Caríssimos
irmãos e leigos da Família pavoniana,
“os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis”
(Rom 11, 29) nos assegura o apóstolo Paulo na primeira leitura da liturgia de
hoje. Esta certeza acompanha o nosso caminho de fé e a nossa resposta cotidiana
ao seu chamado e à sua vontade.
Existe
um projeto de amor de Deus sobre cada um de nós, sobre nossas comunidades e sobre
toda a Congregação, nascida por inspiração divina no coração do nosso Padre Fundador.
Isto
vale também para nós. Justamente porque colocamos nossa esperança em Deus, nós
acolhemos a vocação à Família pavoniana e nos esforçamos com todas as nossas
forças para viver seu carisma.
Com
o projeto pessoal de vida e com o projeto comunitário procuramos corresponder
aos dons de Deus, colocando-nos à disposição dos irmãos, nos trabalhos que nos
são confiados.
Certificação de
qualidade: em relação à vida fraterna.
À
luz da palavra de Deus e da nossa Regra de Vida, além de outros documentos que
nascem delas, nós mesmos devemos estar aptos, sem delegar a tarefa a sujeitos
externos, de formular uma certificação de qualidade da vida e dos serviços
realizados pela nossa comunidade. Isto é, devemos estar aptos para avaliar como
estamos encarnando, concretamente, o nosso carisma, em relação aos diversos
aspectos da sua identidade e em relação à realidade na qual estamos inseridos.
Este
processo não é fim em si mesmo, mas se torna muito útil para perceber as luzes e
as sombras que caracterizam a nossa vida, para melhorar a realização do quanto
nos é pedido em força do projeto que nos une e ao qual livre e responsavelmente
aderimos.
Para
esta certificação da nossa vida fraterna, podem ser pontos de referência os
seguintes:
1
– A consciência da nossa identidade como
comunidade religiosa e como núcleo de Família pavoniana. Quem somos? Que
imagem apresentamos do nosso “grupo”?
2
– O lugar que Deus ocupa no nosso dia.
Damos a Deus o tempo que a Regra de Vida pede à comunidade, como centro e
fundamento da nossa vocação e missão?
3
– A qualidade da nossa oração comunitária.
Como cuidamos e animamos os nossos encontros de oração? Como participamos
deles? Como os articulamos no arco da semana, do mês, do ano e em relação aos
tempos litúrgicos?
4
– A fidelidade a nossa vida consagrada.
Como se manifesta no nosso modo de viver os votos religiosos de castidade, pobreza
e obediência?
5
– A consistência da vida fraterna.
Quais momentos significativos de vida comum caracterizam o nosso dia e a nossa
semana, bem como os meses e o ano? Manifestamos uma realidade de comunhão de
vida?
6
– A visibilidade da comunidade. Como
fazemos para tornar visível e reconhecível a comunidade religiosa enquanto tal
aos olhos dos leigos colaboradores, dos adolescentes e dos jovens das nossas
estruturas educativas e de todos que se aproximam de nós? Como somos conhecidos
e como participamos no âmbito da Igreja local e do lugar onde nos encontramos?
7
– A abertura da comunidade. Que
estratégias usamos para favorecer a participação dos leigos (jovens e adultos) na
nossa vida de oração, nos momentos de vida fraterna e na colaboração na missão?
8
– A Família pavoniana. A que ponto
está a experiência da partilha do nosso carisma entre religiosos e leigos? Quais
passos demos? Como está se caracterizando esta experiência?
9
– A pavonianidade. Como se manifesta
a nossa identidade de comunidade pavoniana? Quais sinais nos fazem reconhecer
como religiosos e como leigos pavonianos?
10
– O cuidado da casa. Sabemos conjugar
espírito de pobreza e válida manutenção e boa ordem dos ambientes em que
vivemos? Estamos todos disponíveis em prover às necessidades da casa e à
realização dos serviços que a comunidade exige?
Certificação de qualidade:
em relação à missão.
Em
referência à missão, podemos ter como referência estes critérios:
1
– Os âmbitos da nossa missão. Quais são,
com precisão, os aspectos da missão pavoniana presentes na nossa comunidade? São
expressões de toda a comunidade ou somente de alguns irmãos?
2
– O projeto de atividades. Elaboramos
e mantemos atualizado um projeto específico das atividades (educativas, culturais,
profissionais, assistenciais, pastorais, etc.) presentes na nossa comunidade?
3
– Os agentes. Como foram escolhidos
os atuais agentes (educadores, funcionários, voluntários)? Qual formação
garantimos para eles? Como são organizadas e como se apresentam as relações
entre os agentes religiosos e leigos?
4
– A incidência educativa. Qual clima
educativo se respira no nosso ambiente? Como avaliamos os resultados do trabalho educativo sobre os
destinatários da nossa missão? Em nível humano, em nível cultural/profissional,
em nível cristão?
5
– O cuidado da orientação vocacional.
Estamos cientes de que o vértice da obra educativa é ajudar cada jovem a
realizar na própria vida a vocação à qual Deus o chamou? Entre adolescentes e
jovens (alunos e ex-alunos) em contato conosco há, sem dúvida, algum que
potencialmente tem uma vocação consagrada, inclusive pavoniana. O que fazemos
para que esta vocação possa ser descoberta, cultivada e levada à realização?
6
– A avaliação. Em que prazos e com
quais critérios de referência sabemos examinar o encaminhamento das atividades,
sua validade e sustentabilidade no tempo, as eventuais carências a sanar?
7
– Os voluntários. Em nossas
atividades, sabemos catalisar voluntários, que tragam sua contribuição para a
integração dos agentes fixos? Como nos interessamos pela formação deles, de modo
que, com os outros agentes leigos, partilhem o nosso carisma, na lógica da Família
pavoniana?
8
– O questionário para os usuários. Com
que frequência apresentamos formulários de avaliação aos jovens e suas famílias,
para testarmos se nossos serviços são bem aceitos?
9
– A análise e a reprojetação. Algumas
vezes, religiosos e leigos nos encontramos para analisar a situação do mundo
juvenil do lugar em que atuamos? Esta análise nos levou a assumir novas iniciativas,
em relação ao nosso carisma e segundo as nossas possibilidades? Percebemos que
se trata de um processo que não podemos omitir?
10
– A inserção na realidade local e a
ligação com a Província. Como se realiza a nossa inserção na realidade
local? Sabemos agir em rede? Como cuidamos da relação com as outras atividades da
Congregação?
Novembro, mês da esperança
cristã
“Se nós trabalhamos e lutamos, é porque
colocamos a nossa esperança no Deus vivo”. Ter esperança em Deus não se
torna motivo de passividade, mas estímulo para nos fazer “tudo para todos”, como nos pede o Padre Fundador, retomando a
expressão de são Paulo (1 Cor 9, 22).
Um
particular apelo à esperança nos vem da liturgia do mês de novembro: da solenidade
de Todos os Santos e da comemoração de todos os Fiéis Defuntos à solenidade de
Cristo Rei, com a conclusão do ano litúrgico e início do Advento. São ocasiões
para reavivar, junto com a virtude da esperança, o empenho e a alegria de
servir a Deus com todo o coração e de nos dedicarmos sem reservas aos irmãos.
A
agenda do mês prevê em particular as assembleias provinciais para a revisão e
aprovação da Programação trienal: em Belo Horizonte , de 11 a 13, com uma continuação, nos
dias 14 e 15, para o encontro da Família pavoniana. Em Lonigo, sábado, dia 12. Em
Valladolid, de 25 a 27, juntamente com as “Jornadas
de Outono” da Família pavoniana e após a convivência de todos os “Grupos Saiano”, de 4 a 6.
No
dia 29, daremos início à novena em preparação à solenidade da Imaculada. Maria,
que sábado, dia 19, honraremos como “Mãe da
Divina Providência”, nos ajude a viver este “Ano da missão educativa pavoniana” com o coração do padre Pavoni.
Saúdo
a todos em nome do Senhor.
pe. Lorenzo Agosti
Belo
Horizonte, 31 de outubro de 2011.
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