segunda-feira, 26 de março de 2012

Vida fraterna em Comunidade


Trechos de uma relação de Frei José Rodriguez Carballo, ofm:
Formação para a Vida consagrada no dia de hoje.

... Depois da dimensão espiritual, o segundo elemento fundamental e inegociável para a formação é a vida fraterna em comunidade. A exigência é passar da vida em comum à comunhão de vida, a maneira de vivenciá-la muda de acordo com o carisma, podem ser secundários os modelos sociológicos de comunidade religiosa, as formas de organização e os ritmos comunitários, contudo o essencial permanece: uma vida fraterna em comunidade que mostra ao mundo em que consiste o amor cristão: uma vida fraterna em comunidade que chega a ser uma verdadeira família unida em Cristo (a sagrada família do Pavoni), onde cada um manifesta ao outro o que está precisando e onde todos podem alcançar o pleno amadurecimento humano, cristão e religioso. A vida fraterna em comunidade é, de fato, um dos sinais mais fortes do amor do Eterno, mas também o lugar no qual se decide e se torna mais acreditável a renovação da Vida religiosa. A vida fraterna em comunidade hoje torna-se um grande valor de testemunho para os homens do nosso tempo porque apresenta a coisa mais essencial da vida cristã, o amor fraterno. Encontramos aqui a essência do anuncio do Evangelho. Para muitos a primeira forma de evangelização.

É importante, portanto, formarmo-nos para construir uma vida fraterna em comunidade que seja significativa. Pode-se acrescentar que a vida fraterna em comunidade é um elemento não somente essencial na vida religiosa, mas também um dos mais atraentes para muitos jovens que chegam perto de nós, que na vida fraterna em comunidade procuram um espaço no qual partilhar e celebrar comunitariamente a fé e a Palavra de Deus; um espaço que coloque ao centro a pessoa, multiplicando momentos de encontro, e não em primeiro lugar as estruturas; um espaço vital no qual opera a comunidade de bens e de serviços, como deve ser a missão partilhada; um espaço no qual é vivenciada a reconciliação e a correção fraterna e no qual cada irmão acompanhe o caminho de fidelidade dos outros irmãos; um espaço, portanto, caracterizado por um estilo de vida simples e aberto à partilha com a gente, em particular com os mais pobres.

Neste contexto, podemos dizer que uma fraternidade ou comunidade que deseja definir-se formativa, deve sentir-se chamada a dar uma resposta ás exigências apresentadas e, ao mesmo tempo, deve esforçar-se a procurar constantemente os meios adequados para recriar a comunhão, a intercomunicação, o calor, a transparência e a verdade nas relações recíprocas de todos os membros. Uma fraternidade ou uma comunidade que quer ser formativa deve ser também profética, uma fraternidade-símbolo, que saiba ler os sinais dos tempos e encarnar o Evangelho de maneira concreta e compreensível para a cultura atual. Uma fraternidade dedicada à formação deve estar consciente e perceber-se em permanente formação, procurando junto o que agrada ao Senhor, aceitando-se reciprocamente, limitando a própria liberdade em função daquela dos outros, submetendo-se às exigências da vida comunitária e às estruturas indispensáveis da comunidade. Uma fraternidade formativa deve ser, em definitiva, sacramento da transcendência e ao mesmo tempo profundamente humana e humanizadora. Portanto devem ser cultivados valores como a amizade recíproca, a cortesia, o espírito alegre, tornado-se assim um estímulo permanente de paz e alegria, colocando sempre Cristo ao centro de tudo.

Algumas mediações

Como na espiritualidade, também para a Vida fraterna em comunidade são necessárias mediações formativas. Entre as principais: a vida ordinária, o trivial: é o cotidiano, a vida dos dias feriais e a normalidade, o verdadeiro segredo da formação e o que a torna permanente. Fugir de tudo isto seria pueril e procuraria ao religiosos uma frustração permanente, talvez uma procura eterna de pretextos.
Outra mediação importantíssima é a dos conflitos.

Pode parecer uma contradição, contudo o conflito enfrentado com amadurecimento, lucidez e autenticidade pode ser um importante elemento formativo. Diante dos conflitos, a formação deve ajudar os jovens e os menos jovens a não ter uma reação de fuga, de acomodação e de competição, mas uma reação de colaboração. Esta última é aquela que não se subtrai ao conflito, mas o enfrenta, pagando de pessoa e, ao mesmo tempo, graças à sua atitude fundamentalmente solidária, respeita posições opostas à própria, sabe dialogar e colaborar, procurando com honestidade uma solução ao conflito, colocando em questão as próprias razões. Para aprender a reagir assim será preciso uma atitude de dialogo como caminho de luz: um ilumina o outro trocando e partilhando pequenos fragmentos de verdade.
Importante, e muito, é, também, a comunicação interpessoal.

É o primeiro passo para progredir na construção de uma autêntica vida fraterna na comunidade e isto deve acontecer em três níveis: o que um faz, o que um pensa e o que um percebe. Portanto, a comunicação é mais do que uma simples troca de idéias e de notícias. Uma comunicação qualitativamente profunda constitui um momento de encontro entre pessoas.

Comunicar significa entrar em relação com outro que posso chamar definitivamente tu. E é no encontrar-me com o tu que me torno mais eu.

Para uma comunicação amadurecida, um aspecto não secundário é a existência de comunidades heterogêneas nas quais a comunicação não acaba em tornar-se uma armadilha para tentar criar membros semelhantes entre eles, ou membros que somente se auto-relacionam. Uma casa de formação deveria refletir, na medida do possível o ambiente familiar tradicional onde existem idosos, adultos, jovens e crianças. Será necessário conviver e crescer com o outro, com o diferente desde o começo da vida consagrada.

Cuidado com uma tentação. Apesar  de muitos meios de comunicação disponíveis entre os religiosos, se tem a impressão que a comunicação interpessoal seja bastante bloqueada. Encontramos cada vez mais grupos, comunidades, estruturas e cada vez menos pessoas que se comunicam. Isto pode levar a trágicas conseqüências em relação á vocação. Será preciso trabalhar na formação à fraternidade sobre a dimensão da afetividade, como capacidade de relação. É de uma saudável afetividade que depende em grande parte o ambiente formativo de uma comunidade.

Para tanto será necessário criar e favorecer a interdependência, isto é, a capacidade de trabalhar para um projeto comum e de proceder juntos até alcançar o mesmo objetivo; caminhar juntos percebendo que é somente aí que encontro a auto-realização e a felicidade.

Devido a esta interdependência e colaboração, o grupo desaparece para transformar-se em família, constituído sim, como já dissemos, de pessoas heterogêneas e com grandes riquezas de papeis. Famílias nas quais se desenvolvem regras de conduta comuns e se estabelece uma forma satisfatória de leadership. Neste contexto encontra o seu lugar o Projeto Comunitário que envolve a vida e a missão. Neste projeto não é tanto a eficiência operativa que deve ser privilegiada mas a necessidade de uma integração harmônica do conjunto da nossa vida e estabelecer nele critérios que orientem a vida e a missão. Entre as prioridades do carisma e da missão, mesmo durante a formação inicial, deve existir uma dinâmica circular de retro-alimentação na qual inserir os projetos tanto pessoais como comunitários, e com  uma avaliação que me estimule em maneira permanente para alcançar sempre mais o que eu desejo ser e desejo construir junto com os irmãos.
                                                                                                                                da Testimoni, nº 3.2012

terça-feira, 13 de março de 2012

A vida espiritual como caminho


A vida espiritual como caminho


Por Ir. Thiago Cristino

Os mitos mais antigos, religiões e filosofias nos falam do caminho. Aludimos a essa ideia quando considerarmos que a vida não é um dado pronto, mas algo que deve ser feito e conduzido, cujo modo de viver revela morte ou vida.
O caminho aparece como um percurso entre dois pontos distintos e distantes. Caminho é sempre de alguma coisa para outra coisa. Na literatura cristã, Cristo é o Mestre dos mestres porque seus caminhos de vida realizaram por excelência o sentido de todo o caminho, i. é, Cristo alcançou a perfeita identidade entre projeto e realidade, aquilo que devemos ser e aquilo que somos. Por isso é modelo de caminheiro a ser seguindo.
Mais importante que per-correr um caminho é fazer caminho. Não se caminha isolado, mas sempre nos encontramos dentro de um caminho andado: família, tradição dos pais, os valores estabelecidos, o ethos do grupo. O caminho de Jesus é o caminho do Cristão, ainda que, não seja o mesmo, haja vista que as vivências são diferentes, por isso nunca haverá um simples uso de caminho feito por outros. Mas a experiência de Cristo é fonte de entusiasmo e motivação para superar as dificuldades e seguir sempre em frente, em busca da Vida Verdadeira.
Caminhar significa auscultar e seguir os apelos que emergem do coração da própria vida: apelos que conclamam para o eu e apelos que chamam para o outro. Caminhos propostos por grandes mestres são sempre evocadores da dimensão da alteridade, do êxodo, da aventura do encontro com o diferente do eu. Por isso não nos impedem de fazermos nosso caminho, mas con-vocam, pro-vocam, e-vocam. Por mais áspero que se apresenta o caminho, este nos conduzirá à felicidade (“porta estreita” – cf. Mt 7, 13-14).

 Os caminhos do homem espiritual

O homem (varão e mulher) visto do ponto de vista teológico, considera-o para além do substrato biológico, de sua estrutura espiritual e de sua historicidade; parte do seu caráter ontológico: de sua natureza originária (céu) e escatológico do desígnio do Eterno. Ou seja, quem é o homem na perspectiva de Deus? Mediante duas principais fontes: Revelação de Deus nas Escrituras (Tradição) e a Revelação de Deus pela criação e história, se procede a leitura acerca da condição (de existir) do homem: carne e espírito.
 Para as escrituras viver na carne, significa o homem (fraco, limitado, dependente), criatura, porque não é Criador, dimensionado para o mundo mortal. Não se trata de uma parte do homem, mas ele todo inteiro submetido à vulnerabilidade face às intimidações vindas da realidade e, por fim, a própria morte. Todavia, este mesmo homem, não se perde no mundo. Auspicia um desejo infinito dentro dele. Ele pode se identificar com Deus e estabelecer aliança com Ele. A partir de Deus, que é absoluto, relativiza os poderes históricos e religiosos, políticos, que se pretendem colocar-se no lugar de Deus.
Esta experiência, que é universal e que perpassa as Escrituras, é chamada de viver no espírito. Significa o homem todo inteiro que está voltado para sua origem (céu) e é capaz da comunicação que rompe as barreiras do eu. O homem é espírito, porque é filho de Deus. Como carne o homem participa dos demais seres no mundo; é criatura com eles e como eles. Como espírito ele é único: criado à imagem e semelhança de Deus. O mundo é herança para exercer sua liberdade (de filho) e ajudar a espalhar a semente do Reino.
Diante da sua liberdade, o homem é desafiado a fazer uma escolha fundamental: viver segundo a carne, i. é, não vislumbrar a vida para além do nascimento e da morte com ‘valores’ que são corruptíveis, passageiros, debilidade moral, infidelidade a Deus, cujas conseqüências são as mais sórdidas possíveis como os ciúmes, invejas, divisões (Gl 5, 19-21), por isso que nas Escrituras este estilo de vida é sinônimo de pecado; ou segundo o espírito, ou seja, o que são significa dizer que está fora do peso da vida, mas sem reservas esta condição humana, pois seu coração está centrado em Deus, pois vive a partir d’Ele e da sua destinação futura. Viver segundo o espírito é estar voltado para seu Criador, cuja Revelação plena se deu em Jesus Cristo, e estar fraternalmente unidos com os irmãos. Sendo assim, o homem é simultaneamente justo e pecador, pois, na condição presente, carne e espírito se implicam dialeticamente. Nenhuma consegue derrotar totalmente a outra.
A opção pelo espírito, no entanto, é a única capaz de comunicar a vida, haja vista que o sentido da vida é escapar da morte, manter-se no ser. A opção pelo espírito implica ruptura pela carne. Processo doloroso que chamamos de conversão. Viver, no mundo, sem ser do mundo, é convite para superar o projeto segundo a carne, para amar e relacionar-se fraternalmente com o outro.
Quem vive o projeto segundo o espírito, parte de Deus e começa a agir como Ele; vai lentamente vivificando a carne. Não se trata de recalcar ou negar a própria a realidade de criação (decaída), mas acolhimento e superação. A ressurreição é sinal da vida de Deus transfigurando a vida humana. O homem existe por causa de Deus e para Deus, que nos criou para tornarmo-nos divinos. Assim a destinação última do homem não se encerra com a ressurreição, mas com sua assunção.

P.S.

A oportunidade nos é dada! O desafio está lançado! Percorrer o caminho da nossa vida, implicar viver de maneira consciente, que por sua vez exige um processo, que vem com o tempo. Ainda que muitas experiências – sobretudo as vitoriosas – sejam motivações/exemplos de como se deve viver, bem sabemos que existem muitas circunstâncias que fazem parte do caminho. O caminho se faz caminhando, por isso caminhar é preciso, afinal buscamos um sentido para a vida, a realização, a satisfação, a felicidade. 
Aprender a viver segundo o espírito é graça! É fruto de uma escolha, livre, por convicção, ou melhor, por vocação. Escolher a vida é o caminho mais sensato que prolongar a nossa existência, ainda que de um modo bem diferente daquele que conhecemos.  
Um caminho percorrido de maneira intensa (consciente), orientado para nossa Fonte primeira, certamente trará qualidade de vida não somente para o caminheiro, mas para todos quantos se fazem companheiros de caminhada, na peregrinação da vida.

Grande abraço e coragem!
Quem sabe não nos encontraremos pelo Caminho.

terça-feira, 6 de março de 2012

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,

entramos na Quaresma, tempo litúrgico que nos prepara para celebrar a próxima Páscoa do Senhor. Temos diante de nós uma ocasião favorável, que podemos aproveitar ou desperdiçar, permanecendo indiferentes à palavra de Deus, que nos convida a fortalecer o nosso caminho de conversão: Eis agora o momento favorável, eis agora o dia da salvação! (2 Cor 6,2). Convertermo-nos é deixar que o Senhor se apodere de nossa vida e a oriente para o cumprimento fiel e alegre da sua vontade. Com isso não perderemos nossa  identidade e nossa liberdade; pelo contrário, realizaremos assim plenamente a nossa humanidade e a nossa vocação, tanto durante a nossa existência neste mundo, quanto na perspectiva da eternidade.
Neste mês de março, gosto de olhar a figura de são José, esposo da B. V. Maria, que lembraremos solenemente na liturgia, no dia 19. Pode ser de grande ajuda, seja pelo compromisso de conversão, seja pelo tema educativo que nos está acompanhando este ano como Família pavoniana.
São José é um dos protetores especiais da Congregação, junto com são João evangelista e com s. Inácio de Loyola (cf. RV 20). A devoção a são José, além disso, sempre foi viva e presente de modo forte e significativo na história da nossa Congregação, que o invocou constantemente como procurator noster, isto é, como nosso intercessor para encontrar recursos econômicos, embora não somente por isso, de que temos necessidade para a realização da nossa missão.  
Olhar para s. José e invocá-lo pode fazer muito bem a todos nós.

José fez como lhe havia ordenado o anjo do Senhor (Mt 1,24)

O beato papa João Paulo II, na Exortação apostólica sobre são José Redemptoris Custos (RC) de 1989, acentua como a expressão citada pelo evangelista Mateus corresponda ao fiat de Maria. Sem pronunciar nenhuma palavra, José fez a vontade de Deus. Ele demonstrou de tal modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à de Maria, em relação ao que Deus lhe pedia por meio do seu mensageiro (RC 3). Nesta sua total disponibilidade ao projeto de Deus sobre ele, junto com Maria, em relação a Jesus, estão a grandeza e a santidade de José de Nazaré. Desta sua plena disponibilidade nasce a sua exemplaridade em muitos aspectos: o primado da vida interior, o significado do silêncio e da humildade, o valor do trabalho inclusive manual como expressão de amor, a fidelidade e a dedicação da missão paterna na família.
O bispo Dom Tonino Bello (italiano, já falecido) delineou de modo sugestivo a figura de são José, apresentando-o assim: como esposo de Maria é o homem da partilha; como pai de Jesus é o homem da gratuidade; como cabeça da família é o homem do serviço. Nestas intuições nós podemos perceber um convite precioso para o nosso caminho de conversão e de tensão rumo à santidade, que se torna também indicação concreta para uma autêntica obra educativa em sintonia com o espírito do Padre Fundador.
*A partilha manifesta a disponibilidade e a vontade de fazer parte de um projeto comum. Pode-se realizar no âmbito conjugal bem como no âmbito comunitário, como projeto de vida ou mesmo somente como projeto de missão ou de atividades. Ninguém perde a própria identidade, mas funde-se com o outro ou com outros até ser uma só coisa ou uma vontade convergente.
A imagem do pão pode dar visibilidade a este valor: dos grãos de trigo, à farinha, à massa, até ser alimento cheiroso e delicioso para a mesa dos irmãos.
* A gratuidade manifesta o dom desinteressado de si, realizado por amor. A paternidade e maternidade são marcadas naturalmente por este estilo, se não se corrompem ou prevaricam por outras pulsões e por outras finalidades. Os mesmos sentimentos estão presentes no âmbito educativo. Os adultos podem incidir de modo eficaz sobre o ânimo dos jovens, na medida em que agem com eles como um pai e uma mãe, que amam, que precedem com o exemplo, que agem animados somente por querer o bem de quem lhes é confiado.
A imagem do vinho pode fazer perceber um indício desta atitude: o inebriamento que comunica deriva de um processo de esmagamento da uva e de sua fermentação. Além de tudo, o pão e o vinho foram usados por Cristo para nos entregar a si mesmo na Eucaristia, sinal da sua partilha com a nossa natureza humana e da gratuidade da salvação que nos garantiu oferecendo a sua vida por nosso amor.
* O serviço manifesta a condição para um autêntico exercício de toda forma de autoridade. O abuso do poder sobre  o outro é uma forte tentação para o ser humano e é causa de frustrações, de rebeliões e de desordens de toda espécie. A autoridade é reconhecida e aceita quando é vivida com espírito de serviço, isto é, quando contribui para o crescimento da pessoa e para o andamento ordenado e harmônico da convivência. Assim é a autoridade dos pais na família, dos superiores na comunidade, dos adultos nos vários âmbitos educativos. Assim deveria ser também na sociedade e dentro das nações. Esta é uma exigência precisa que Jesus faz aos seus discípulos, chamados a imitá-lo: Quem de vocês quiser ser grande, deve se tornar-se o servidor de vocês, e quem de vocês quiser ser o primeiro deverá tornar-se servo de vocês. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos (Mt 20,26-28).   
A imagem da água pode sugerir de modo sugestivo este significado: bebendo dela todos podem se dessedentar e purificar. Jesus a usou para lavar os pés dos seus apóstolos, em um gesto de serviço por amor.
São José viveu e nos ensina os valores da partilha, da gratuidade e do serviço. A sua intercessão nos ajude a encarná-los como expressão de autênticas virtudes humanas e cristãs, como maneiras de realização da vontade de Deus na nossa existência, como etapas de verdadeira conversão, como concretização de atitudes eficazes em nível relacional e educativo.

Rumo ao Calvário de Saiano

A Quaresma também nos acompanha como pavonianos rumo ao dia 1º de abril, dia da “Páscoa” do nosso Padre Fundador. Este ano coincidirá, mais uma vez, com o domingo de Ramos, como em 1849. Em  concomitância com o bicentenário da fundação do Oratório por pe. Pavoni e como um dos gestos com que pretendemos caracterizar este Ano da missão educativa pavoniana, no dia 1° de abril, inauguraremos uma nova restauração do quarto de Saiano, onde o Padre Fundador concluiu os seus dias terrenos. Para todos nós, panovianos, Saiano tem um grande valor ideal: representa a síntese do quanto pe. Ludovico Pavoni foi e realizou. Aqui, sobre o monte Saiano, ele chegou, fazendo de sua vida um dom  até o fim, por amor a Deus e a serviço daqueles rapazes para os quais tinha entregue todo seu ser.
O Convento franciscano de Saiano, em que se encontra o quarto onde morreu pe. Pavoni, leva o nome de Santa Maria dos Anjos, mas é chamado também de Convento do Calvário, por que os Frades Menores, no decorrer dos últimos séculos, construíram aí capelas que lembravam os lugares da Paixão do Senhor, a começar pelo Santo Sepulcro. O Calvário de Saiano, portanto, era e ainda é um pequeno testemunho daquela gloriosa tradição que, a partir do fim do século XV, viu na Itália a construção de famosos Sacri Monti, que reproduziam os lugares cristãos da Terra Santa, onde era muito perigoso, então, realizar peregrinações. Os Montes Sagrados eram uma alternativa, para continuar a favorecer entre o povo cristão, por meio de peregrinações locais, a devoção para com os mistérios da vida e, sobretudo, da paixão do Senhor.
Hoje, em Saiano, a lembrança do Calvário é feita, de modo particular, pelas 14 capelinhas da Via Sacra, colocadas ao longo da subida para o convento e a igreja. Por isso, para a Família pavoniana, a peregrinação ao lugar da morte do Padre Fundador se entrelaça com a peregrinação a um lugar que lembra a morte redentora do Senhor. Padre Pavoni imitou o Senhor até o final da sua vida. Para nós, realizar e promover peregrinações a Saiano, significa manifestar a nossa disponibilidade para seguir o exemplo do Padre Fundador e reforçar a nossa fé em Deus. De modo especial, em Saiano, pe. Ludovico Pavoni pode repetir para nós, com são Paulo: Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo (1 Cor 11,1).

Agenda de março

No dia 5, me transferirei do México para a Colômbia, de onde voltarei para a Itália, no dia 15.
No dia 10, em Gênova, haverá o “Grafincontro” anual.
Nos dias 17/18, em Lonigo, haverá o 5° Convênio para os educadores pavonianos, organizado pelo CAEP.
No dia 17, em Trento, está previsto o Conselho das Federações dos Ex-alunos, na vigília da festa anual local.
No dia 18, será executado o Oratório musical “Ludovico Pavoni, diário de Deus”, na igreja de S. Ágata, em  Bréscia.
Nos dias 26/28, em Tradate, está marcada a reunião do Conselho geral.
Sábado, dia 31, haverá a XIII edição da Caminhada Pavoniana de Bréscia a Saiano. No mesmo dia, pela quinta vez, será realizada uma Caminhada semelhante também no México, de Matagorda a S. Juan de los Lagos.
De coração, desejo a todos um bom caminho quaresmal, sob o olhar bondoso de s. José e do nosso beato Padre Fundador.

                                                                   pe. Lorenzo Agosti, Superior geral dos Pavonianos, Atotonilco El Alto, 1° de março de 2012.

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

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Quem sou eu?

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Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.