segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,
os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (Rom 11, 29) nos assegura o apóstolo Paulo na primeira leitura da liturgia de hoje. Esta certeza acompanha o nosso caminho de fé e a nossa resposta cotidiana ao seu chamado e à sua vontade.  
Existe um projeto de amor de Deus sobre cada um de nós, sobre nossas comunidades e sobre toda a Congregação, nascida por inspiração divina no coração do nosso Padre Fundador.
Em padre Pavoni nós descobrimos uma estreita relação entre uma profunda fé na escuta de Deus e uma sensibilidade e uma capacidade de leitura da realidade, na qual se envolve com toda dedicação. Fé sólida em Deus e dedicação apaixonada aos jovens caracterizaram a sua experiência. Podemos perceber nele o quanto são Paulo manifestava ao discípulo Timóteo: “Pois se nós trabalhamos e lutamos, é porque depositamos a nossa esperança no Deus vivo” (1 Tm 4, 10). 
Isto vale também para nós. Justamente porque colocamos nossa esperança em Deus, nós acolhemos a vocação à Família pavoniana e nos esforçamos com todas as nossas forças para viver seu carisma.
Com o projeto pessoal de vida e com o projeto comunitário procuramos corresponder aos dons de Deus, colocando-nos à disposição dos irmãos, nos trabalhos que nos são confiados.

Certificação de qualidade: em relação à vida fraterna.

À luz da palavra de Deus e da nossa Regra de Vida, além de outros documentos que nascem delas, nós mesmos devemos estar aptos, sem delegar a tarefa a sujeitos externos, de formular uma certificação de qualidade da vida e dos serviços realizados pela nossa comunidade. Isto é, devemos estar aptos para avaliar como estamos encarnando, concretamente, o nosso carisma, em relação aos diversos aspectos da sua identidade e em relação à realidade na qual estamos inseridos.
Este processo não é fim em si mesmo, mas se torna muito útil para perceber as luzes e as sombras que caracterizam a nossa vida, para melhorar a realização do quanto nos é pedido em força do projeto que nos une e ao qual livre e responsavelmente aderimos.
Para esta certificação da nossa vida fraterna, podem ser pontos de referência os seguintes:
1 – A consciência da nossa identidade como comunidade religiosa e como núcleo de Família pavoniana. Quem somos? Que imagem apresentamos do nosso “grupo”?
2 – O lugar que Deus ocupa no nosso dia. Damos a Deus o tempo que a Regra de Vida pede à comunidade, como centro e fundamento da nossa vocação e missão?
3 – A qualidade da nossa oração comunitária. Como cuidamos e animamos os nossos encontros de oração? Como participamos deles? Como os articulamos no arco da semana, do mês, do ano e em relação aos tempos litúrgicos?
4 – A fidelidade a nossa vida consagrada. Como se manifesta no nosso modo de viver os votos religiosos de castidade, pobreza e obediência?
5 – A consistência da vida fraterna. Quais momentos significativos de vida comum caracterizam o nosso dia e a nossa semana, bem como os meses e o ano? Manifestamos uma realidade de comunhão de vida?
6 – A visibilidade da comunidade. Como fazemos para tornar visível e reconhecível a comunidade religiosa enquanto tal aos olhos dos leigos colaboradores, dos adolescentes e dos jovens das nossas estruturas educativas e de todos que se aproximam de nós? Como somos conhecidos e como participamos no âmbito da Igreja local e do lugar onde nos encontramos?
7 – A abertura da comunidade. Que estratégias usamos para favorecer a participação dos leigos (jovens e adultos) na nossa vida de oração, nos momentos de vida fraterna e na colaboração na missão?
8 – A Família pavoniana. A que ponto está a experiência da partilha do nosso carisma entre religiosos e leigos? Quais passos demos? Como está se caracterizando esta experiência?
9 – A pavonianidade. Como se manifesta a nossa identidade de comunidade pavoniana? Quais sinais nos fazem reconhecer como religiosos e como leigos pavonianos?
10 – O cuidado da casa. Sabemos conjugar espírito de pobreza e válida manutenção e boa ordem dos ambientes em que vivemos? Estamos todos disponíveis em prover às necessidades da casa e à realização dos serviços que a comunidade exige?

Certificação de qualidade: em relação à missão.

Em referência à missão, podemos ter como referência estes critérios:
1 – Os âmbitos da nossa missão. Quais são, com precisão, os aspectos da missão pavoniana presentes na nossa comunidade? São expressões de toda a comunidade ou somente de alguns irmãos?
2 – O projeto de atividades. Elaboramos e mantemos atualizado um projeto específico das atividades (educativas, culturais, profissionais, assistenciais, pastorais, etc.) presentes na nossa comunidade?
3 – Os agentes. Como foram escolhidos os atuais agentes (educadores, funcionários, voluntários)? Qual formação garantimos para eles? Como são organizadas e como se apresentam as relações entre os agentes religiosos e leigos?
4 – A incidência educativa. Qual clima educativo se respira no nosso ambiente? Como avaliamos os resultados do trabalho educativo sobre os destinatários da nossa missão? Em nível humano, em nível cultural/profissional, em nível cristão?
5 – O cuidado da orientação vocacional. Estamos cientes de que o vértice da obra educativa é ajudar cada jovem a realizar na própria vida a vocação à qual Deus o chamou? Entre adolescentes e jovens (alunos e ex-alunos) em contato conosco há, sem dúvida, algum que potencialmente tem uma vocação consagrada, inclusive pavoniana. O que fazemos para que esta vocação possa ser descoberta, cultivada e levada à realização?
6 – A avaliação. Em que prazos e com quais critérios de referência sabemos examinar o encaminhamento das atividades, sua validade e sustentabilidade no tempo, as eventuais carências a sanar?
7 – Os voluntários. Em nossas atividades, sabemos catalisar voluntários, que tragam sua contribuição para a integração dos agentes fixos? Como nos interessamos pela formação deles, de modo que, com os outros agentes leigos, partilhem o nosso carisma, na lógica da Família pavoniana?
8 – O questionário para os usuários. Com que frequência apresentamos formulários de avaliação aos jovens e suas famílias, para testarmos se nossos serviços são bem aceitos?
9 – A análise e a reprojetação. Algumas vezes, religiosos e leigos nos encontramos para analisar a situação do mundo juvenil do lugar em que atuamos? Esta análise nos levou a assumir novas iniciativas, em relação ao nosso carisma e segundo as nossas possibilidades? Percebemos que se trata de um processo que não podemos omitir?
10 – A inserção na realidade local e a ligação com a Província. Como se realiza a nossa inserção na realidade local? Sabemos agir em rede? Como cuidamos da relação com as outras atividades da Congregação?

Novembro, mês da esperança cristã

Se nós trabalhamos e lutamos, é porque colocamos a nossa esperança no Deus vivo”. Ter esperança em Deus não se torna motivo de passividade, mas estímulo para nos fazer “tudo para todos”, como nos pede o Padre Fundador, retomando a expressão de são Paulo (1 Cor 9, 22).
Um particular apelo à esperança nos vem da liturgia do mês de novembro: da solenidade de Todos os Santos e da comemoração de todos os Fiéis Defuntos à solenidade de Cristo Rei, com a conclusão do ano litúrgico e início do Advento. São ocasiões para reavivar, junto com a virtude da esperança, o empenho e a alegria de servir a Deus com todo o coração e de nos dedicarmos sem reservas aos irmãos.
A agenda do mês prevê em particular as assembleias provinciais para a revisão e aprovação da Programação trienal: em Belo Horizonte, de 11 a 13, com uma continuação, nos dias 14 e 15, para o encontro da Família pavoniana. Em Lonigo, sábado, dia 12. Em Valladolid, de 25 a 27, juntamente com as “Jornadas de Outono” da Família pavoniana e após a convivência de todos os “Grupos Saiano”, de 4 a 6.
No dia 29, daremos início à novena em preparação à solenidade da Imaculada. Maria, que sábado, dia 19, honraremos como “Mãe da Divina Providência”, nos ajude a viver este “Ano da missão educativa pavoniana” com o coração do padre Pavoni.
Saúdo a todos em nome do Senhor.
pe. Lorenzo Agosti
Belo Horizonte, 31 de outubro de 2011.                  

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Profissão perpétua, ato jurídico e religioso


Ao enviar o convite para Celebração Eucarística na qual farei minha Profissão perpétua, alguns me questionaram acerca da natureza deste ato. Assim, nasceu esta pequena e singela visão sobre este assunto.
Aproveito o espaço e ocasião para divulgar para os nossos visitantes o Convite da minha Profissão Perpétua, esperançoso de que poderei contar com suas orações e preces.
Um abraço!

Por: Ir. Thiago Cristino, FMI
Religioso pavoniano

A profissão religiosa é um ato público, baseado na liberdade e vontade dos candidatos, pelo qual são assumidos na vida os três conselhos evangélicos de Castidade, Pobreza e Obediência; consagram-se a Deus pelo ministério da Igreja e são incorporados aos seus Institutos com os direitos e deveres estabelecidos pelo direito (universal e próprio).
A própria Igreja recebe os votos dos que vão professar; pede para que eles, em sua oração pública, o auxílio e a graça de Deus, recomenda-os a Deus e lhes dá a bênção espiritual, associando sua oblação ao Sacrifício eucarístico[1].
Assim, a profissão perpétua abrange dois aspectos, um jurídico e outro religioso propriamente dito.

Ato jurídico:

a)   Pela fórmula da profissão perpétua, o religioso é igualado em direitos e deveres aos demais religiosos do Instituto, de acordo com o direito próprio;[2]
b)   Qualquer coisa que o religioso adquire por própria indústria ou em vista do instituto, adquire para o Instituto, de acordo com o direito próprio;[3] (Voto de Pobreza)
c)   Sem a licença do Superior, o religioso não aceite encargos e ofícios fora do Instituto, de acordo com o direito próprio;[4] (Voto de Obediência)
d)   Livremente observa a continência perfeita e perpétua por causa do Reino dos céus, por isso o religioso assume na sua vida o celibato, dom de Deus, para unir-se mais a Cristo de coração indiviso e dedicar-se mais ao serviço de Deus e dos homens;[5] (Voto de Castidade)


Ato religioso:


Através da profissão o religioso não oferece apenas coisas ou ações, mas pela profissão perpétua se entrega a si mesmo para sempre ao serviço de Deus e da Igreja. Totalmente conquistado por Cristo (cf. Fl 3, 12), ele decide consagra-se inteiramente a Deus, isto é, entrega todo o seu Ser e o seu ser Todo a Deus, Criador e Salvador, dedicando a vida no serviço às crianças, jovens e surdos mais pobres (conforme os destinatários da missão dos religiosos pavonianos)[6].
Pelos votos religiosos, muitos fiéis, chamados por Deus se consagram ao Senhor e ao bem da humanidade e se esforçam por seguir mais de perto a Jesus Cristo[7], observando os conselhos evangélicos de Castidade, Pobreza e Obediência. Com isso, a graça do batismo produz neles frutos mais abundantes[8]. Haja vista que essa Consagração exprime mais plenamente a Consagração batismal[9].


Contudo, não se trata de obervar tal Consagração de maneira simplória e assim extinguir todo o seu significado e sua eficácia na vida daquele/a que assume mais esta missão por vocação bem como na vida da Igreja. Mas, antes, vale a pena ressaltar o seu caráter divino e de Sua ação no mundo apartir da liberdade do homem e da mulher que aceitam voluntariamente estes compromissos  não como pesados encargos, mas contando com a graça de Deus e por movidos única e exclusivamente por amor abraçam este estilo de vida para serem sinais credíveis e visíveis de Deus e discípulos de Cristo no mundo[10], sempre em vista da Felicidade dos outros e da sua própria.



[1] Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium, n.45.
[2] Código do Direito Canônico, cân. 654.
[3] Código do Direito Canônico, cân. 668, § 3.
[4] Código do Direito Canônico, cân. 671.
[5] Código do Direito Canônico, cân. 277, 279 §2,  285-287 e 289.
[6] Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, Regra de Vida, nn. 31 e 33.
[7] Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, Regra de Vida, nn. 25-27.
[8] Cf. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium, n. 44.
[9] Cf. Concílio Vaticano II, Decreto sobre a revovação da Vida Religiosa Consagrada, Perfectae Caritatis, n. 5, §1.
[10] Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, Regra de Vida, n. 32.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pavonianos nas Filipinas: ATUALIZANDO



Aos 18 de setembro pp. celebramos quarto anos de presença nas Filipinas. Uma data significativa para nós, mesmo se numericamente se perde na sombra dos 70 anos celebrados no Brasil.

Este aniversário foi marcado por mudanças que valem ser informadas. No dia 8 de setembro pp. recebemos a visita do Superior Geral Pe. Lorenzo Agosti; com ele veio Ir. Guido Bertuzzi, que passa a fazer parte de nossa comunidade nas Filipinas. Era festa da Natividade de Maria e Ir. Guido celebrava seus 44 anos de Profissão Religiosa. Veio juntar-se a nós nesse desafio de deitar raízes no solo Filipino, esse velho Continente Asiático, o misterioso Oriente, até há pouco completamente desconhecido para nós pavonianos.

A visita do Superior Geral cumpriu com sua já conhecida função. Foi ocasião de avaliação, revisão, revigoramento e convivência fraternal. No dia 16, Pe. Lorenzo retornou para Itália, acompanhado de Pe. Antonio Andreella, que retorna para sua província de origem. A Pe. Antonio nosso agradecimento pelo serviço prestado nesses seus quase 4 anos de permanência conosco.

A presença de Ir. Guido nos traz muita esperança. À parte sua sabedoria e maturidade  acumuladas ao longo dos 44 anos de sua vida como pavoniano, consideramos particular riqueza o fato de que ele seja Irmão. Até agora nossa comunidade era composta exclusivamente por padres. E no contexto Filipino muito marcado pelo clericalismo, era comprometida nossa identidade de comunidade religiosa composta de padres e irmãos com diferentes ministérios, mas com a mesma dignidade e com  o mesmo fim: Cuidar das crianças e jovens como da pupila dos olhos. 

Acredito que a presença desse Irmão, seja pelas suas qualificações pessoais como pelo que é próprio de sua condição de Irmão, tem muito a nos enriquecer. Acredito que seja para nós ocasião para um despertar para uma vida mais fraterna vivida na comunhão. Sua incipiente inserção acena já concretamente para isso. Vê-lo com seus cabelos brancos misturando-se com os seminaristas na piscina faz pensar em simplicidade, abertura e desejo de comunhão. Mesmo se as palavras não são sempre bem entendidas (o desafio da língua aqui é uma realidade marcante), os gentos são claros e falam por si; mostra coragem, clareza e determinação. A Ir. Guido nossa calorosa acolhida and sincera gratidão pela sua disponibilidade. Obrigado também à Província Italiana por esse presente. Poderia comunhão e determinação ser os novos elemento a demarcar uma reprojeção de nossa comunidade? Quiça! Oxalá! Assim seja.

Atualmente nossa comunidade está situada em duas sedes distintas. Em Marikina City (ou Quezon City, a casa está na fronteira das duas cidades) estamos Ir. Guido e eu, juntamente com nove seminaristas Filipinos. Em Antipolo City está Pe. Javier com o Noviço Efren Tawagon. Embora em duas sedes distintas, somos uma única comunidade com algumas atividades em comum.








Pe. Odair Novais, formador das etapas iniciais 
Comunidade das Filipinas











MARIA IMACULADA, MÃE E RAINHA DA CONGREGAÇÃO PAVONIANA, 
ROGAI POR NÓS!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Superior geral


 Aos irmãos religiosos
e aos leigos colaboradores
de todas as comunidades e atividades pavonianas

            Caríssimos irmãos e caríssimos leigos,
            estamos nos aproximando de 2012, um ano em que pretendemos acentuar de modo especial a nossa missão educativa. De fato, o definimos como : “Ano da missão educativa pavoniana”.
            O que está na origem desta escolha? E o que esta escolha comportará concretamente para todos nós?

1)      Ano 1812: padre Ludovico Pavoni funda o oratório

A ocasião para esta escolha está ligada à coincidência do bicentenário da fundação do oratório[1] por padre Pavoni.
            Estamos em 1812. Ludovico Pavoni é padre há cinco anos. Nestes primeiros anos de sacerdócio dedicou-se sobretudo à educação dos jovens, por meio da catequese e dos sacramentos, com uma especial atenção aos mais pobres, para os quais se desgastou também economicamente. Neste ano o bispo de Bréscia, mons. Nava, o escolhe como seu secretário. Mas padre Pavoni não se deixa absorver por uma função burocrática. Justamente nesta passagem, de acordo com o bispo que o encoraja, decide criar um oratório dirigido por ele: um oratório aberto e destinado especialmente aos jovens mais pobres e marginalizados, que se envergonhavam de frequentar os outros oratórios que naqueles anos surgiram na cidade. É um oratório festivo, no qual os jovens se recolhem para a formação cristã, para rezar, para ter uma orientação, para formar grupo, para uma diversão sadia. Em pouco tempo são mais de duzentos e cinquenta os jovens que se reúnem em torno do padre Pavoni neste oratório; e mais da metade deles supera os dezoito anos.
            Podemos considerar a fundação do oratório em 1812 a primeira realização da missão educativa que caracterizou a vida e a obra de padre Pavoni[2].
            Seis anos depois, em 1818, quando se tornará reitor da igreja de são Barnabé, é que padre Pavoni terá a possibilidade de dar outro passo. Já que o oratório não era uma instituição suficiente para um certo número dos seus jovens, entre 1818 e 1821, ele funda, junto ao oratório, um instituto, para permitir-lhes ter uma família e um lugar de encaminhamento ao trabalho.

2)      No Pavoni: genial síntese de evangelização e de promoção humana 

            A vocação de padre Pavoni era fundamentalmente uma vocação educativa. Ele foi um padre educador, educador dos adolescentes e dos jovens. E, entre os jovens, preocupou-se com os que se encontravam em maior necessidade: órfãos, pobres, marginalizados.
            E o que fez para eles, o que lhes deu? Pôs-se junto deles, amou-os, consumiu-se por eles; concebeu para eles (como ele mesmo afirma) “as mais belas esperanças”. Quais esperanças? As de ajudá-los a crescer como homens, como cristãos, como cidadãos, como “profissionais”, para abrir para eles um futuro digno do ser humano.
            Na sua inspiração e na sua ação nós podemos perceber uma genial síntese de evangelização e de promoção humana.
            E enquanto no oratório prevalece a evangelização, com o instituto ela é integrada por fortes elementos de promoção humana. Já com o oratório não faltavam aspectos de promoção humana: a proximidade da pessoa, a criação do grupo e, consequentemente, a promoção da amizade, a valorização do lazer e dos passeios, etc. Mas, com o instituto acontece uma passagem radical de promoção humana: aqui se dá aos jovens uma casa e uma família, aqui se educam com o trabalho, aqui se oferece tudo quanto é necessário para a vida deles, aqui se preparam para enfrentar o futuro. Aqui são envolvidos nos outros aspectos do carisma pavoniano: a participação nas ações pastorais na igreja de são Barnabé, a difusão da boa imprensa, o acolhimento dos surdos e o envolvimento no futuro do instituto com a fundação da Congregação religiosa.
            Uma consistente promoção humana é favorecida pelo instituto, bem integrada e radicada sobre uma evangelização que dava sentido e fundamento a todo o projeto educativo. Um projeto que unia os elementos do clima familiar, baseado sobre o método preventivo (razão, amabilidade e religião), com a educação por meio do trabalho. Podemos compreender assim as expressões de padre Pavoni, que queria fazer de seus jovens “ótimos profissionais, cidadãos honestos e autênticos cristãos”, para a inserção deles na sociedade e na Igreja.
            Esta tríplice finalidade (profissionalização, honestidade e fé) permanece a herança fundamental que padre Pavoni deixa para a nossa Congregação e representa um programa que influenciará a obra de tantos outros educadores e fundadores depois dele.

3)      A herança do beato Ludovico Pavoni para a Família pavoniana

               Cerca de 150 anos durou a instituição educativa fundada por Pavoni, sem modificações relevantes. E tal duração já em si é um fato muito significativo e considerável. Nos últimos decênios, as exigências dos tempos levaram, naturalmente, a profundas transformações estruturais.     
A firme consistência do instituto se fragmentou em diversas expressões educativas: centros de formação profissional e de iniciação ao trabalho, comunidades albergue, centros para portadores de deficiências auditivas, escolas, oratórios, comunidades terapêuticas, pensionatos juvenis, centros de grupos juvenis, semi-internatos, etc.
            Algumas formas se aproximam mais do oratório que do instituto tradicional. Todas juntas, contudo, são a herança institucional que vem de padre Pavoni.
            O Ano da missão educativa pavoniana quer mostrar como as diversas facetas da missão pavoniana de hoje se reportam ao que padre Pavoni quis e fundou. E quer convidar a todos nós para conservar o espírito que animou padre Pavoni. O seu projeto educativo e as finalidades que ele se propôs têm valor ainda para hoje e devem ser conservadas e concretizadas por nós, mesmo em um contexto diverso, com modalidades diversas e em formas institucionais diversas e complementares.

4)      Formar o ser humano em seis dimensões. Fazer encontrar Cristo.

            Qual projeto educativo preside cada uma das nossas instituições?
            Temos um projeto educativo, aprovado em âmbito de Congregação. Mas, como o levamos em consideração e o estamos realizando?
            Estas perguntas devem nos levar a uma reflexão a ser partilhada com todos os colaboradores religiosos e leigos, para assumir as decisões mais oportunas e em sintonia com o projeto comum.
            Jamais foi fácil educar as jovens gerações e muito menos o é hoje, quando é comum falar de “emergência educativa”. Porém, não podemos nos colocar nesta perspectiva, partir deste pressuposto. Educar é possível e necessário. É preciso estar convencidos, assumir atitudes adequadas, coordenar as próprias ações com as de outros operadores.
            Uma dupla tentação pode ser frequente hoje: a do desânimo, abaixando os objetivos educativos, até torná-los insignificantes; e a de limitar-se a objetivos práticos, parciais, restritos a setores culturais, profissionais, imediatamente operativos.
            A educação autêntica tem como objetivo o ser humano, o ser humano como um todo.
            Nenhum educador pavoniano (religioso ou leigo), mesmo partindo da própria ação que pode ser setorial e particular (cultural, profissional, esportiva, etc.), pode prescindir desta perspectiva: a educação integral da pessoa.
            A educação integral implica na educação em nível humano, em nível cristão, em nível cultural/profissional. É necessário ter como meta levar o jovem a perceber o sentido da vida; um sentido que em plenitude pode ser encontrado em definitivo somente na fé em Cristo. E, ao mesmo tempo, é necessário desenvolver uma sólida formação humana. Hoje está em crise também a formação humana. E se esta permanece em crise, é difícil abrir o jovem à fé e se torna frágil também a formação cultural/profissional.
            É necessário formar a pessoa em seis dimensões: física, intelectiva, psicoafetiva, social, moral e religiosa. Não basta se limitar a algumas dimensões. Todas são necessárias; e a educação da fé é o cume e o âmbito que dá sentido e solidez à obra educativa enquanto tal.
            Somos chamados a dar unidade ao nosso trabalho educativo, valorizando meios e instrumentos adequados aos tempos atuais; com o envolvimento de todos, religiosos e leigos; com um projeto educativo claro, a ser proposto aos jovens, em sintonia com suas famílias.
            Apresentar a fé de modo atraente, experimental, para que os jovens encontrem Cristo e acolham a sua amizade: é este o coração da nossa missão educativa. O fim da missão educativa pavoniana (cultural/profissional/assistencial/pastoral …) é: fazer encontrar Cristo, por meio do padre Pavoni; é acolher os jovens, instruí-los, educá-los, amá-los, prepará-los para enfrentar o futuro… para levá-los a Cristo, por meio do padre Pavoni. Encontrando-nos, eles devem encontrar Cristo e padre Pavoni.
            Se um jovem sai dos nossos ambientes depois de alguns anos sem ter encontrado Cristo e sem se sentir agradecidos a padre Pavoni, é sinal de que ainda não enfocamos de modo adequado a nossa missão pavoniana. Este bom enfoque efetivamente acontece em alguns lugares e é comovente ter sido testemunha dele. O desejo é que aconteça em toda parte.
            Este é o desafio do “Ano da missão educativa pavoniana”.

5)      2012 - Ano da missão educativa pavoniana: “Cultivemos sobre os jovens as mais belas esperanças”.

            A ocasião do bicentenário da fundação do oratório por padre Pavoni torna-se, portanto, uma oportunidade para nos confrontarmos sobre a realidade e sobre o enfoque da nossa missão educativa. Essa é o núcleo central do carisma pavoniano, recordado também no Documento do Capítulo geral de 2008: “Fortes da graça de Deus, demos futuro à missão pavoniana”.
            À luz deste Documento, o compromisso fundamental será aprofundar o conhecimento e realizar o “Projeto educativo pavoniano”.
            Este processo poderá levar a abrir novos horizontes de realização da missão pavoniana, diante das novas necessidades e pobrezas dos jovens de hoje.
            Cada Província da Congregação identificará, depois, iniciativas (em nível local e em nível central) para envolver adolescentes e jovens em uma trajetória de crescimento no conhecimento de padre Pavoni e no sentir-se parte do “mundo” pavoniano. Também estas manifestações podem contribuir para tornar mais sólida a sua formação.
            Cultivemos as mais belas esperanças sobre os jovens”. Estas palavras e este ideal de padre Pavoni tornem-se também nossa convicção, nosso patrimônio, nosso estilo de vida e de ação.
            Como padre Pavoni, com o coração de padre Pavoni, unidos no seu nome, enfrentemos com coragem o desafio educativo, certos da sua intercessão, bem como da proteção de Maria Imaculada e da ação da graça de Deus.
            E “levemos em consideração alguns conselhos que são fruto da sua sabedoria pedagógica: procurar compreender o ânimo dos jovens, guiando-os com muita sagacidade e exímia prudência; estudar bem o caráter e as forças dos alunos para guiá-los segundo suas capacidades e dons que receberam de Deus; observar no trato muita educação e doçura, fazendo-se tudo para todos a fim de ajudá-los no seu caminho; habituá-los a agir mais por amor do que por temor; guardá-los como um depósito precioso e santo e amá-los como a pupila do próprio olho” (Regra de Vida, 190).

Com viva gratidão pelo serviço de vocês e confiante na válida colaboração de todos, saúdo-os de coração e desejo-lhes todo bem no Senhor.
pe. Lorenzo Agosti, Superior geral dos FMI

Tradate, 1° de outubro de 2011 - Memória de Santa Terezinha do Menino Jesus.    


[1] O Oratório, na época e na região onde o Pavoni morava,, era um lugar de encontro para jovens.Compreendia uma Capela para as celebrações litúrgicas e devoções, umas salas para encontros e estudo da Doutrina Cristã e um pátio para as atividades recreativas. Era freqüentado pelos jovens da classe média do bairro.
[2] Padre Pavoni funda o oratório no 1812, quando dom Bosco ainda não nascera. Nascerá, de fato,  em  1815.

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

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Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.