricos querem penalizar os países pobres para poder usufruir mais e mais impunemente de suas riquezas e ter que reparti-las com menos pessoas.
2. Está contra uma paternidade e maternidade que se auto-constituam em juízes únicos e absolutos da prole que pretendem ter.  Embora reconhecendo explicitamente o direito que os cônjuges têm de “ em relação às condições físicas, econômicas, psicológicas e sociais, ... fazer crescer uma família numerosa, como com a decisão, tomada por motivos graves e com respeito pela lei moral, de evitar temporariamente, ou mesmo por tempo indeterminado, um novo nascimento. “ (n. 10).
3. Está contra uma utilização irresponsável de meios artificiais que tornem infecundo o ato conjugal e abram por aí uma porta a outras medidas como o aborto ou a esterilização involuntária de mulheres como acontece ou tem acontecido por parte de organizações privadas ou públicas e até mesmo de governos irresponsáveis (cf. o que diz a encíclica no n. 17).
4. Está contra recomendar o uso (há cinquenta anos atrás) de um recurso químico recente, do qual ainda não se sabiam nem conheciam as conseqüências.  A equipe de peritos convocada já por João XXIII em 1963 e que por sete anos trabalhou com ele e com seu sucessor Paulo VI não tinha nenhuma certeza sobre as conseqüências que a pílula poderia trazer ao corpo da mulher ou aos filhos que ela viesse a gerar após ingerir a pílula.
A favor de que está então o Papa ao escrever a Humanae Vitae?
1.  Em primeiro lugar e inegavelmente, podemos afirmar que está a favor da vida.  E isso pode ser sentido desde o primeiro parágrafo até o último do texto pontifício.  Sua única preocupação é proteger e preservar a vida em sua sacralidade e sua beleza, tal como a deseja e a concebeu o Criador.
2.  Em segundo lugar, quer proteger a instituição do matrimonio cristão.  Quer colocar bem altos seus ideais, suas finalidades, seus objetivos.  Quer reafirmar a beleza da união entre o homem e a mulher no matrimonio e apontar para o fato de que esta união tem finalidades mais altas do que simplesmente o prazer imediato e a satisfação de necessidades biológicas.
3.  Quer reforçar a responsabilidade e o dever gravíssimos que implica o fato de ter filhos e gerar novas vidas.  Trata-se de uma participação direta na obra do Criador, portanto algo que fala alto sobre a criação do ser humano à sua imagem e semelhança.
Finalmente, gostaríamos de ressaltar o grande benefício que significou para a humanidade  a descoberta da pílula anticoncepcional.  Evitou certamente a morte de milhares e mesmo milhões de mulheres que sem ela estariam irremediavelmente condenadas à morte por partos sucessivos ou inevitáveis ou ao aborto muitas vezes feitos em condições inadequadas e por isso mesmo também e igualmente mortais.
Hoje, com a distância histórica de cinqüenta anos, é possível ver que a produção dos anticoncepcionais também avançou.  Há mais cuidado por parte dos médicos ao receitar pílulas a suas pacientes e por parte destas em tomá-los.  Há várias mulheres que preferem outros métodos para evitar a gravidez, sem química, sem interferência direta em seu organismo.
Porque não se pode esquecer, sobretudo quando se é mulher, que ao fazer a tão temida mamografia, exame doloroso e atemorizador para rastrear e agarrar precocemente o câncer de mama, uma das primeiras perguntas que ouvimos por parte do radiologista é esta: “Toma ou tomou pílula anticoncepcional”?
O Papa Paulo VI e seus assessores não estavam tão errados ao não recomendar a pílula, sobretudo em um momento em que esta apenas iniciava sua trajetória de distribuição ao grande público.  Mesmo se não foi este o motivo principal porque a condenaram.  Eis aí um motivo a mais para não simplificarmos uma reflexão que está longe de ser simples, pois o passar do tempo só faz complexificá-la ainda mais.



Dra. Maria Clara Lucchetti Bingemer
Doutora em Teologia, professora do Departamento de Teologia da PUC-RJ e
Diretora do Centro Loyola de Fé e Cultura.



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O dia "P": 70 anos de presença pavoniana no Brasil!




São 70 anos de história, trabalhando na construção do Reino. Desde quando os primeiros religiosos pavonianos pisaram o solo brasileiro até os dias atuais, vê-se quão grande sinal de Esperança eles se tornaram para as cidades onde os acolheram.

 Celebrar tal data é festejar o Deus da Vida e da história que não abandona o seu povo, e demonstra seu amor com sinais concretos que marcam a vida. Por isso tal sentimento de gratidão faz ecoar dentro de todo coração uma alegria que contagia pelo jeito ser dos pavonianos em terras tupiniquins. 

No dia 11/09 passado evocamos o nascimento do Pe. Pavoni em 


Bréscia, Itália. Ele foi semente de uma vida amorosa e dedicada exclusivamente aos jovens, num tempo marcado por guerras, pestes, orfandade, marginalidade, crise de valores – realidade essa não tão distante da nossa. Sua morte não foi o fim, mas o início de uma Obra ‘ditada pelo céu’, cujo carisma (finalidade) é resgatar com todas as forças e recursos a Dignidade de filhos de Deus e filhos da sociedade, fazendo deles ‘bons cristãos e honestos cidadãos’.

Todavia, esta festividade nunca teria sido concretizada sem a coragem dos primeiros missionários pavonianos oriundos da Itália, que desembarcaram em Vitória-ES no dia 06/03/1941: Pe. Vitor Stringari, José Amigoni e Ir. Miguel Pagani (que atuou no início do CEAL-LP em 1973).



Atualmente muitos missionários italianos mantêm viva a chama que inflamou-lhes o coração, força suficiente que os fez enfrentar inúmeros desafios em terras estrangeiras (que hoje sem dúvida nenhuma são sua segunda Pátria).  A fidelidade na dedicação total a Deus que fizeram deles exemplos de superação e de entrega inteira servindo a tantas crianças,  jovens   e surdos, especialmente os mais pobres dos pobres.

Atualmente no CEAL-LP temos a alegria de ter em nosso meio, dois desses missionários, Pe. José Rinaldi e Ir. Rino Questa, os quais servem com todo amor e carinho essa parcela tão amada por Pe. Pavoni: os surdos. Além disso, fazemos memória do Ir. Domingos Martini que por muitos anos serviu no silêncio e simplicidade esta casa e todos aqueles que dela vieram procurar abrigo.

Uma data especial merece uma comemoração especial. Para tanto, foi pensado num evento desportivo com as seguintes modalidades: natação, queimada, pingue-pongue, totó e futsal, bem como em atividades lúdico-pedagógicas, adaptadas à realidade dos nossos usuários (surdos), que pudessem envolver a todos e marcá-los de maneira positiva no coração de cada criança e jovem surdo, a figura do nosso tão amado e venerado 
Pai Fundador, o Beato Pe. Ludovico Pavoni, amigo das crianças e dos jovens surdos!

Esses festejos são de todos e para todos! São um convite para termos na memória e no coração a dedicação primeira de um homem, Pe. Ludovico Pavoni, que iniciou um trabalho em resgate da dignidade de filhos de Deus e de Cidadãos de muitas crianças e jovens marginalizados na Itália.
Através do exemplo e das obras do Pe. Pavoni muitos se agregaram e se consagraram a Deus para servir aos pequeninos e darem continuidade nesta missão honrosa desenvolvida aqui no Brasil há 70 anos pelos Religiosos Pavonianos.

Roguem a Deus por nós, a Virgem Imaculada, Mãe de Deus e nossa Mãe, e o beato Pe. Ludovico Pavoni que se fez um coração para os jovens! 


Por: Ir. Thiago Cristino, fmi

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Novas nomeações para funções e cargos na Província Pavoniana do Brasil

Pe. Lorenzo Agosti, superior geral dos pavonianos
Congregação religiosa dos Filhos de Maria Imaculada – Pavonianos
Sede operativa da Cúria Geral
Rua Ludovico Pavoni,2 – 21049 TRADATE (Varese)


 Aos Superiores provinciais
do Brasil, Itália e Espanha
Caríssimos,
                comunico a vocês e, por vosso meio, a todas as comunidades da Congregação, a nomeação das Diretorias provinciais, realizada na reunião do Conselho geral dos dias de 14 a 21 de setembro.

PROVÍNCIA DO BRASIL
Superior provincial             pe. Gabriel Crisciotti
Conselheiros provinciais     pe. Domingos Rodrigues Zati, vigário provincial
                                             pe. Renzo Flório, terceiro conselheiro
                                             pe. André Callegari, quarto conselheiro

Moacir Franco, presidente da Câmara Municipal de Pouso Alegre-MG, Pe. Gabriel Crisciotti, superior provincial dos pavonianos e Pe. Nelson Ned,  comunidade da Escola Profissional Delfim Moreira - Pouso Alegre-MG

INSTITUTO DOS FILHOS DE MARIA IMACULADA (Pavonianos)
PROVÍNCIA DO BRASIL
CÚRIA PROVINCIAL           
                                                                     
Leitura do profeta Ageu (Ag 1.2-7)

Isto diz o Senhor dos exércitos: Este povo diz: Ainda não chegou o momento de edificar a casa do Senhor. A palavra do Senhor foi assim dirigida, por intermédio do profeta Ageu: Acaso para vós é tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa está em ruínas? Isto diz o Senhor dos exércitos: Considerai, com todo o coração, a conjuntura que estais passando: tende semeado muito e colhido pouco;tendes vos alimentados e não vos sentis satisfeitos, bebeis e não vos embriagueis; estais vestidos e não vos aqueceis; quem trabalha por salário guarda-o em saco roto. Isto diz o Senhor dos exércitos: Considerai com todo o coração, a difícil conjuntura que estais passando: mas subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; ela me será aceitável, nela me glorificarei, diz o Senhor.

Prezados irmãos,
                paz e bem!
A comunicação dos cargos da Diretoria, Provincial e Conselho provincial, até o próximo Capítulo, chegou nestes dias nos quais a Palavra de Deus proclamada na Celebração Eucarística nos convida a ler a experiência dos israelitas que voltam do exílio e, ao mesmo tempo, a lembrar da parábola de domingo último que tratava dos trabalhadores da vinha.
Hoje ouvimos o profeta Ageu que estimula seus patrícios a reconstruir o Templo, trecho que coloquei na introdução deste escrito. Quero partilhar com vocês a minha reflexão e espero que haja outros que ajudem a aprofundar o texto. O aceno à conjuntura que estais passando é um convite a refletir sobre o momento particular vivenciado: volta das terras do além Eufrates, em grupos, entrada em uma terra sonhada, mas sobre a qual ainda não tinham feito uma experiência de vida, em nome de um Projeto de Deus, ao qual eles querem participar: tornar-se sinal do Deus que mora em Jerusalém (Esd 1,3). A realidade é bem diferente da poesia e dos sonhos. A tentação é pensar cada um em si mesmo e deixar para depois a realização do que motivou esta volta. A construção do Templo se torna para o profeta o símbolo da edificação da nova comunidade.  
Foram escolhidos os novos responsáveis. Como medida de boa educação vale a pena enviar cumprimentos, felicitações: agora a tarefa fica por conta deles.
Talvez, ao contrário, seja a ocasião de fazer um pequeno exame de consciência, porque, às vezes, caímos na tentação de nos interessar das nossas coisas, tempo de morar em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa, a comunidade, está em ruína. Quando trata-se dos nossos interesses somos impacientes, as coisas nunca aparecem serem resolvidas logo; os interesses de Deus, da comunidade, podem esperar. Para a televisão, para a Internet, para o nosso lazer e o nosso descanso sempre existe tempo. É verdade, estas coisas, aos dias de hoje, são também necessárias. Mas se olharmos dentro de nós com sinceridade, diante do Senhor, devemos admitir que nem sempre os motivos proclamados para defesa, são aqueles que nos levam a motivar as nossas escolhas. A falta de comprometimento, o não ter um Projeto de vida claro, o não assumir responsabilidades, com o medo de fracassar.... e aí entra o problema da nossa autoestima, o não querer sujar a camisa além de um certo limite (o que vão dizer depois os outros?), o nosso individualismo que custa em aceitar partilhar com os que chamamos de irmãos. Talvez seja um pouco pessimista, mostrando assim de não querer confiar nas pessoas. Não quero ser moralista. Mas existem escolhas de fundo que condicionam o nosso estilo de vida.
É interessante a constatação feita no final: tende semeado muito e colhido pouco;tendes vos alimentados e não vos sentis satisfeitos,... É bom refletir sobre o nosso comportamento: é uma vida de não verdadeiras satisfações. Não se alcança nem sucesso,nem alegria: falta a coisa mais importante. Não procuramos a motivação do porque somos religiosos: chamados para se envolver num Projeto do Senhor.
            E aqui entra outra reflexão que fiz no domingo. Nós somos os trabalhadores da primeira hora, e, infelizmente, os nossos pensamentos não são como os pensamentos do Senhor, os nossos caminhos não são como os caminhos dele (Is 55,8-9). Exigimos uma posição de privilégio. Talvez nos faltem os conhecimentos do mercador que vende tudo para comprar aquela pérola que encontrou. É a alegria de entrar em um Projeto e de levá-lo a frente com Ele e com os irmãos, sabendo que devemos construí-lo, peça por peça e, às vezes, sem ter o desenho já pronto. É um desafio, é o suportar o cansaço e o calor o dia intero. Os outros não servem para me comparar, mas para ser feliz quando consigo que alguns deles participem da empreitada.
Tudo isto e muito mais, me veio na cabeça nestes dias. Estou preocupado com a Comunidade, a edificação da casa do Senhor.
Prezados irmãos, nestes três anos seremos convidados a trazer madeira e edificar a casa .Não temos outra escolha. É o desafio da proposta de Cristo. Não existe ninho onde a gente possa se acomodar. Ou vamos participar a esta empreitada, que certamente é emocionante, ou, se alguém acha difícil demais e não quer se envolver, é melhor sair e continuar a construir a própria casa revestida de lambris. Devemos encontrar meios para nos encontrar, para superar as arestas, nos alegrar construindo juntos. E os que pegaram de manhã deverão entender e se alegrar com os que chegam depois, basta que aceitem trabalhar, de verdade, na vinha.
Serão os anos nos quais os jovens irão assumir mais diretamente as próprias responsabilidades. Anos em que a colaboração com os da Família pavoniana e com os leigos deverá se tornar essencial para a transmissão do nosso carisma na Igreja e na sociedade. Cuidado em não repetir os erros que, às vezes, encontramos na geração passada e que lastimamos. O poder como serviço: uma área na qual será necessário encontrar medidas de avaliação, as mais objetivas possíveis, sem medo de deixar que o bisturi penetre na própria carne e nos liberte para a vida. Desde já deveremos encontrar oportunidades que nos ajudem a isto.
Somos uma comunidade pequena. Como fazer para aprender a conviver em poucos e, ao mesmo tempo, a experimentar e a estarmos abertos ao encontro com os outros, para construímos fraternidade, mesmo vivendo longe fisicamente?
Tudo isto nos deve levar a aprender a ser livres. Livres para escolher. Mas antes será necessário entender o peso dos valores em jogo e agir com consequência.Teoricamente eu deveria testemunhar um Projeto de Deus no qual estou envolvido junto com os meus irmãos e ao qual deveria estar disposto a condicionar outras escolhas minhas. Faço profissão de acolher uma Regra de Vida: a dos pavonianos. É isto mesmo? Não é possível vivenciar a Comunidade na alegria e no dom se não me envolvo de maneira concreta na rotina diária onde eu vivo, a começar pelo louvor a Deus, ao partilhar na Ceia do Senhor e no encontro da refeição, no recreio, na atividade e nos sonhos.
Mais uma etapa da caminhada. Peço que rezemos juntos para termos a coragem de refletir juntos, de nos encontrarmos, de colocar as mãos na massa, cada um de acordo com as próprias responsabilidades. Os que foram escolhidos para a responsabilidade da Direção, como testemunhas verdadeiras e sinceras, mesmo na fragilidade de cada um. Não vamos desperdiçar esta nova ocasião: Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado;invocai-o, enquanto ele está perto...

Belo Horizonte, 22 de setembro de 2011
                                                                         Pe. Gabriel


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Seminário Institucional “Socializando os Estudos de Verão”


Equipe do Centro Medianeira: Educadores e Religiosos pavonianos 


Por: Ir. Joimar Rodrigues de Jesus, 
Noviço pavoniano 

No dia 16 de setembro de 2011, realizou-se em São Leopoldo – RS, o primeiro seminário Institucional, promovido pelo Centro Medianeira, com o tema: “Socializando os Estudos de Verão”. Foi um projeto que começou a ser pensado ainda em 2010 pela atual Vice-Diretora da Instituição, Meiri Refosco Bottezini, que tinha como objetivo, oportunizar a toda a equipe do Centro Medianeira, um momento para socializar a reflexão e o conhecimento adquiridos através do estudo de bibliografia relacionada ao trabalho sócio assistencial; estudos esses, realizados em momentos destinados à qualificação dos Educadores, durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011.
O seminário teve inicio às 8:30 na sede da Instituição, onde os Religiosos e um leigo da família Pavoniana, animaram os convidados (Família pavoniana, educadores, representantes de ONGs, jornalistas, secretário da SACIS)  e painelistas, com músicas populares.
A abertura dos trabalhos foi feita pelo Pe. Renzo Florio que saudou a todos, pela Presidente do COMDEDICA de São Leopoldo, Sra. Ariane Guedes. Em seguida, Meiri, contextualizou o Projeto Estudos de Verão.  O painel de abertura, feito por Charles Pranke, secretário da SACIS, motivou a todos enfatizando o papel do educador na construção do conhecimento e da cidadania.
Os trabalhos de socialização começaram com os painelistas Ana Bittencourt e Rafael morais, que apresentaram “A águia e a Galinha” de Leonardo Boff.
Nesse primeiro painel, foram bastante enfatizadas as dimensões da águia e da galinha, levando os participantes e refletirem, que a galinha vive sempre do seu cotidiano e enraizada nos antigos hábitos; já a águia é ilimitada, abre novos caminhos e tem a capacidade de se superar sempre nas dificuldades. Por fim, deixaram uma pergunta para ser discutida: com quem você se identifica? Com a águia ou com a galinha?
O segundo ficou por conta das painelistas, Denise Gama e Fernanda Costa, que trabalharam o tema “pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire.
Foi um tema bastante amplo, pois tratava da análise da prática pedagógica do educador em relação à autonomia do ser e do saber do educando, respeitando sempre o conhecimento que ele traz, já que, “Quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender”.
O período da manhã foi finalizado pela educadora Amanda da Silva, que socializou a vida do Beato Ludovico Pavoni; grande Pai e educador das crianças, jovens e adolescentes pobres, vitimas da guerra e da fome da sua época.
As assistentes sociais, Ana Ortiz e Luceilane Silveira, iniciaram a segunda parte do seminário, apresentando “Rede Interna e Rede Social”, mostrando-nos, os desafios permanentes na teia das relações sociais.
Levando-nos a refletir sobre a nossa atuação no dia-dia com as crianças e adolescentes, Suzana Schutz, Claudete Lessing e Eduarda Silva, trabalharam “O valor de Educar” de Fernando Savater.
Foi mais um tema bem discutido, pois, nos mostraram as implicações de nos tornarmos humanos por meio da educação. Frisaram também o fato de nascermos humanos, porém, isso não basta: temos de chegar a sê-lo. A possibilidade de ser humano só se realiza por meio das semelhanças, ou seja, daqueles com os quais a criança fará todo o possível para se parecer.
Por fim, nos deixou um pensamento de Olivier Reboul, que afirma: “Educar não é fabricar adultos segundo um modelo, mas liberar em cada homem o que o impede de ser ele mesmo.”
O último painel foi trabalhado por Claudete Valiati, que nos apresentou “Tudo é Linguagem” de Françoise Dolto.
                O seu trabalho girou em torno da comunicação da criança, pois pra elas, a comunicação acontece o tempo todo, não apenas por meio da fala como também através de gestos, carinhos, atitudes e olhares.
O seminário encerrou-se com todos satisfeitos e felizes por tudo que foi construído dentro do projeto Estudos de Verão. A vontade de todos, era de proporcionar um momento de debate, sobre os temas socializados. Mas pelo fato de ser um seminário de apenas um dia, isto não foi possível. Porém, todo o material que foi entregue, segundo a vice-Diretora, será retomado em outros momentos ainda para nos valer do conhecimento adquirido e partilhado, para confrontar nossa prática nos momentos de avaliação e também na elaboração de futuros projetos para o próprio Centro Medianeira.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bispo auxiliar para a Arquidiocese de Brasília

O papa Bento XVI nomeou, nesta quarta-feira, 21, o secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília, transferindo-o da Prelazia de São Felix do Araguaia (MT). Segundo o comunicado do núncio apostólico no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, a nomeação de dom Leonardo atende à solicitação feita ao papa pelo arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha, de poder contar com a colaboração de um bispo auxiliar e em razão da eleição de dom Leonardo para Secretário Geral da CNBB no último mês de maio.

Dom Leonardo é catarinense de Forquilhinha onde nasceu no dia 6 de novembro de 1950. Franciscano da Ordem dos Frades Menores (OFM), fez a profissão religiosa em 20 de janeiro de 1973 e recebeu a ordenação presbiteral em 21 de janeiro de 1978. Foi nomeado bispo da prelazia de São Felix do Araguaia em 2 de fevereiro de 2005 e recebeu a ordenação episcopal no dia 16 de abril do mesmo ano, em Blumenau (SC), adotando como lema episcopal “Verbo feito carne”.
dom_leonardo
Com mestrado e doutorado em Filosofia junto à Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, dom Leonardo foi professor e orientador Educacional no Seminário Santo Antônio; Mestre dos Noviços e Mestre dos Irmãos de profissão temporária; Vigário Paroquial junto às Paróquias de São Benedito, Guaratinguetá (SP); São Paulo Apóstolo, Agudos (SP) e São Francisco de Assis, Rodeio (SC); secretário para a formação e estudos da Província da Imaculada Conceição; membro da primeira Comissão pro Ratio Studiorum da Ordem dos Frades Menores; visitador geral para a Província São Francisco de Assis no Rio Grande do Sul; secretário geral do Pontifício Ateneo Antonianum; professor de Filosofia da Religião da Pontifícia Universidade Antonianum; professor na Faculdade de Filosofia São Boaventura, da Associação Bom Jesus.



Na Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, em maio deste ano, foi eleito secretário-geral da CNBB para o quadriênio 2011-2014.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Veritatis Splendor - Um outro olhar


Por: Ir. Thiago Cristino, FMI
Estudante de Teologia - ISB/Brasília 


             A Carta Encíclica de João Paulo II começa por apontar Jesus como sendo a “luz verdadeira que a todo homem ilumina” (cf. Jo 1,9) e que faz dos homens “filhos da luz” (cf. Ef 5,8). Por conta do pecado o homem desvia o olhar desta luz em detrimento da escuridão. Todavia, tal pecado não pode eliminar por completo a luz de Deus no homem. Tal expressão disso é a busca dele pelo sentido da vida e pela Verdade do conhecimento. O progresso científico é um triunfo da inteligência do homem, porém também ela necessita de pôr-se as questões religiosas últimas, mas antes, as do coração e da consciência moral.
O que fazer? Como discernir? São perguntas fundamentais, cuja resposta está em Jesus Cristo, ‘que revela ao homem o próprio homem’ (cf. GS, 22). Jesus, ‘luz dos povos – Lumen Gentium’, ilumina a sua Igreja, que, por mandato dele (cf. Mc 16,15), permanece atenta aos novos desafios da história e oferece a todos a resposta que povém da Verdade de Jesus e do seu Evangelho.
A partir desta dinâmica de luz e trevas, os Pastores da Igreja, em comunhão com consigo e com os demais fiéis, enfrentam as questões que inferem diretamente na instância moral, que atinge e compromete em profundidade cada homem; estão solidários neste esforço e reconhecem que a conduta do homem o conduz para a salvação (fé e moral estão intimamente unidas). Por isso o texto é uma proposta de reflexão sobre questões fundametais do ensinamento da teologia moral da Igreja relativo aos múltiplos e diferentes âmbitos da vida humana. Além disso, é um documento maduro que pauta sua reflexão sobre a vida apresentada dignamente no evangelho de Cristo (cf. Fl 1,27).
Dividida em três capítulos – dentre os quais nos deteremos no primeiro e pouca mais da metade do segundo – a Carta inicia fundamenta sua dissertação no diálogo de Jesus com um jovem rico que, piedoso e legítimo observador dos mandamentos, procura saber do divino Mestre, como conseguir a vida eterna. Ao final do colóquio Jesus oferece uma amarga e exigente resposta que o deixa triste.  
O diálogo de Jesus com o jovem é um ensinamento moral que reflete sobre valores – um só é bom – contidos tanto nos mandamentos do decálogo, como nos seus, bem como na sua prática. O jovem sem nome abre margem para ser reconhecido nele todos os homens que se aproximam de Cristo e lhe coloca uma questão moral. Isso indica que Jesus torna-se o fundamento que sustenta ou não a moral. Este encontro com Cristo é mediado pela sua Igreja. Ao fazer a pergunta o interlecutor de Jesus intui que existe um nexo entre o bem moral e a vida eterna (moral e salvação). Urge que o homem de hoje volte-se para Jesus a fim de obter dele a resposta acerca do bem e do mal, se se quer adentrar no âmago da moral evangélica.
Tais respostas só podem ser encontradas ao dirigir mente e coração para aquele que é o Sumo Bem, Deus (cf. Mc 10,18; Lc 18,19), por isso só Ele pode responder à questão acerca do bem. Interrogar-se pelo bem, significa buscar o próprio Deus. Jesus reconduz a questão da ação moralmente boa às suas raízes religiosas. Sendo assim, o homem embebido da luz da verdade de Cristo, deve ser reflexo e irradiar para os demais a mesma Luz que o iluminou. Jesus é o modelo do agir moral, resposta de vida às iniciativas gratuitas que o amor de Deus multiplica em favor do homem. Este, por sua vez, é chamado a refletir a sua glória, nos seus atos.
Reconhecer que ‘um só é bom’ significa salvaguardar Deus como núcleo fundamental e coração da Lei, pois ‘o termo (plenitude) da Lei é Cristo’ – plenitudo legis in Christo est (cf. Rm 10,4). A pertença do povo é manifestada pela moral permeada no Decálogo, cuja centralidade foi apontada por Cristo: o amor a Deus e ao próximo, como ratificação da dignidade de Deus e da pessoa. Tais mandamentos estão unidos a uma promessa: da terra e do ‘reino dos céus’ (vida eterna).
Todo este caminho desencadeará na sequela Christi, a convite do próprio Cristo que chama a seguí-lo, a conformar sua vida, o quanto possível à Vida do Divino Mestre Jesus. Aderir à própria pessoa de Cristo é o fundamento essencial e original da moral cristã.
As exigências para seguir a Cristo, na conclusão, do colóquio superam as aspirações forças humanas. Todavia, para Deus nada é impossível. A superação e fidelidade é graça, é dom, cujo fruto é expresso na caridade. Ao apoiar-se num ‘princípio’, Jesus resgata o valor original e autêntico do celibato pelo Reino. O amor precede a observância (da lei), no dizer de Santo Agostinho. Só se pode ‘permanecer’ (por graça) no amor com a condição de observar os mandamentos (cf. Jo 15, 10).
Todavia, por mais que nos empenhemos nesta busca, tendo como parâmetro Cristo, a percepção é que falta alguma coisa, pois cumprir a Lei por ela mesma não é suficiente, mas sim, interiorizá-la no coração e manifestá-la por atos o amor solícito que tutela e promove a vida.
Isto posto, num segundo momento, o Papa conduz o leitor a refletir precisamente sobre as questões morais hodiernas, bem como as várias tendências e teorias, focando a posição do Magistério que, pela mesma fidelidade a Cristo e mediante sua autoridade, tem o dever de oferecer a própria reflexão e ensinamento a fim de ajudar o homem na busca da verdade e da liberdade, enunciando princípios para o discernimento daquilo que é contrário à ‘sã doutrina’, ou seja, refletir sobre os fundamentos dos quais dependem as respostas para as perguntas relacionadas ao próprio homem, o pecado, a vida eterna, a liberdade, o sofrimento, a felicidade, o gosto pela observação empírica, os processos de objetivação científica, o progresso técnico, algumas formas de liberalismo, dentre outras.
A seguir pontuaremos algumas ideias-chave em quatro grandes blocos.

  • Liberdade: Um dos problemas mais cruciais da atualidade. Para alguns ela consiste na licença de fazer seja o que for mesmo o mal, contanto que agrade, ou seja, está impregnada de uma influência de correntes sujetivistas e individualistas. Para outros, porém, a liberdade é sinal da imagem divina no homem. O desafio é encarar a liberdade como atitude responsável não fundado na coação, mas na consciência do dever. A decisão de decidir entre o bem e o mal é somente de Deus. O homem, exercendo a sua Liberdade pode reconhecer e acolher a Lei de Deus. Portanto a Lei não diminui, mas promove a garante a Liberdade do homem. Neste sentido, pela razão – particularmente aquela iluminada pela Revelação divina e pela fé – o homem tem a capacidade de fazer o devido discernimento entre o bem e o mal.
  • Autonomia: Permanecer na obediência a Deus é permanecer no caminho da verdade e do bem. Uma autonomia que não dependa de Deus e que use das criaturas sem se ordenar ao Criador, certamente é um falso conceito. A Lei moral provém de Deus e Nele encontra sempre a sua fonte. Pensar ao contrário é considerar as leis como sendo puramente humanas, apelando para a soberania da razão. Todavia, a verdadeira autonomia moral do homem consiste no acolhimento da lei moral, do mandamento de Deus. Neste contexto, se situa a lei natural como expressão humana da lei eterna de Deus, que está ‘esculpida e escrita no coração de todos e de cada um dos homens’ (cf. Rm 2,15). Ela refere-se à natureza própria e original do ser humano, à natureza da pessoa humana, que é pessoa mesma na unidade de alma e corpo, unidade das suas inclinações tanto de ordem espiritual como biológica, e de todas as outras características específicas. Graças à verdade revelada a lei natural implica a universalidade. Esta universalidade não prescinde da individualidade dos seres humanos e nem se opõe à unicidade e irrepetibilidade de cada pessoa, mas abraça pela raiz cada um dos seus atos livres que devem atestar a universalidade do verdadeiro bem (semper et pro semper).
  • Fisicismo e naturalismo: contrapõem-se à lei natural e apresentam como leis morais somente as leis biológicas. Sendo assim alguns comportamentos dos homens são considerados permanentes se imutáveis o que numa visão fatalista tal pensamento coloca-se como norma moral universal válida. Ora, segundo o parecer destes teólogos baseados nesta concepção, a avaliação moralmente negativa de tais atos, a saber: a contracepção, a esterilização direta, a masturbação, as relações pré-matrimoniais, as relações homossexuais, como também a fecundação artificial, etc, não teria em suficiente consideração o caráter racional e livre do homem, nem o condicionamento cultural de cada norma moral. Para eles o homem como ser racional deve decidir livremente o sentido dos seus comportamentos. Mediante esta interpretação convém considerar a reta relação existente entre liberdade e natureza humana e particularmente o lugar que ocupa o corpo humano nas questões da lei natural. Uma liberdade absoluta considera o corpo como dado bruto, desprovido de significados e valores, materialmente necessários para a opção da liberdade, mas extrínsecos à pessoa, ao sujeito e ao ato humano. Tal concepção reduz e termina por causar uma quebra do homem, haja vista que o próprio conceite de pessoa (integrada) exige considerar corpo e alma.
  • A consciência: a relação entre Liberdade e Lei tem sua sede na Consciência, que na linguagem do Concílio Vaticano II é este o ‘lugar secretíssimo e sacrário do homem’ (cf. LG, 16) que o homem descobre a Lei que não impôs a si mesmo, mas à qual deve obedecer; a voz que sempre chama ao amor do bem e fuga do mal. Por isso o modo como se concebe a relação entre Liberdade e Lei está ligado intimamente à interpretação que se atribui à consciência moral. Neste sentido uma exaltação da liberdade conduz a uma interpretação criativa (que maqueia) da consciência moral, o que gera inúmeros conflitos de conciência nos fiéis. Ela põe o homem perante a Lei e torna-se para ele testemunha da sua fidelidade ou infidelidade; é por assim dizer, um juízo prático que dita aquilo que o homem deve fazer ou evitar, ou então avalia um ato realizado por ele; formula uma obrigação moral à luz da lei natural. Todavia a Consciência não está isenta de erro, não é um juiz infalível, daí a necessidade do exercício de busca pela verdade que liberta e salva da ignorância (ao menos a vencível). Formar consciência é torná-la objeto de contínua conversão à verdade e ao bem.

Portanto, o convite do Papa é buscar a verdade 'no princípio' e dentro de nós mesmos (metafísica da interioridade de Santo Agostinho), isto é, naquilo que fundamenta a experiência do homem na sua origem e que tem sua plenitude em Cristo Jesus, homem como nós e "pautar a nossa vida à Vida do Divino Mestre, Jesus, o quanto possível" (Beato Pe. Ludovico Pavoni).

sábado, 17 de setembro de 2011

Leitura Orante Pavoniana - A Interculturalidade


QUANDO O ESPÍRITO DE DEUS SOPROU

Leitura dos Atos dos Apóstolos (At 2,1-12)
Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um barulho, como o sopro de um forte vendaval, e encheu a asa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada u ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem. Espantados e surpresos, diziam:Esses homens que estão falando, não são todos galileus? Como é que cada um de nós os ouve em sua própria língua materna? Entre nós há Partos, Medos, Elamitas, gente da Mesopotâmia, da Judéia, da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frigia e da Panfília, do Egito e da região da Líbia vizinha de Cirene; alguns de nós vieram de Roma, outros são judeus ou pagãos convertidos; também há cretenses e árabes. E cada um de nós em sua própria língua os ouve anunciar as maravilhas de Deus! Todos estavam admirados e perplexos, cada um perguntava a outro: O que quer dizer isso? Outros caçoavam e diziam: Eles estão embriagados com vinho doce.

1. Um novo Pentecostes. É dia de Pentecostes. Pentecostes é uma palavra grega. Significa 50.É o quinquagésimo dia depois da Páscoa. A festa de Pentecostes era muito popular. Era uma das três festas em que o povo fazia romaria a Jerusalém (cf. Ex 23,14-17; Dt 16,16). Celebrava o início da colheita. Celebrava também a conclusão da aliança ao pé do Monte Sinai.  Naquele dia todos os 120 discípulos e discípulas estavam reunidos e reunidas na mesma sala rezando com Maria, a mãe de Jesus (cf. At 1, 14-15). De repente, o ruído de um vendaval enche a casa, línguas de fogo descem e se repartem sobre cada um e cada uma dos presentes.  Todos ficam cheios do Espírito e começam a falar em diferentes línguas conforme o Espírito lhes concede falar.

2. Sinais visíveis da ação do Espírito.  Neste texto, são três os símbolos da ação do Espírito: vento, língua e fogo. Todo ser humano tem experiência concreta do que vem a ser vento, língua e fogo. Assim, cada qual, a partir de sua própria experiência, consegue avaliar o efeito que o Espírito quer realizar em sua vida.  Além disso, para quem conhece a história do Antigo Testamento, o vento que encheu toda a casa evoca a ventania que secou o Mar Vermelho e permitiu ao povo fazer a travessia e iniciar o Êxodo (cf. Ex 14,21). Lembra ainda a nuvem que encheu todo o interior do Templo (cf. 1Rs 8,10-11). As línguas evocam a pluralidade que foi capaz de romper com o projeto de dominação simbolizado na Torre de Babel (cf. Gn 11,9). O fogo evoca a manifestação de Deus na conclusão da Aliança e no nascimento do Povo de Deus no Monte Sinai (cf. Ex 19,16-19). No dia de Pentecostes estava nascendo o Novo Povo de Deus,iniciando um Novo Êxodo, uma nova Aliança.

3. As reações diante dos sinais do Espírito.  Jerusalém estava cheia de peregrinos por causa da festa de Pentecostes. O autor de Atos dos Apóstolos diz que eram pessoas tementes a Deus vindas dos quatro cantos do mundo. Na descrição, todas as nações estão representadas. Atraídos pelo ruído do vento, os peregrinos acorrem e dizem: “Não são galileus todos estes que estão falando?” Neste contexto, galileus são pessoas do interior, sem muita instrução (cf. At. 4,13). Como é que cada um e cada uma os ouve falar em sua própria língua, anunciando as maravilhas de Deus? Todos ficam estupefatos, atônitos, admirados, diante das coisas que o Espírito está realizando... Eles querem saber o significado: o que quer dizer tudo isso? Outros, porém, tentam defender-se diante de um possível apelo de Deus e dizem:é bebedeira!

4.Vida no Espírito.  A experiência de vida no Espírito era a característica principal das primeiras comunidades cristãs. Era uma total novidade que reconfigurou toda a vivência da fé. Foi como um novo começo, uma nova criação (cf. Gl 6,15; 2 Cor 5,17), um novo nascimento (cf. Jo 3,3-7), uma verdadeira ressurreição (cf. Rm 6,4; Fil 3,10). Nesse novo modo de vida segundo o Espírito, cada um e cada uma sente e vive a presença de Deus a partir de sua própria condição cultural, social, econômica, corporal, de gênero, étnica... Na comunidade cristã banhada pelo fogo do Espírito, todos – homens e mulheres, gregos e judeus, escravos e livres (cf. Gl 3,28) – todos são um em Cristo sem que ninguém tenha que negar a sua própria condição. O Pentecostes é o milagre de escutar cada um e cada uma em seu próprio idioma materno e, nessa fala própria e primordial, perceber e sentir a presença viva de Deus.

5. Uma comunidade animada pelo Espírito de Jesus.   A partir de Pentecostes, é o Espírito de Jesus que vai animar a vida e a história das comunidades. Foi o Espírito que transformou os discípulos. Antes eram medrosos (cf. Jo 20,19). Agora abrem as portas e enfrentam a multidão (cf. At 2,14). Antes viviam conformados com a decisão do governo que matou Jesus (cf. Lc 24,20), agora dizem: “devemos obedecer mais a Deus que aos homens” (cf. At 5,29). Antes Pedro tinha negado Jesus diante de uma mulher (cf. Lc 22,56). Agora, dá testemunho corajoso diante de uma multidão (cf. At 2,32).

6. Consolação e alegria em meio às dificuldades.   O Espírito está presente na comunidade e traz alegria e consolação em meio às dificuldades (cf. At 9,31; 13,52). Ele orienta nos momentos em que uma mudança se faz necessária. No momento da entrada dos gentios na comunidade (cf. At 11,15; 10,44-45.47; 15,8), na hora de tomar a iniciativa da missão e de enviar os missionários aos povos de outras culturas (cf. At 13,2.4), na hora da perseguição diante dos tribunais (cf. At 4,31;Mc 13,11).

7. O Espírito está naqueles que coordenam as comunidades.   O Espírito está presente também naqueles e naquelas que têm a responsabilidade de “apascentar a Igreja de Deus que ele adquiriu para si com seu próprio sangue” (At 20,28); nos apóstolos (cf. At 5,32; 15,28); nos diáconos (cf. At 6,3). Por exemplo, em Pedro, quando, cheio de coragem, enfrenta as autoridades (cf. At 4,8); quando toma a decisão de batizar os primeiros gentios (cf. At 10, 19; 11,12) e de não lhes impor a Lei de Moisés (cf. At 15,8). Anima a Paulo quando este enfrenta o Mago Elimas (cf. At 13,9), quando se levanta para anunciar a Boa Nova (cf. At 13,9), ou quando volta para Jerusalém, depois da última viagem, onde será preso (cf. At 20,22-23).

8. O Espírito presente em toda a comunidade.   A presença do Espírito de Deus não conhece limites. No Pentecostes cumpre-se o que fora dito pelo profeta Joel: “Acontecerá nos últimos dias, diz Deus, que eu derramarei meu Espírito sobre toda carne, vossos filhos e vossas filhas serão profetas, vossos jovens terão visões, vossos anciãos terão sonhos; sim, sobre meus servos e minhas servas, naqueles dias, eu derramarei meu Espírito e eles serão profetas” (At 2,16-18; cf. Nm 11,29). Toda a comunidade é animada pelo Espírito. E mais: a presença do Espírito faz com que se ampliem as fronteiras da comunidade incluindo aqueles e aquelas eram vistos como exteriores à comunidade. Os samaritanos, eternos rivais dos judeus e excluídos da comunidade do Povo de Israel, também são banhados pelo Espírito e admitidos ao Novo Povo de Deus (cf. At 8,15-17).  Também os pagãos recebem a plenitude do Espírito e, na sua força, anunciam a Palavra que se faz caminho e gera uma Comunidade Ecumênica (cf. At. 10,44-48;11,15-16.24.28).

9. O Espírito enche a vastidão da terra.  O Espírito não está só na Igreja. Age também fora dela. Ele enche a vastidão da terra (cf. Sb 8,1; Sl 104,29). Na Sabedoria de Deus, o Espírito está presente em todas as realidades: “Há nela, com efeito, um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, lúcido, invulnerável, amigo do bem, firme, seguro, sereno, benfazejo, amigo dos homens, que pode tudo, que cuida de tudo, que penetra em todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis. Mais ágil que todo o movimento é a Sabedoria, ela atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza” (Sb 7,22-24). O Espírito é como o vento: você não sabe nem de onde vem nem para onde vai (cf. Jo 3,8). Assim como a humanidade e a Igreja são recriadas pelo Espírito de Deus, “a criação inteira geme ainda agora nas dores de parto” esperando a sua libertação (cf. Rm 8,22-23).
10. Não resistir ao Espírito.   Um dos maiores pecados é resistir ao Espírito (cf. At 7,51), tentá-lo (cf. At 5,9), mentir contra ele (cf. At 5,3), querer comprá-lo (cf. At 8,19). O Espírito não se compra nem sem vende (cf. At 8,20), mas se acolhe através da oração (cf. Lc 11,13). Ele se comunica de muitas maneiras: pela imposição das mãos (cf. At 8,17.18;19,6), pela conversão e batismo (cf. At 2,38), pela oração (cf. At 8,15). Loucura é querer resistir à Sabedoria do Espírito (cf. 2Tm 3,8-9).

 Colaboração: Pe. Gabriel Crisciotti, 
Províncial dos Pavonianos no Brasil

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Superior geral


Pe. Lorenzo Agosti, Superior geral da Congregação
dos Filhos de Maria Imaculada - FMI - Pavonianos -
Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,
todos, também quem não participou pessoalmente, fomos atingidos favoravelmente pelo evento da Jornada Mundial da Juventude, que se realizou em agosto, em Madri, na Espanha. Unidos a tantos jovens provenientes de toda parte do mundo, havia também um grupo significativo de italianos e de espanhois, unidos pelo nome de “Pavonianos” e acompanhados por alguns dos nossos religiosos, animadores, na Itália e na Espanha, da pastoral juvenil e vocacional. A nossa esperança é que a forte e extraordinária experiência vivida se torne para os participantes um incentivo no seu caminho de fé e de vida cristã e na sua simpatia e proximidade ao “mundo” pavoniano.
O evento da JMJ é também para a nossa Congregação um estímulo a mais para preparar e para viver o iminente “Ano da missão educativa pavoniana” como uma oportunidade para aprofundar as motivações e para consolidar a realização do nosso carisma em favor dos jovens de hoje, a exemplo do Padre Fundador.

Fortes da fortaleza de Deus …”: mais um triênio à nossa frente

Com este mês, inicia-se um novo triênio do caminho da nossa Congregação. Renovam-se os cargos provinciais e se revê e se relança a programação que interessa à vida de cada Província. Este recomeço pode ser uma ocasião propícia para dar novo vigor à concretização do Documento do último Capítulo geral, re-escrito na Programação geral, que continua sempre como ponto de referência no período que estamos vivendo.
Cada um de nós, independentemente da obrigação que lhe é confiada, é chamado a dar a própria contribuição com disponibilidade e com responsabilidade, porque a Congregação é a nossa família. E o melhor modo para demonstrar amor à própria família é não ficar como espectadores do trabalho dos outros, mas se sentir protagonistas, junto com todos os outros, na realização do projeto comum, colaborando assim com o desígnio de Deus para a nossa Família pavoniana. Se cada um, com fé e dedicação, cumpre a própria parte, a parte que lhe toca, em sinergia e complementaridade com os próprios irmãos, poderemos, com a ajuda de Deus, alcançar os resultados de santidade, de comunhão e de eficácia apostólica que trazemos no coração e que a Igreja e os jovens esperam de nós.
Tanto mais que este recomeço, sobretudo na Itália e na Espanha, tem também a ver com muitos irmãos que neste mês mudam de comunidade ou de atividade. Esta situação, juntamente com uma previsível e desejável renovação pessoal e comunitária, pode comportar também esforço e alguma dificuldade: seja no íntimo de cada irmão, seja em nível da comunidade, ela deve encontrar novos equilíbrios.
Justamente por isto, renovo o convite para enfrentar esta passagem com muita atenção, criando as condições favoráveis para a mais eficaz inserção de cada irmão. Ao mesmo tempo, solicito encaminhar prontamente a redação da programação comunitária; vale dizer, a elaborar um sólido e coerente projeto de vida, segundo as indicações da nossa Regra, que de ano em ano somos chamados a encarnar sempre melhor.
A este propósito, remeto às indicações práticas para uma válida programação anual que já anexei à carta de setembro de 2009 e que lembrei também na carta de setembro de 2010.
Além disso, em um primeiro anexo à presente carta, permito-me reunir algumas propostas concretas que já foram assinaladas no passado aqui e ali e que dizem respeito à oportunidade de um maior envolvimento de toda a comunidade religiosa com os leigos colaboradores e com os destinatários da nossa missão (adolescentes, jovens, fiéis, etc.). 
Estas propostas também fazem parte da tomada de consciência que a comunidade é chamada a fazer e das iniciativas a organizar, para responder às exigências contidas no Documento capitular.

“… demos futuro à missão pavoniana”: formar comunidade, ou melhor, ser comunidade

A atenção à vida de comunidade não é fim em si mesma, mas está orientada à missão, isto é, a dar consistência, atualidade e futuro à “missão pavoniana”. Todavia, esta finalidade não é realizável de modo significativo e na lógica do carisma que nos é oferecido, sem uma consistente vida de comunhão. Como podemos levar Cristo aos jovens (e às famílias e à sociedade) e como, com Cristo, podemos levar amor, justiça, trabalho, fraternidade, esperança e futuro? Como? Como comunidade, como Família pavoniana. Isto significa e comporta três dimensões ligadas entre si:
- ser centro de irradiação de fé, de vida segundo o evangelho;
- ser testemunha de comunhão fraterna;
- ser concretização de um serviço, dirigido em particular aos jovens, realizado por amor.
Formar comunidade, ou melhor, ser comunidade deste modo, como nos pede a Regra de Vida (seguindo o evangelho e o Padre Fundador), é utopia ou caminho possível, mesmo se difícil e realizável somente com a graça de Deus, além da nossa constante colaboração?
Este é o desafio do evangelho e da nossa vocação.
Por que também nós somos frequentemente levados a raciocinar e a assumir atitudes que não estão de acordo com o evangelho. Por exemplo: “Aquela pessoa me fez uma grosseria ou me ofendeu; jamais me esquecerei por toda a vida”. “Aquela pessoa me recusou um favor; se me pedir algo responderei o que merece”. “Aquele jovem me está aborrecendo; vou afastá-lo de mim”. … Mas, o que se lê no evangelho? “Se amais os que vos amam, que recompensa tereis? … E se saudais apenas os vossos irmãos, o que fazeis de mais?” (Mt 5, 46-47; cf. Lc 6, 32-34). A “lectio divina” que fazemos semanalmente sobre a palavra de Deus não tem como objetivo elaborar e partilhar reflexões especiais ou fantasiosas, mas ajudar a compreender e a viver a palavra de Deus que escutamos cada dia: para que mude a nossa mentalidade (e a nossa vida), não deixando-a se adequar à mentalidade do “mundo”.
Daqui, com a graça de Deus, brota a capacidade de perdoar e de ver no outro, no irmão, mais os aspectos positivos do que os negativos; daqui, a capacidade de ajudar-nos reciprocamente a redimensionar, quanto possível, os nossos aspectos negativos, sempre animados pela caridade e compreensão para com o irmão. Assim se cresce como comunidade, se torna comunidade, unida em torno a Cristo e capaz de testemunhar seu evangelho e o seu amor, na comunhão e no serviço aos irmãos. Uma comunidade que procura ser assim, pode se tornar capaz de atração vocacional.
Para conhecimento e como provocação a este respeito, acrescento um segundo anexo, que traz una das muitas experiências do “Caminho neocatecumenal”, acontecida no final da JMJ de Madri. O que pensar?

Setembro, prossigamos… “Vós sois o sal da terra” (Mt 5, 13)

No calendário deste mês de setembro há várias ocorrências.
Terça-feira, dia 6, em Milão, haverá um encontro de formação para os professores das nossas escolas da Itália.
No dia 7, acompanharei ir. Guido Bertuzzi às Filipinas, de onde voltarei, no dia 16, com pe. Antônio Andreella.
Domingo, dia 11, emitirão a profissão religiosa, em Asmara, nas mãos do Superior provincial, três noviços eritreus: Kurubiel, Samuel e Tekle, que começaram o noviciado, em 28 de maio de 2010.
No mesmo domingo, em Montagnana, haverá o 33° meeting do GMA com o título: “Na rede … entre os mil rostos da solidariedade, há também o seu”.
De 19 a 21, teremos, em Tradate, a reunião do Conselho geral.
Nos dias 23-24, em Belo Horizonte, reunir-se-ão os jovens religiosos do Brasil.
Alegra-me concluir esta carta citando, para a nossa reflexão, uma passagem de s. João Crisóstomo, comentando a expressão de Jesus: “Vós sois o sal da terra” (Mt 5, 13): «Não creiais, parece dizer, ser chamados a pequenas lutas e a realizações insignificantes. Não. Vós sois ‘o sal da terra’ … Quanto maiores encargos vos forem confiados, tanto mais necessidade tendes de grande zelo. E mais: para que, ouvindo a frase: ‘Quando vos insultarem e perseguirem…’ (Mt 5, 11), não temais ser citados em juízo, parece querer dizer: ‘Se não estiverdes prontos para as provas, em vão fostes escolhidos’».
 O Senhor nos escolheu para colaborar no crescimento do seu Reino. Maria Imaculada e o Padre Fundador nos ajudem a ser dignos e a corresponder plenamente ao seu chamado, sabendo poder contar sempre, sobretudo nos momentos difíceis, com a graça de Deus.No seu nome, vos saúdo de coração
pe. Lorenzo Agosti
Tradate, 1° de setembro de 2011.

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

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Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.