terça-feira, 6 de março de 2012

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,

entramos na Quaresma, tempo litúrgico que nos prepara para celebrar a próxima Páscoa do Senhor. Temos diante de nós uma ocasião favorável, que podemos aproveitar ou desperdiçar, permanecendo indiferentes à palavra de Deus, que nos convida a fortalecer o nosso caminho de conversão: Eis agora o momento favorável, eis agora o dia da salvação! (2 Cor 6,2). Convertermo-nos é deixar que o Senhor se apodere de nossa vida e a oriente para o cumprimento fiel e alegre da sua vontade. Com isso não perderemos nossa  identidade e nossa liberdade; pelo contrário, realizaremos assim plenamente a nossa humanidade e a nossa vocação, tanto durante a nossa existência neste mundo, quanto na perspectiva da eternidade.
Neste mês de março, gosto de olhar a figura de são José, esposo da B. V. Maria, que lembraremos solenemente na liturgia, no dia 19. Pode ser de grande ajuda, seja pelo compromisso de conversão, seja pelo tema educativo que nos está acompanhando este ano como Família pavoniana.
São José é um dos protetores especiais da Congregação, junto com são João evangelista e com s. Inácio de Loyola (cf. RV 20). A devoção a são José, além disso, sempre foi viva e presente de modo forte e significativo na história da nossa Congregação, que o invocou constantemente como procurator noster, isto é, como nosso intercessor para encontrar recursos econômicos, embora não somente por isso, de que temos necessidade para a realização da nossa missão.  
Olhar para s. José e invocá-lo pode fazer muito bem a todos nós.

José fez como lhe havia ordenado o anjo do Senhor (Mt 1,24)

O beato papa João Paulo II, na Exortação apostólica sobre são José Redemptoris Custos (RC) de 1989, acentua como a expressão citada pelo evangelista Mateus corresponda ao fiat de Maria. Sem pronunciar nenhuma palavra, José fez a vontade de Deus. Ele demonstrou de tal modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à de Maria, em relação ao que Deus lhe pedia por meio do seu mensageiro (RC 3). Nesta sua total disponibilidade ao projeto de Deus sobre ele, junto com Maria, em relação a Jesus, estão a grandeza e a santidade de José de Nazaré. Desta sua plena disponibilidade nasce a sua exemplaridade em muitos aspectos: o primado da vida interior, o significado do silêncio e da humildade, o valor do trabalho inclusive manual como expressão de amor, a fidelidade e a dedicação da missão paterna na família.
O bispo Dom Tonino Bello (italiano, já falecido) delineou de modo sugestivo a figura de são José, apresentando-o assim: como esposo de Maria é o homem da partilha; como pai de Jesus é o homem da gratuidade; como cabeça da família é o homem do serviço. Nestas intuições nós podemos perceber um convite precioso para o nosso caminho de conversão e de tensão rumo à santidade, que se torna também indicação concreta para uma autêntica obra educativa em sintonia com o espírito do Padre Fundador.
*A partilha manifesta a disponibilidade e a vontade de fazer parte de um projeto comum. Pode-se realizar no âmbito conjugal bem como no âmbito comunitário, como projeto de vida ou mesmo somente como projeto de missão ou de atividades. Ninguém perde a própria identidade, mas funde-se com o outro ou com outros até ser uma só coisa ou uma vontade convergente.
A imagem do pão pode dar visibilidade a este valor: dos grãos de trigo, à farinha, à massa, até ser alimento cheiroso e delicioso para a mesa dos irmãos.
* A gratuidade manifesta o dom desinteressado de si, realizado por amor. A paternidade e maternidade são marcadas naturalmente por este estilo, se não se corrompem ou prevaricam por outras pulsões e por outras finalidades. Os mesmos sentimentos estão presentes no âmbito educativo. Os adultos podem incidir de modo eficaz sobre o ânimo dos jovens, na medida em que agem com eles como um pai e uma mãe, que amam, que precedem com o exemplo, que agem animados somente por querer o bem de quem lhes é confiado.
A imagem do vinho pode fazer perceber um indício desta atitude: o inebriamento que comunica deriva de um processo de esmagamento da uva e de sua fermentação. Além de tudo, o pão e o vinho foram usados por Cristo para nos entregar a si mesmo na Eucaristia, sinal da sua partilha com a nossa natureza humana e da gratuidade da salvação que nos garantiu oferecendo a sua vida por nosso amor.
* O serviço manifesta a condição para um autêntico exercício de toda forma de autoridade. O abuso do poder sobre  o outro é uma forte tentação para o ser humano e é causa de frustrações, de rebeliões e de desordens de toda espécie. A autoridade é reconhecida e aceita quando é vivida com espírito de serviço, isto é, quando contribui para o crescimento da pessoa e para o andamento ordenado e harmônico da convivência. Assim é a autoridade dos pais na família, dos superiores na comunidade, dos adultos nos vários âmbitos educativos. Assim deveria ser também na sociedade e dentro das nações. Esta é uma exigência precisa que Jesus faz aos seus discípulos, chamados a imitá-lo: Quem de vocês quiser ser grande, deve se tornar-se o servidor de vocês, e quem de vocês quiser ser o primeiro deverá tornar-se servo de vocês. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos (Mt 20,26-28).   
A imagem da água pode sugerir de modo sugestivo este significado: bebendo dela todos podem se dessedentar e purificar. Jesus a usou para lavar os pés dos seus apóstolos, em um gesto de serviço por amor.
São José viveu e nos ensina os valores da partilha, da gratuidade e do serviço. A sua intercessão nos ajude a encarná-los como expressão de autênticas virtudes humanas e cristãs, como maneiras de realização da vontade de Deus na nossa existência, como etapas de verdadeira conversão, como concretização de atitudes eficazes em nível relacional e educativo.

Rumo ao Calvário de Saiano

A Quaresma também nos acompanha como pavonianos rumo ao dia 1º de abril, dia da “Páscoa” do nosso Padre Fundador. Este ano coincidirá, mais uma vez, com o domingo de Ramos, como em 1849. Em  concomitância com o bicentenário da fundação do Oratório por pe. Pavoni e como um dos gestos com que pretendemos caracterizar este Ano da missão educativa pavoniana, no dia 1° de abril, inauguraremos uma nova restauração do quarto de Saiano, onde o Padre Fundador concluiu os seus dias terrenos. Para todos nós, panovianos, Saiano tem um grande valor ideal: representa a síntese do quanto pe. Ludovico Pavoni foi e realizou. Aqui, sobre o monte Saiano, ele chegou, fazendo de sua vida um dom  até o fim, por amor a Deus e a serviço daqueles rapazes para os quais tinha entregue todo seu ser.
O Convento franciscano de Saiano, em que se encontra o quarto onde morreu pe. Pavoni, leva o nome de Santa Maria dos Anjos, mas é chamado também de Convento do Calvário, por que os Frades Menores, no decorrer dos últimos séculos, construíram aí capelas que lembravam os lugares da Paixão do Senhor, a começar pelo Santo Sepulcro. O Calvário de Saiano, portanto, era e ainda é um pequeno testemunho daquela gloriosa tradição que, a partir do fim do século XV, viu na Itália a construção de famosos Sacri Monti, que reproduziam os lugares cristãos da Terra Santa, onde era muito perigoso, então, realizar peregrinações. Os Montes Sagrados eram uma alternativa, para continuar a favorecer entre o povo cristão, por meio de peregrinações locais, a devoção para com os mistérios da vida e, sobretudo, da paixão do Senhor.
Hoje, em Saiano, a lembrança do Calvário é feita, de modo particular, pelas 14 capelinhas da Via Sacra, colocadas ao longo da subida para o convento e a igreja. Por isso, para a Família pavoniana, a peregrinação ao lugar da morte do Padre Fundador se entrelaça com a peregrinação a um lugar que lembra a morte redentora do Senhor. Padre Pavoni imitou o Senhor até o final da sua vida. Para nós, realizar e promover peregrinações a Saiano, significa manifestar a nossa disponibilidade para seguir o exemplo do Padre Fundador e reforçar a nossa fé em Deus. De modo especial, em Saiano, pe. Ludovico Pavoni pode repetir para nós, com são Paulo: Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo (1 Cor 11,1).

Agenda de março

No dia 5, me transferirei do México para a Colômbia, de onde voltarei para a Itália, no dia 15.
No dia 10, em Gênova, haverá o “Grafincontro” anual.
Nos dias 17/18, em Lonigo, haverá o 5° Convênio para os educadores pavonianos, organizado pelo CAEP.
No dia 17, em Trento, está previsto o Conselho das Federações dos Ex-alunos, na vigília da festa anual local.
No dia 18, será executado o Oratório musical “Ludovico Pavoni, diário de Deus”, na igreja de S. Ágata, em  Bréscia.
Nos dias 26/28, em Tradate, está marcada a reunião do Conselho geral.
Sábado, dia 31, haverá a XIII edição da Caminhada Pavoniana de Bréscia a Saiano. No mesmo dia, pela quinta vez, será realizada uma Caminhada semelhante também no México, de Matagorda a S. Juan de los Lagos.
De coração, desejo a todos um bom caminho quaresmal, sob o olhar bondoso de s. José e do nosso beato Padre Fundador.

                                                                   pe. Lorenzo Agosti, Superior geral dos Pavonianos, Atotonilco El Alto, 1° de março de 2012.

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Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

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Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

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