segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Divina Providência e Ludovico Pavoni


Dever-se-ia dizer que toda a vida e a obra de Ludovico Pavoni são ritmadas ao passo da Providência; tudo é lido e interpretado à luz desta Presença; assim sugere, freqüente e claramente, o co- protagonista desta história de fé e caridade.

Nos raros documentos remanescentes, a primeira vez que se vê a pena do Pavoni esboçar “Deus bom, Deus Providente, Deus Pai...” conduz-nos a 8 de fevereiro de 1817, quando secretário do Bispo, transcreve para impressão uma homilia para a Quaresma do Mons. Nava. O Pastor procurava dar aos seus sacerdotes e fiéis uma leitura de fé para a terrível carestia de 1816 que havia ferido a população, apenas saída das contínuas guerras napoleônicas.

Quais circunstâncias familiares maturaram em Ludovico Pavoni a convicção que Deus é Providência? Não sabemos. Conhecemos ao menos como a Paróquia na qual era inserida a Família Pavoni, o de São Lourenço, onde viviam, com o venerável Pe. Gianpietro Dolfin, a extraordinária aventura da reconstrução de sua Igreja, com a “aparição” de Nossa Senhora da Providência. A “Divina Providência” é uma expressão que continuamente aparece na minuciosa crônica dos acontecimentos deste zeloso pároco. “Quem pois não vê um evidente milagre da Providência nessa grande obra. Muito mais se acrescenta outras circunstâncias ocorridas, e especialmente as contradições tidas no princípio desta construção. Um grão de fé pequenino, que Deus esconde dentro da terra do meu coração, regado das suas ajudas, produziu uma grande planta. E uma vez que esta obra na ordem das graças gratuitamente dadas, que pertencem a honra de Deus e o bem da sua Igreja espiritual, assim o Senhor com um duplo milagre concedeu e conservou tal fé em um sacerdote, entre todos o mais pecador e o mais indigno, a fim de que melhor se veja que Ele e não o homem foi o operador do milagre”.

Um grão de fé é suficiente! Daquele grão de fé Ludovico Pavoni alimentou-se desde adolescente na Igreja de São Lourenço, onde “amava entreter-se em frente à imagem de N. Sra. da Providência”.

A convicção de que Deus intervém preventivamente e misteriosamente nos acontecimentos, acompanham a liberdade humana e coloca, no final, o seu inconfundível sigilo, ressurge freqüente no coração dos homens, sobretudo daqueles marcados pelo sofrimento.

É a fé cristã, que seu pai Alessandro deixou como herança aos seus dois filhos homens, juntamente com a caridade aos pobres, que funda nele a convicção que existe a Providência, a Providência Divina.

No dom da fé, na mensagem da Bíblia, mesmo se não existe o termo específico “Divina Providência”, permanece de qualquer maneira esta verdade: Deus cuida de suas criaturas. Uma verdade tal aprendida por Israel no caminhar de sua história: a história de Abraão e de Israel é a história do “Deus- Providente”.

A revelação bíblica afirma que Deus dá o dom da fé para fazer discernir os traços da sua intervenção nos acontecimentos da humanidade e de cada homem em particular.

Poder-se-ia dizer que a fé e a intervenção divina formam um círculo virtuoso para o qual a primeira dá os olhos para ver a segunda e esta, por sua vez, conforta, reforça e torna de vez plausível o risco da primeira.

Os santos, os humildes, sabem que Deus na história humana não deixa de semear os sinais suplicantes de sua providência; ele prova os seus servos escondendo-se nas dificuldades e confortando-os abundantemente na consolação.

O nosso Beato Fundador faz parte do consistente grupo de homens e mulheres de fé e caridade que na Igreja italiana de 1800 viveram a experiência de Deus como Providência; e esta forte convicção deixou uma herança àqueles que viveram com eles de perto, e que retransmitiram a nós, embasado sobre o testemunho destes primeiros aos quais se juntaram o seu próprio.

A segunda vez que aparece o termo “Providência” nos “escritos” do Pavoni, ou a ele atribuídos ou nele inspirados, está no Prefácio ao Regulamento do Oratório, em 1818: “A Providência reserva aos nossos netos a sorte de gostar os copiosos frutos que uma vigorosa árvore promete”.

Mas desde então, deste 1818, nos seus escritos, é um contínuo crescente de referências a este protagonista: a Providência.

Permanece gravada na lembrança de tantos e talvez de toda uma cidade e além dela, esta sua indestrutível fidelidade à Providência. Isto nos demonstram as declarações dos testemunhos no processo de Beatificação, com suas anedotas, quase como os “Fioretti Pavonianos”.

Em fim, se apresentam dois textos oficiais, nos quais estão expressos a sua espiritualidade e o seu carisma fundante: O regulamento do Instituto de 1831 e as Constituições de 1847.

No primeiro escrito depois de haver passado o deserto da incompreensão e do perigo de total falimento “devido às limitadas finanças sobre as quais talvez precariamente se apresenta à humana prudência este dispendioso Instituto”, ele recomenda, porém, aos seus filhos a abandonar tais pensamentos que seriam uma ofensa à Divina Providencia, à qual devem repousar somente com segurança as nossas esperanças.

Nas segundas ele inicia solenemente com “A divina Providência que vela sobre necessidades da pobre humanidade...” proclamando a Fonte inexaurível desta história de caridade, fonte que será citada outras cinco vezes.

Concluímos ainda com o testemunho em primeira mão, de pe. Baldini: O Pavoni “tinha pois também aquele modo de entrever as coisas muito antes, cuidando no final mais dos meios, pois o santo homem confiava sempre na Divina Providência certo de que sua obra agradava sumamente ao Senhor, e que o Senhor havia de ajudar. Este seu modo de entrever vem descrita na história de todos os Fundadores de Institutos de caridade, máxima nos santos, que não foram jamais mesquinhos ou mesquinhos, mas tão generosos e esplendidos quanto cheios da fidelidade a Deus. E a fidelidade do Pavoni era própria de um Santo.”

Escrito por:
Pe. Roberto Cantù, comuniade de Tradate, Itália
Adaptação e Tradução:
Ir. José Roberto de O. Filho, comunidade de Brasília

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cúria Provincial: Festa da Imaculada


Prezados Irmãos e Irmãs, religiosos e leigos da Família Pavoniana,

Chegamos perto da Festa da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Renovaremos os nossos votos e promessas. Renovaremos a vontade de viver e de crescer juntos. O que significa isto? É como se, para a ocasião, tirássemos a limpo, o nosso vestido para a festa.

Festa de aniversário? Em parte sim. Lembrar os anos desde quando fomos convidados a participar desta aventura. Fomos seduzidos? Valeu a pena? Como percebemos e como estamos vivendo tudo isto? É, de verdade, um valor: Ele confiar em nós, nós sermos amados, acolhidos? Achamos que nos tornamos confiáveis e assumimos responsabilidades diante d’Ele e dos irmãos?

Mas isto é o bastante? Entendemos, no entanto, que será somente em base, ao como respondemos, e ao como nos envolvemos no Projeto d’Ele que a nossa felicidade adquire sentido. Festa da Imaculada como momento de reflexão.

Lembro, quando criança, outra festa, a Páscoa, no interior da minha terra, quando as mulheres limpavam todos os utensílios da cozinha, renovavam tudo, arrumavam o único armário que tinham, para começar vida nova, dando sentido à Ressurreição do Cristo no cotidiano.

Não sei se tivemos a alegria de fazer esta experiência ao preparar uma festa, de um despertar quase violento, de um assumir as coisas quase depressa, de ajeitar o vestido, com a vontade íntima de se confrontar, de querer participar juntos, de estar presente como pessoa viva, propositiva. Não ser apenas um coadjuvante. A Festa é minha e nossa. Tem sentido para mim e para aqueles com quem partilho a minha emoção e o meu sonho.

Mas esta é uma festa somente de uma etapa alcançada. É um caminho que se abre, de um êxodo onde a Terra Prometida está além do horizonte. O processo do êxodo é proposta de vida! Os votos, a comunidade são ferramentas escolhidas para ser fermento entre os irmãos desta caminhada, em uma dinâmica de contínuas transformações para o encontro definitivo com Alguém que ama a todos. Bem sei que o amor só pode ser eterno, se for renovado no cotidiano da vida. O amor de ontem não serve para hoje. O amor de hoje, não servirá para ser vivido amanhã. Por isso existe a festa.

Terminei de ler Cartas entre amigos de Fábio de Melo e de Gabriel Chalita, sobre medos contemporâneos. A festa alivia-nos dos medos que sentimos. Eles também fazem parte da nossa caminhada pessoal e de grupo. Os projetos sonhados, as lutas estabelecidas, a dinâmica dos acontecimentos, tudo deve ser interpretado à luz de algo que fomos chamados a construir e que não é nosso como proposta, - projeto ditado pelo céu -. Envolvemos-nos nele com alegria e confiança. Pede-nos empenho, coragem e, às vezes, sofrimento. Conhecemos os desafios que nos acompanham. A realidade está diante dos olhos. Seríamos simplórios demais, - espero que ninguém seja covarde -, para não enxergar. Será somente a comunhão, o diálogo, a confiança mútua, o tomar as iniciativas para superar as barreiras da incompreensão, da aspereza do caráter de cada um, que nos permitirá atravessar o mar e o deserto. Em cada um de nós força e fragilidade abraçam-se. Só quem ama é capaz de reconciliar fragilidade e força.

O fato de celebrar a renovação dos votos, do compromisso da vida comunitária e das promessas no dia de Nossa Senhora revela que não estamos sozinhos. É esta, também, a razão da nossa esperança. As esperanças que nutrimos nos socorrem dos medos que sentimos. Agora amamos na esperança. Cada um de nós, ao seu modo, espera ou desiste. Se espera, ele se torna capaz de construir um mundo de acordo com o Projeto que Jesus apresentou e no qual nos convidou a participar. Se desiste, pouco mudará n’ele e no mundo.

O significado deste momento se revelará no nosso ser criativos em percorrer propostas novas todos juntos, animando os que se atardam à beira do caminho. Não sejamos arrastados pelo grupo.

Neste ano na festa receberemos a tradução da Regra de Vida atualizada. Uma ocasião a mais para aprofundar nossa proposta de vida

Cristo é o caminho que leva ao Pai, por sua vida e sua mensagem de verdade. Acima de tudo, pela sua própria presença em nós, através da graça do seu Espírito. Neste caminhar não estamos sozinhos. Convocados pelo batismo, para edificarmos o Reino, vivemos nossa experiência de fé em comunhão de amor e de esperança junto com outros irmãos que, conosco, constituem a própria Igreja.

Dessa forma, um homem de Deus – o Pe. Ludovico Pavoni – reviveu, com estilo original, o Evangelho e o amor do Senhor para com as crianças, adolescentes e jovens, dando origem a uma família religiosa de homens consagrados a Deus, para o serviço da humanidade.

A nós que, respondendo ao chamado de Deus, desejamos trilhar o mesmo caminho, esta Regra é confiada como projeto de vida e guia seguro para que possamos, em cordial comunhão com os outros,

percorrer, com alegria, o caminho rumo ao Pai. Os da Família Pavoniana que irão renovar suas promessas participam diretamente no mesmo projeto. Tornam-se discípulos e missionários antes de tudo, dentro da mesma comunidade, rumo para águas mais profundas. Guardemos sempre na nossa mente e no nosso coração: a minha norma de vida é Jesus Cristo, a Vida!

As palavras que pronunciaremos, a participação à celebração sejam verdade, primeiro, para cada um de nós. O movimento de mudança começa em nós. Acreditamos nisso quando falamos de pobreza, castidade, obediência, de comunhão e de pertença. Ao transformar a realidade que me envolve, de alguma maneira estou-me transformando. Os que estão ao meu lado, também serão afetados pela minha transformação. Serei sempre eu que assumo em primeira pessoa, à procura do Cristo, do seu rosto no Outro. Descobrirei que antes que eu o procurasse Ele já estava ao meu encalço.

Isto vai depender do acolher o dom que Deus nos proporciona: Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. A vida de Maria revela-nos que nem tudo é fácil. Não foi uma única vez que ela não entendeu, conservando a lembrança do que estava acontecendo no seu coração. O amor a tudo sobreviveu. O tempo do cultivo qualifica a realização, mesmo se passe através da Paixão para alcançar a Ressurreição. Tudo é graça! Queira Deus, que sejam estes também os doces vínculos que façam de nós um só coração. Juntos com Maria e o Bem-aventurado Ludovico Pavoni, em santa harmonia sustentaremos o difícil compromisso, na edificação das nossas esperanças em relação à nossa pequena comunidade e aos irmãos que a Providência vai colocar no nosso caminho!

Aproveito para convidar a todos a uma releitura das cartas mensais do pe. Superior Geral sobre o tema da Comunidade unida. Enviarei novamente alguns textos que nos ajudem a entender o sentido profundo do nosso estar juntos como pessoas, como cristãos e como religiosos. Os votos, as promessas brotam da vivência desta experiência de vida. São expressões de uma paixão como resposta a Alguém que me chama, rompe minha surdez, brilha, resplandece e afugenta minha cegueira! Anelo agora por Ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz!



Belo Horizonte, 18 de novembro de 2009.



Pe. Gabriel Crisciotti



Superior Provincial

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A porta da Beleza e a Estética Teológica


Hans Urs von Balthasar dá tanta importância à Beleza que dedica grande parte de suas obras (sete volumes) a tratar deste assunto. Aqui procuraremos mostrar os pontos principais ressaltados por Balthasar, São Tomás de Aquino e Santo Agostinho a respeito da beleza apresentados nos capítulos segundo e quinto do Livro “A porta da Beleza” do pensador Bruno Forte. As reflexões partirão de perguntas como: O que é a Beleza? Como encontrá-la? Qual seu fundamento? Qual sua relação com o Uno e com a Verdade?
Ao analisá-las nos teremos como pressuposto fundamental a Beleza enquanto expressão pelan manifestado no  evento da Encarnação do Verbo.

O tema da beleza foi discutido desde os primeiros séculos da Igreja. Santo Agostinho, ao se tratar de uma Beleza interna (relativo àquilo que é próprio da alma) e externa (relativo àquilo que é próprio dos sentidos), podemos nos remeter à sua metafísica da interioridade: “Tarde te amei, Beleza tão antiga e tão nova! Tu estavas dentro de mim e eu te buscava fora. Como um animal buscava as coisas belas que tu criaste. Mantinham-me atado, longe de ti, essas coisas que, se não fossem sustentadas por ti, deixariam de ser. Brilhaste e resplandeceste diante de mim, e expulsaste dos meus olhos a cegueira. Exalaste o teu Espírito e aspirei o seu perfume, e desejei-te. Saboreei-te, e agora tenho fome e sede de ti. Tocaste-me, e abrasei-me na tua paz” . Diante da busca pela Verdade (Belo) o homem faz um exercício que exige disciplina e discernimento de um retorno-reflexão para dentro de si mesmo, pois é ali que Deus habita e não ‘fora’.

Somos todos atraídos pelo Belo. A harmonia que emana dele harmoniza a multiplicidade com o uno. A beleza é o lugar da reunião do múltiplo no todo. Por isso dizemos que quanto mais próximo do UNO mais o MÚLTIPLO fica belo. A partir disso olhamos o Todo a partir de Cristo, “o mais belo entre os filhos dos homens” (Sl 44, 3), com sua kenosis, na Encarnação – manifestação visível da Beleza (Doxologia = Glorificação) do Pai para todos aqueles que tiveram a graça de ver e ouvir suas palavras libertadoras – desse modo é que podemos falar de uma beleza kenótica em Santo Tomás.

Para compreendermos bem o pensamento deste autor precisamos ter em mente que ele não toma como referência qualquer coisa na realidade ou parte da percepção subjetiva de cada pessoa, mas propõe uma reflexão que parta de Cristo, pois segundo ele é na Encarnação que temos a Plenitude da Revelação e a manifestação da Beleza por excelência.

O Filho de Deus é reconhecido como o Belo por manifestar os três requisitos da beleza segundo Santo Tomás. Primeiramente a integridade, ou seja, a beleza é a forma do Todo – mostra a integridade das partes. As partes sempre devem fazer menção ao Todo, todavia o Todo não pode ser a soma das partes, pois se assim o fosse teríamos um panteísmo, haja vista que “Deus transcende a toda criatura e está presente nela. Ele é infinitamente maior do que todas as suas obras: sua majestade é mais alta do que os céus (Sl 8,2), é incalculável a sua grandeza (Sl 145,3)” . O Verbo possui uma natureza comum às pessoas da Trindade. Outro ponto é a proporção, isto é, o todo está presente nas partes, sem deixar de ter relação com o Todo. O Filho é o ícone do Pai – o Todo de Deus está no Filho. Por fim temos o esplendor que quer dizer a comunicação da totalidade. O esplendor se auto-comunica. Cristo é o reflexo do Pai.

Tomás de Aquino coloca o Belo na sua dialética entre a forma e o esplendor. A forma, influenciada pelos gregos tem um caráter de semelhança do fragmento com o Todo. Isto manifesta um caráter objetivo da beleza. O esplendor é esta participação na manifestação da beleza. Estas duas realidades apresentadas devem agir sempre juntas, caso contrário, caímos num puro materialismo ou transcendentalismo. Para não correr o risco dos extremos o Aquinate apresenta a analogia. Da Beleza revelada podemos participar gradualmente. Porém, permanece uma distância que é indizível.

Balthasar trata da Beleza num âmbito cristocêntrico. Ela é vista como o Todo no fragmento. Melhor dizendo, o Todo de Deus manifestado em Cristo. A beleza é a única forma de recuperarmos a Verdade e o Bem, pois, a ela dá autoridade e atratividade. A estética é um evento para glorificação do Deus que se auto-comunica.

É a partir da afirmação de que o belo é a forma do esplendor, o Teólogo suíço tratará a dialética do belo. Possui duas características: a) objetividade (forma) – está relacionado à Revelação = Encarnação, isto é, a atividade é do ‘objeto’ [Deus]. A iniciativa é de Deus, Ele se mostra a nós; b) subjetividade (esplendor) – contemplação, em outras palavras, trata-se de uma passividade do sujeito [Homem], pois diante da Beleza de Deus ficamos na percepção, no ‘deixar-nos encher de sua glória e esplendor’, não estamos para entender, mas para acolher simplesmente. A atitude do homem é de admiração, espanto (surpresa), encanto. Ele se Revela, nós contemplamos.

Assim vemos que a Estética Teológica de Balthasar aborda o tema da Beleza a partir do método e conteúdo da teologia. Dessa forma, contrapõe a Teologia da Estética que subordina o dado teológico ao método puramente filosófico.

A chave interpretativa do momento estético não é aqui apenas o abismo que atrai a indescritível ulterioridade ou transcendência misteriosa e escondida que chama, mas um momento de alteridade da beleza que se manifesta aos olhos do homem. Aqui a beleza vem se expressar num fragmento: aqui ela se esconde sub contraria specie no rosto Daquele perante o qual nós cobrimos o resto, e que, no entanto, como já foi dito, é o rosto do mais belo dos filhos dos homens. Esta é a via da meditação sobre a beleza construída a partir da contemplação do Filho de Deus, revelado e escondido na carne.

Com relação à beleza, um pensador que contradiz o pensamento de von Balthasar é David Hume, um dos mais famosos empiristas ingleses. Em sua filosofia Hume coloca como crivo para a verdade e para a importância de uma ideia as sensações, isto é, quanto mais sensível mais verdadeiro. Sua moral também gira em torno das sensações empíricas, assim o que atrai o homem é o que sensivelmente lhe causa gozo. O belo para Hume seria apenas o que apetece sensivelmente ao ser humano. Esta teoria fecha todas as portas para a transcendência tão citada em Balthasar.

Por fim podemos concluir juntamente com o pensamento de Balthasar é que a Beleza é o esplendor da forma e sua perfeição se dá no evento da encarnação do Verbo, onde o Todo se manifesta no fragmento. Encher-se da Glória e Beleza de Deus é mais um desafio para aqueles que desejam ser cristãos. “Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem de sua própria natureza (Sb 2, 23)”, isto é, ser cristão é também resplandecer (ser reflexo) a Glória de Deus (seus atributos), essencialmente manifestando o amor entre nós: pois só seremos reconhecidos como sendo verdadeiros discípulos de Jesus, se amarmo-nos uns aos outros, como Ele nos amou (Jo 13, 34-36).

Ir. Thiago Cristino, FMI - Pavonianos
Estudante do Curso de Teologia
- Seminário Maior Arquidiocesano de Brasília -

domingo, 1 de novembro de 2009

Superior geral

Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,


o mês de novembro caracteriza-se, no seu início, pela Solenidade de Todos os Santos e pela Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos e, no seu final, em particular para nós pavonianos, pela novena da Imaculada. Nesta perspectiva, (entre os santos e Maria) podemos aprofundar algum aspecto que ilumina e dá um significado a mais ao tema do novo ano que marca o caminho da Congregação: comunidade unida com os leigos.

Por que somos comunidade? Por que estamos unidos entre nós religiosos e abertos à partilha com os leigos? Para corresponder a um projeto de Deus, iniciado com o nosso Padre Fundador, dentro do mistério do Reino de Deus e da história da Igreja.

Lemos na nossa Regra de Vida, no início do capítulo sobre a vida de comunhão: “Aprouve a Deus santificar e salvar os homens não individualmente e sem nenhum vínculo entre eles, mas reunindo-os em um povo: a sua Igreja” (112). E mais adiante: “É a comunidade religiosa que tem o papel de tornar visível e de testemunhar o mistério da Igreja enquanto comunhão” (114).

Comunhão e santidade – Nenhum cristão é uma ilha.

A nossa vida de fé tem uma necessária dimensão comunitária. Se “nenhum homem é uma ilha”, como é o título de um famoso livro do monge Thomas Merton, que tomou a expressão do poeta John Donne, tanto menos o é um cristão e, menos ainda, o é um religioso.

Certamente a fé tem, antes de tudo, uma dimensão pessoal. Cada um de nós é querido, amado, “santificado e salvo” pessoalmente pelo Senhor, mas não sem um estreito vínculo com todo o povo de Deus, com a Igreja, na qual recebemos o batismo. E por Igreja entendemos seja a comunidade dos crentes em Cristo que caminha no tempo seja a comunidade daqueles que já experimentam em Deus a dimensão da eternidade. É o mistério da Comunhão dos Santos.

Comunhão e santidade. Santidade e comunhão. É um binômio que pode descrever a essência da vida cristã.

“Deus quer santificar…” foi escrito. É Deus que torna o homem santo. E a santidade é a vocação de cada batizado. Recordemos o capítulo quinto da Constituição dogmática sobre a Igreja (Lumen gentium) do Concílio Vaticano II, intitulado: a vocação universal à santidade, na Igreja.

Depois do Concílio, esta afirmação foi muito acentuada por que, mesmo se não fosse em absoluto uma novidade, representava, de fato, uma re-descoberta muito estimulante. Hoje, tenho a impressão de que se fala menos sobre ela. Por quê? Porque se trata de uma verdade dada por certa, conquistada, ou talvez por que se trata de uma verdade novamente esquecida? Pode ser que o termo santidade não agrade, porque corre o risco de ser mal interpretado no seu significado mais pleno e mais forte, podendo aludir a alguma coisa separada da realidade, longe da experiência cotidiana. É bom então recuperar o seu pleno valor, tirando-o da palavra de Deus e do ensinamento do Concílio Vaticano II.

«Todos na Igreja… são chamados à santidade, segundo as palavras do Apóstolo: “De fato, esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1 Ts 4, 3; cf. Ef 1,4)» (LG 39a). “Todos os fiéis, de qualquer estado ou grau, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade: na própria sociedade terrena, esta santidade promove um modo de vida mais humano” (LG 40b). “Nos vários gêneros e ocupações da vida, é sempre a mesma santidade que é cultivada pelos que são conduzidos pelo Espírito de Deus e, obedientes à voz do Pai, adorando em espírito e verdade a Deus Pai, seguem Cristo pobre, humilde e, levando a cruz, a fim de merecerem ser participantes da sua glória. Cada um, segundo os próprios dons e funções, deve progredir sem hesitação pelo caminho da fé viva, que estimula a esperança e que opera pela caridade” (LG 41a). “Todos os fiéis são convidados a buscar a santidade e a perfeição do próprio estado” (LG 42e).

Ser santos é ser cristãos, verdadeiros discípulos de Cristo. Ser cristãos é ser santos. O santo é um verdadeiro cristão, um cristão autêntico. Um cristão verdadeiro e autêntico é um santo. E ser cristãos autênticos, ser santos consiste em amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor dele. “O verdadeiro discípulo de Cristo é marcado pela caridade seja para com Deus seja para com o próximo” (LG 42a). Se a santidade é a plenitude da caridade, compreendemos perfeitamente como ela deve ser sempre atual e representar o coração e o fim da vida cristã; e a vida cristã é um caminho de contínua conversão e de tensão para a santidade. Para que seja possível este caminho, o Concílio nos recorda também os meios necessários para percorrê-lo: “Para que a caridade, como boa semente, cresça e frutifique, cada fiel deve escutar de boa vontade a palavra de Deus e, com a ajuda da sua graça, realizar a sua vontade com obras, participar frequentemente dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia, e das ações litúrgicas; aplicar-se constantemente à oração e à abnegação de si mesmo, ao serviço ativo aos irmãos e ao exercício de todas as virtudes” (LG 42a).

Santidade e comunhão– “Uma santa conspiração”

O caminho de cada cristão para a santidade é percorrido junto com os irmãos na fé. A comunidade religiosa é um sinal particular do mistério da Igreja como comunhão e da vocação de todos os batizados à santidade. Afirma sempre o Concilio Vaticano II: “Esta santidade da Igreja…, em um modo todo seu, se manifesta na prática dos conselhos, que se costuma chamar evangélicos” (LG 39a), isto é, na vida consagrada.

Na nossa Regra de Vida, pelo menos em duas passagens, cita-se o termo santidade. No início, no parágrafo sobre a natureza e a missão da Congregação: “Seguindo Cristo nesta vida religiosa, estamos certos de realizar em nós os dons e as obrigações da consagração batismal com uma plenitude que é para nós o caminho para a santidade” (12). E no capítulo sobre a obediência: “O serviço de unidade e a fidelidade obediente são a garantia de coesão e de continuidade para a Congregação, em uma santa conspiração e comum vigilância, que é caminho de santidade e fonte de energia para o trabalho apostólico” (101).

Nesta segunda passagem, podemos perceber como a vocação à santidade é uma realidade partilhada e para ser partilhada. É um testemunho comum de santidade que a comunidade deve oferecer, com a contribuição de todos. Citando o Padre Fundador, fala-se de “santa conspiração e comum vigilância, que é caminho de santidade”. É uma comunidade toda fervorosa no bem, que o Padre Fundador sonha e que a Regra de Vida descreve. Nos ajudamos reciprocamente a viver como religiosos e, portanto, a buscar a santidade. E sentimos também o sustento que vem dos nossos irmãos que já estão no céu: “Como membros da Igreja peregrina nos sentimos em comunhão com os irmãos do Reino celeste e necessitados da ajuda deles” (RV 19).

Os leigos que se aproximam de nós, desejosos de partilhar o nosso carisma, são, por sua vez, estimulados a se sentirem em comunhão conosco e com a Igreja e a buscarem a santidade, segundo a sua vocação. Este é um passo essencial para construir e consolidar a Família pavoniana.

Recordemos o quanto afirmava Henri Bergson: “Entre os homens, os maiores são os santos”; e a eficaz expressão de Léon Bloy: “Só há uma tristeza: a de não sermos santos”.

Celebrar os santos e honrar N. Senhora nos leva à raiz da nossa vocação de cristãos e de pavonianos – religiosos e leigos –: ser homens de Deus, especialistas em comunhão, pessoas de coração inflamado pela paixão educativa (cf. Doc. cap. 1).

Rumo à novena da Imaculada

Neste mês poderemos concretizar o que nos indica a Regra de Vida: “Cada comunidade… todo ano, fará memória, numa solene celebração, de todos os irmãos, os parentes e os benfeitores defuntos” (390).

Nos próximos dias visitarei as comunidades do México e, de 25 a 27 de novembro, participarei, em Roma, da assembleia semestral dos superiores gerais, com o tema: “Justiça e culturas: rumos futuros para a vida consagrada”.

Preparemos bem a novena da Imaculada, a fim de que sejam dias intensos para a comunidade religiosa, para os leigos e colaboradores e para todos nossos jovens e nossos fiéis. Recordaremos, em particular, naqueles dias, os aspirantes, os noviços e os jovens religiosos, que se prepararão para renovar seus votos. Entre eles teremos presentes os seis jovens eritreus que, no dia 7 de outubro passado, iniciaram o noviciado: Million, Yacob, Hagos, Mahari, Weldeab, Michaele.

Confiaremos a Maria Imaculada os nossos irmãos enfermos, suplicando para eles a intercessão do Padre Fundador. Dá-se, neste período, o centenário do milagre de Soncino, que permitiu a beatificação de Pe. Pavoni. Tal circunstância torna-se estímulo para intensificarmos nossa oração e nos interessarmos concretamente para obter a sua canonização.

Maria Imaculada, que invocaremos, no dia 14, sábado, como Mãe da Divina Providência, acompanhe os nossos passos no caminho da santidade, para que o projeto de Deus se realize sobre cada um de nós e sobre a Congregação.

Saúdo a todos e lhes desejo todo bem.

pe. Lorenzo Agosti, FMI



Tradate, 30 de outubro de 2009.

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

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Quem sou eu?

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Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.