quarta-feira, 28 de abril de 2010

Paraíso terreste: saudade ou esperança?

Introdução

Diante do relato da criação do homem e da mulher no livro do Gênesis, uma indagação faz-se pertinente: O paraíso existiu de fato ou é uma realidade futura?
Nas páginas que se seguem teremos a oportunidade de reler essa história fazendo uma relação entre o pensamento da ciência e do Magistério da Igreja, moderado pela exegese moderna.
Os pensamentos que se encontram aqui não são novos, nem são progressistas e nem modernos, mas ao contrário, são antigos e já estavam desde quando foi escrito o texto sagrado. Todavia a metodologia é atual, haja vista que cada época enxerga a realidade com seus próprios óculos.
Assim, faremos uma análise das dificuldades relativa à problemática do paraíso e do pecado do homem, bem como das respostas a estas problemáticas, a fim de que, tendo o entendimento esclarecido, seja possível a toma de atitudes concretas para a transformação da realidade que nos cerca.
A principal finalidade deste trabalho é levar as pessoas a verem com melhor clareza a história do paraíso, bem como da criação do homem e seu pecado, e libertos de certos freios que impedem que a ação da Palavra de Deus seja eficaz em nossa vida, a partir de uma leitura contextualizada na atualidade sem depreciar e/ou ignorar as suas características.

1. As dificuldades em torno do paraíso e do pecado de Adão

“O paraíso é uma confissão pública da própria responsabilidade e culpa 
diante dos males existentes no mundo; é um apelo à transformação”.

As dificuldades acerca deste tema são as mais diversas possíveis: umas nascem diante da incompreensão ao estabelecer contato com o texto e outras por causa das diferentes interpretações tanto da ciência, dos exegetas modernos bem como do Magistério da Igreja, o que gera constantes conflitos entre as partes. As interpretações das Sagradas Escrituras tornam-se relativas à medida que a mentalidade e a cultura de um povo são mudadas que se não tiverem um acompanhamento provoca o não entendimento do sentido exato dos textos sagrados.
Com essas dificuldades surgem perguntas de todo o tipo, algumas consistentes e outras imaginárias para as quais o autor do livro dá as respectivas respostas. Todavia, é preciso reconhecer a sua pertinência. Dentre as quais podemos citar o problema de um ‘antropomorfismo’ encontrado nas narrações bíblicas como, por exemplo: a relação Deus e oleiro: não diz respeito ao modo como o homem foi criado, mas diz-se da dependência radical e sua fragilidade extrema. O homem não tem destino em suas mãos; homem e pó: homem (húmus) – terra fértil. Adão e Eva (Isha) - (função materna) eram os nomes mais comuns na época. Foi um casal determinado que protagonizou a narração; serpente que fala: bem sabemos que animal nenhum fala, mais esse não é o foco do autor sagrado, senão o fato de esclarecer que a serpente deixou de ser o símbolo da religião cananéia e tornou-se ícone da força contrária a Deus, pecado de Adão e Eva e todo o gênero humano, a criação de um casal Adão e Eva.
Agora veremos as três problemáticas em suas instâncias:
a) Ciência: apresenta uma teoria que diverge do pensamento do Magistério, isto é, uma parte da teoria da Evolução imortalizada por Darwin, o que não colabora com a fundamentação do pecado original, os chamados dons preternaturais (liberdade, justiça, imortalidade) e sobrenaturais (. A bíblia é escrita por homens com uso de sua cultura, valores, crença, no seu tempo . A consequência deste caminho seria o total abandono da fé e o conflito camuflado entre as pessoas cultas e atualizadas.
b) Exegese moderna: central na exegese é a Palavra de Deus que deve impor-se à consciência humana a fim de transformar a si e a realidade. Nesta vertente a problemática encontra-se mais pautada sobre a figura do hagiógrafo com todos os seus atributos (cultura, ideologia, público-alvo,...). Sobretudo quando a sua fundamentação está baseada na ‘Tradição oral ininterrupta’ – o que humanamente falando é impossível relatar uma história de mais ou menos um milhão de anos –, ‘revelação divina’ – o que não tem nenhum fundamento, a não ser o de uma segurança psicológica, pois na Bíblia Deus não costuma revelar os detalhes da sua ação futura ou passada – e ‘o autor teria construído a sua narração com símbolos e imagens do seu tempo’ como os povos do Oriente Médio Antigo – pode a linguagem da bíblia comparar-se à linguagem mítica empregada nos demais gêneros literários dos povos antigos?Não. Todavia respostas como essas contornam o problema apelando para os milagres.
c) Magistério da Igreja: admite a criação de Adão e Eva como sendo fato histórico (Gn 2, 21-23) e com ela a teoria do homogenismo o que fundamenta o pecado original, além do que a concepção da graça natural do homem no paraíso (antes do pecado): liberdade, justiça, imortalidade, integridade (imunidade da concupiscência desordenada).
Diante dessas dificuldades podemos ter três posicionamentos:
a) Ter a flexibilidade das partes para aceitar as novas interpretações das narrações bíblicas, isto é, integração entre fé e ciência;
b) Admitir a preponderância do pensamento científico em detrimento da narração bíblica considerando-a infantil e já superada;
c) Aceitar o pensamento da ciência, sem rejeitar todo o complexo da interpretação tradicional do paraíso.
Assim podemos ter como causas num primeiro momento um conflito entre fé e ciência, entre bom senso e catecismo tradicional (fechar os olhos) e noutro uma espécie de dogmatismo ao não se admitir que nas partes exista erro. Ou o erro está na ciência ou está na Bíblia, ou seja, quem tem os óculos verdes, enxerga verde.
A narração bíblica interpretada numa ótica histórico-informativa, vem a ser um esquema tradicional que determina, antes de qualquer investigação, a nossa interpretação, tal como a ciência se apresenta hoje: lê-se o texto para enxergar informações divinamentes certas, bem como o que o autor nos quis informar sobre tais assuntos.. Por causa dessa posição, surgem as dificuldades.
Todavia, a Bíblia não se encaixa neste esquema e por isso usamos a mensagem com um fim para o qual ela não foi dada pelo seu autor. Urge, portanto trocarmos os óculos com os quais encaramos o paraíso terrestre.

2. Chaves de leitura da narração bíblica sobre o paraíso e o pecado de Adão

“Tudo que entra pela porta da vida, vivida intensamente, 
é novo e atual por mais velho e antiquado que possa parecer”.

Para descobrir o ângulo de visão do texto Bíblico é necessário lê-lo de acordo com a intenção do autor, bem como compreender a sua estrutura e forma literária, isto é, ter em mente o contexto cultural (vital) da época (“sitz im lebem”). Assim, quando se fala do paraíso, o interesse principal não é o passado enquanto tal, mas a busca pela identidade do povo de Israel, escrito para leitores contemporâneos, ou seja, situados na época do exílio 586 a.C., pois o futuro corria perigo (perda de identidade).
Por isso temos como características principais:
a) buscar a origem/raiz do mal vivenciado à luz da fé em Deus;
b) conscientizar da culpa do mal (pessoal, social);
c) despertar para ação transformadora concreta e consciente da realidade do mal. É a graça de Deus que garante toda a transformação.
Três, são os grandes temas que revelam a ideia central:
a) Gn 2, 4-25: exprime-se aqui a intenção lúcida sobre o mundo e o homem;
b) Gn 3,1-7: o pecado cometido pela mulher e o homem;
c) Gn 3,8-24: castigo divino, provocado pelo pecado, isto é, esclarece os sofrimentos na trama da vida humana.
Todavia, a percepção dos males é relativa, pois depende em grande parte, do grau de cultura. “Uma pedra no sapato é um mal só para quem usa sapatos. O mal se impõe como problema no momento em que ultrapassa o limite da tolerabilidade” (MESTERS, 2007, p.31). A consciência crítica depende do progresso, da vivência e sensibilidade que a pessoa/grupo tem.
O mal que a Bíblia constata e contesta é ambivalente e contraditório: por um lado aquilo que deveria ser um bem é motivo e instrumento de sofrimento e opressão; por outro, o homem bíblico não aceita tal ambivalência e contesta. Além do que é refletido no âmbito familiar e social.
No primeiro aspecto temos: o relacionamento entre homem e mulher: amor = dominação; vida e morte; maternidade = vida pelo sofrimento – é uma realidade que torna-se apelo de Deus à conversão. A dor que a mulher sente é sinônimo das ambivalências do mundo que podem ser curadas quando ‘o olhar estiver voltado para Deus’; terra = trabalho = sustento; animais e homens – vida versus vida; Deus e homem – o Deus amigo causa medo no homem. Já no segundo aspecto notamos que a vida familiar, para o autor sagrado, não existe separadamente da vida social mais ampla. Os capítulos de 4 a 11 lançam um olhar sobre o mundo e constata: violência e vingança (Gn 4,8); Forças superiores e divinas (Gn 6,1-2.4) e divisão versus unidade (Gn 11, 9).
Todos esses dados fazem parte da pedagogia da Bíblia na denúncia dos males, mas não só. É uma tentativa de comunicar aos outros a mesma consciência crítica, através de um processo que tem por objetivo não apenas informar, dar uma estatística, mas transformar a realidade na qual se vive. A consciência crítica que leva à transformação advém de uma fé realista no Deus de Israel, único e verdadeiro, bom e justo. Ele não quer o nosso mal e nem é dele a culpa por nossos sofrimentos. Nesta mesma ótica não é certo pensar: “Paciência, vamos aguentar! A vida é assim mesmo, como Deus quer” – de acordo com uma visão de acomodação –, mas, vivida de forma consciente, motiva a enfrentar os sofrimentos com coragem e confiança, a fim de se alcançar a transformação desejada.
É partir destes discursos que nos é apresentada a visão ‘realista’ de paraíso, que nos motiva a caminhar para uma realidade transformada e harmoniosa, uma situação de bem-estar que ilumina todo o mal. A vida no paraíso é totalmente oposta daquela vivida ou vista pelo autor do texto sagrado. O paraíso é, pois imagem-contraste da realidade; é profecia do futuro, projetada no passado: É assim que Deus gostaria que o mundo fosse. Ele não quer dominação, dor, morte, trabalho escravo e opressor, ameaça aos animais, mas é como profetiza o profeta Isaías 65, 17-25:

“Quem fizer casas, nelas vai morar, quem plantar vinhedos, dos seus frutos vai comer. Ninguém trabalhará sem proveito, ninguém vai gerar filhos para morrerem antes do tempo. Lobo e cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi, quanto à serpente, a terra será seu alimento”.

Destarte, se este não é o mundo que Deus quer, quem é causador e responsável pelo mal? Refletir sobre sua resposta nos impulsiona a buscar o caminho da conversão: mesmo tentados pela serpente, somos livres para escolher entre a árvore da vida e a do conhecimento do bem e do mal (Gn 2,16-17).
Eis o dilema: observar a Lei de Deus e ganhar a Sabedoria, a fim de encontrar em Deus a Vida ou negar a Lei e optar por assumir o cargo divino de Legislador das coisas. É a reivindicação da autonomia moral.
Uma figura interessante e polêmica no relato bíblico é a serpente. Ela é o símbolo do mal, que afasta o homem de Deus. É nela que está a origem da culpa e a raiz dos males que o povo padece. O mal provocado pela serpente, muda o relacionamento com Deus.
Deste modo percebemos que “o pecado original é uma causa atual, acionada a cada momento pelas ações livres do homem e não num passo longínquo que estaria agindo sobre o presente. Assim o pecado original não só aconteceu como acontece” (MESTERS, 2007, p. 67-68). Por isso, ninguém pode esquivar-se diante dos males da vida e da sociedade e assumir um papel de legislador, sem sentir-se corresponsável, pois todos nós temos uma parcela de culpa.
Após o pecado o homem e a mulher sentem vergonha, e constatam que estão nus (Gn 3,7). A ‘nudez’ é uma indicação biográfica e ajuda o leitor a entrar na sua própria consciência, a fim de descobrir dentro de si mesmo se ele por acaso não é Adão ou Eva. Nada tem a ver com o pecado contra o sexo. O mal entra no mundo por uma fenda muito estreita e depois se alastra, causando destruição. Porém, o adversário está neutralizado pelo poder infinito de Deus-Criador. O autor do texto sagrado tenta mostrar uma realidade que não segue as ordens da serpente, em termos práticos e não em hipóteses teóricas.
A nossa noção de criação diz-se da criação do nada: “criatio ex nihil”, porém, na Bíblia a criação segue por outra vertente. Para os antigos não era o ‘nada’, mas o caos ou a desordem total em que não era possível a vida humana (Gn 2,4-6). A criação de deu a partir da harmonia estabelecida sobre o caos. A ameaça contra a ordem provinha do próprio homem, quando pela própria liberdade, desfaz o laço com o Criador. Todavia a ordem vence a desordem. Deus introduz no caos a força da harmonia, da paz, da vida. Desse modo a missão do homem é buscar sempre essa harmonia (ordem) capaz de estabelecer a vida na terra.
Segundo esta lógica, foi o evento da Cruz que se manifestou como é tremenda e autodestruidora a força do mal. Mas pela sua ressurreição ficou provado que, com a força de deus, é possível eliminar o mal e construir o paraíso (MESTERS, 2007, p.142). Por isso, o verdadeiro Cristão é aquele que olha para a experiência de Cristo, Filho de Deus, e o segue assumindo na própria vida as conseqüências deste seguimento. Tal seguimento implica em fazer a mesma experiência pascal de Cristo: morrer com Cristo e ressurgir com Ele para uma Vida Nova, morrer para o pecado e nascer de novo. A experiência pascal associa o homem a Cristo e o capacita para enfrentar vitoriosamente o mal.
A natureza humana foi tocada por Cristo, por isso, podemos participar da condição divina. Em outras palavras, é uma busca contínua e apaixonante por aquele por quem todas as coisas foram feitas “por Ele, para Ele e Nele”. Sob o Seu exemplo, inseridos no mundo, os homens buscam conformar-se cada vez mais a sua vida para que ela seja assemelhada à de Jesus, na busca por ‘sinais’ que expressem a vontade de Deus, a fim de orientar o sentido de sua vida, ou seja, sua missão.
O paraíso (e com ele o pecado) é a narração Bíblica mais real, mais histórica e mais verdadeira, pois descreve uma história que sempre aconteceu e acontece em todos os tempos e com todos os homens. Tal história não foi escrita simplesmente para repassar uma informação, mas para despertar e provocar uma ação eficiente contra o mal.

Considerações Finais

O livro do Gênesis é uma análise que se refere à toda humanidade como os problemas mais gritantes e que se fazem atuais: desrespeito à dignidade de Filhos de Deus do ser humano; desarmonia na ótica do discurso ecológico, dentre outros, haja vista que tal livro não representa o passado em si, mas é uma leitura de uma época que se estende até a nossa era, com sugestões para que a realidade seja de fato transformada.
O enfrentamento de problemáticas, por parte do autor do livro, a saber: monogenismo , teoria que sustenta o pecado original, ainda que como apenas um fato histórico passado, mas que tem sua repercussão para os nossos dias atuais pelo fato de ter quebrado a ‘semelhança’ (conceito moral e dinâmico) com Deus; evolucionismo e a criação do nada , mostra elementos que não são novos, mas são analisados de maneira atual, quer ser uma colaboração para uma reestruturação da história do paraíso.
A causa última de tudo está no homem. Por isso deve-se ter a consciência de que somos todos solidários, uns com os outros, no bem e no mal. Todavia, a perseverança e foco na luta para que o mal desapareça e reine a paz sobre nós e nossos filhos. Ao pensar Adão e Eva como sendo presentes em cada um de nós, a problemática acerca daqueles, que representaram à sua época, toda a humanidade, torna-se dinâmica e atual. Desse modo, o pecado, bem como todas as outras ambivalências, deve ser posto numa constante atualização, pois o texto sagrado exige que demos um passo além, a fim de que a Palavra frutifique.
À pergunta levantada no início temos como resposta que o paraíso não foi destruído e enquanto lugar (físico-geográfico) nunca existiu e não existe. É, portanto, uma esperança (escatológica). O que existe é a possibilidade de o homem, com a ajuda divina, de realizar a paz universal simbolizada pelo jardim maravilhoso. Deus caminha com o homem na sua história. Jesus Cristo é o Filho de Deus que tornou-se para nós caminho, verdade e vida que nos leva da morte para a vida eterna em Deus, na felicidade plena.
Contemplar o paraíso hoje significa pensar no desenvolvimento em todos os setores de uma nação, por exemplo: tudo é de todos. A produção teria como fim o bem-estar e não o lucro.
Portanto, a história do paraíso continua sendo válida, pois é base para uma releitura da nossa história de forma consciente, crítica e transformadora.

Ir. Thiago Cristino, FMI
Estudante de Teologia
Contato: t.cristino@yahoo.com.br 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

FICAR OU SAIR DA IGREJA?



"A unidade da Igreja é um sinal de que todas as forças que fragmentam e dispersam são derrotadas em Cristo. O cristianismo não é uma espiritualidade vaga, mas sim uma religião da encarnação, em que as verdades mais profundas assumem a forma física e às vezes institucional."






Essa é a opinião de Timothy Radcliffe, teólogo e frei dominicano e ex-Mestre Geral da Ordem Dominicana, em artigo para a revista inglesa The Tablet, 10-04-2010.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o artigo.

Novas revelações de abusos sexuais por padres na Alemanha e na Itália provocaram uma onda de raiva e de desgosto. Eu recebi e-mails de pessoas de toda a Europa perguntando como eles ainda podem ficar na Igreja. Eu até recebi um formulário com o qual poderia renunciar à minha participação na Igreja. Por que ficar?

Primeiro, por que ir? Algumas pessoas sentem que não podem mais ficar associadas a uma instituição que é tão corrupta e perigosa para as crianças. O sofrimento de tantas crianças é de fato horroroso. Elas devem ser a nossa primeira preocupação. Nada do que vou escrever pretende, de forma nenhuma, diminuir nosso horror diante do mal dos abusos sexuais. Mas as estatísticas para os EUA, do John Jay College of Criminal Justice de 2004, indicam que o clero católico não causou mais ofensas do que o clero casado de outras Igrejas.

Algumas pesquisas apresentam até um nível menor de transgressões por parte dos padres católicos. Eles são menos propensos a cometer transgressões do que professores leigos de escolas, e talvez essa probabilidade em comparação à população em geral seja até a metade. O celibato não leva as pessoas ao abuso de crianças. É simplesmente uma inverdade imaginar que deixar a Igreja para ir a outra denominação deixaria nossos filhos mais seguros. Devemos encarar o terrível fato de que o abuso de crianças está espalhado em todas as partes da sociedade. Fazer da Igreja um bode expiatório seria um forma de encobrimento.

Mas e os encobrimentos dentro da Igreja? Nossos bispos não foram chocantemente irresponsáveis ao transferir os abusadores de um lado para o outro, não os denunciando à polícia e, assim, perpetuando os abusos? Sim, às vezes. Mas a grande maioria desses casos remonta aos anos de 1960 e 1970, quando os bispos geralmente consideravam os abusos
sexuais como um pecado em vez de uma condição patológica também, e quando os advogados e psicólogos comumente lhes tranquilizavam dizendo que era seguro transferir os padres depois do tratamento. É injusto projetar ao passado uma consciência de natureza e de seriedade dos abusos sexuais que simplesmente não existia então. Foi apenas a ascensão do feminismo no final da década de 70 que, ao jogar luz sobre a violência de alguns homens contra mulheres, nos alertou sobre o terrível dano cometido contra crianças vulneráveis.

Mas e o Vaticano? O Papa Bento XVI assumiu uma linha forte ao abordar essa questão como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e assim que se tornou Papa. Agora, os dedos estão apontados contra ele. Parece que alguns casos denunciados à Congregação sob a sua guarda não foram tratados. A credibilidade do Papa não está minada? Há manifestantes em frente à Basílica de São Pedro pedindo sua renúncia. Eu estou moralmente certo de que ele não carrega nenhuma culpa aqui.

Geralmente se imagina que o Vaticano seja uma organização ampla e eficiência. De fato, ele é muito pequeno. A Congregação para a Doutrina da Fé emprega 45 pessoas, lidando com questões doutrinárias e disciplinares de uma Igreja que tem 1,3 bilhão de membros, 17% da população do mundo e cerca de 400 mil padres. Quando eu tive contato com a Congregação como Mestre da Ordem Dominicana, ficava óbvio que eles estavam se esforçando para dar conta. Os documentos passavam despercebidos. O cardeal Joseph Ratzinger lamentou comigo que a equipe era simplesmente muito pequena para o trabalho.

As pessoas estão furiosas com a falha do Vaticano em abrir seus arquivos e oferecer explicações sobre o que aconteceu. Por que ele é tão secreto? Católicos com raiva e dor sentem-se no direito de ter um governo transparente, e eu concordo. Mas devemos, em justiça, compreender por que o Vaticano é tão autoprotetor. Houve mais mártires no século XX do que em todos os séculos anteriores somados. Bispos e padres, religiosos e leigos foram assassinados no Leste Europeu, nos países soviéticos, na África, na América Latina e na Ásia.

Muitos católicos ainda sofrem prisões e morte por causa de sua fé. Claro, o Vaticano tende a acentuar a confidencialidade: isso foi necessário para proteger a Igreja de pessoas que desejavam destruí-la. Então, é compreensível que o Vaticano reaja agressivamente a demandas por transparência e que leia os pedidos legítimos por abertura como uma forma de perseguição. E alguns integrantes da mídia desejam realmente, sem dúvida, prejudicar a credibilidade da Igreja.

Mas temos uma dívida de gratidão para com a imprensa pela sua insistência para que a Igreja encare suas falhas. Se não fosse pela mídia, então esses abusos vergonhosos permaneceriam sem ser discutidos.

A confidencialidade também é uma consequência da insistência da Igreja sobre o direito de todos os acusados a manterem seu bom nome até que sejam provados culpados. Isso é muito difícil de entender para a nossa sociedade, cuja mídia destrói a reputação das pessoas sem nem pensar.

Por que ir embora? Se é para encontrar um porto mais seguro, uma Igreja menos corrupta, então eu acho que você vai ficar desapontado. Eu também almejo um governo mais transparente, um debate mais aberto, mas o segredo da Igreja é compreensível e às vezes necessário. Entender nem sempre é fechar os olhos, mas é preciso se queremos agir com justiça.

Por que ficar? Eu devo colocar minhas cartas sobre a mesa. Mesmo que a Igreja fosse obviamente pior do que outras Igrejas, eu ainda assim não iria embora. Eu não sou católico porque a nossa Igreja é a melhor, ou mesmo porque eu gosto do catolicismo. Eu realmente amo muitas coisas da minha Igreja, mas existem aspectos dela que eu não gosto. Eu não sou católico por causa de uma opção de consumo em um "Waitrose" ao invés de um "Tesco" eclesiásticos [marcas de supermercado ingleses], mas sim porque eu acredito que ela encarna algo que é essencial ao testemunho cristão da Ressurreição: a unidade visível.

Quando Jesus morreu, sua comunidade se dividiu. Ele havia sido traído, negado, e muitos de seus discípulos fugiram. Foram principalmente as mulheres que o acompanharam até o fim. No Dia da Páscoa, ele apareceu aos discípulos. Essa foi mais do que uma ressuscitação física de um cadáver.

Nele, Deus triunfou sobre tudo o que destrói a comunidade: pecado, covardia, mentiras, incompreensão, sofrimento e morte. A Ressurreição se tornou visível ao mundo por meio da visão impressionante do renascimento de uma comunidade. Aqueles covardes e negadores foram reunidos novamente. Eles não eram um grupo honrado, e se envergonharam por aquilo que haviam feito, mas novamente eram um. A unidade da Igreja é um sinal de que todas as forças que fragmentam e dispersam são derrotadas em Cristo.

Todos os cristãos são um no Corpo de Cristo. Eu tenho o mais profundo respeito e afeto pelos cristãos de outras Igrejas que me alimentam e inspiram. Mas essa unidade em Cristo precisa de uma encarnação visível. O cristianismo não é uma espiritualidade vaga, mas sim uma religião da encarnação, em que as verdades mais profundas assumem a forma física e às vezes institucional. Historicamente, essa unidade encontrou o seu foco em Pedro, a Rocha de Mateus, Marcos e Lucas e o pastor do rebanho do evangelho de João.

Desde o começo e ao longo da história. Pedro muitas vezes foi uma rocha vacilante, uma fonte de escândalo, corrupta, e mesmo assim ele é o escolhido – e seus sucessores –, cuja tarefa é nos manter unidos, de forma que possamos testemunhar a vitória de Cristo no Dia da Páscoa sobre o poder de divisão do pecado. E assim a Igreja está grudada em mim independentemente do que acontecer. Podemos até nos envergonhar em admitir que somos católicos, mas Jesus teve companhias vergonhosas desde o começo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Muito mais que pedofilia

(Foto meramente ilustrativa)

As notícias sobre pedofilia, envolvendo membros do clero, difundiram-se de modo insistente. Tristes fatos, infelizmente, existiram no passado e existem no presente; não preciso discorrer sobre as cenas escabrosas de Arapiraca... A Igreja vive dias difíceis, em que aparece exposto o seu lado humano mais frágil e necessitado de conversão. De Jesus aprendemos: “Ai daqueles que escandalizam um desses pequeninos!” E de S.Paulo ouvimos: “Não foi isso que aprendestes de Cristo”.

As palavras dirigidas pelo papa Bento XVI aos católicos da Irlanda servem também para os católicos do Brasil e de qualquer outro país, especialmente aquelas dirigidas às vítimas de abusos e aos seus abusadores. Dizer que é lamentável, deplorável, vergonhoso, é pouco! Em nenhum catecismo, livro de orientação religiosa, moral ou comportamental da Igreja isso jamais foi aprovado ou ensinado! Além do dano causado às vítimas, é imenso o dano à própria Igreja.

O mundo tem razão de esperar da Igreja notícias melhores: Dos padres, religiosos e de todos os cristãos, conforme a recomendação de Jesus a seus discípulos: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que eles, vendo vossas boas obras, glorifiquem o Pai que está nos céus!” Inútil, divagar com teorias doutas sobre as influências da mentalidade moral permissiva sobre os comportamentos individuais, até em ambientes eclesiásticos; talvez conseguiríamos compreender melhor por que as coisas acontecem, mas ainda nada teríamos mudado.

Há quem logo tem a solução, sempre pronta à espera de aplicação: É só acabar com o celibato dos padres, que tudo se resolve! Ora, será que o problema tem a ver somente com celibatários? E ficaria bem jogar nos braços da mulher um homem com taras desenfreadas, que também para os casados fazem desonra? Mulher nenhuma merece isso! E ninguém creia que esse seja um problema somente de padres: A maioria absoluta dos abusos sexuais de crianças acontece debaixo do teto familiar e no círculo do parentesco. O problema é bem mais amplo!

Ouso recordar algo que pode escandalizar a alguns até mais que a própria pedofilia: É preciso valorizar novamente os mandamentos da Lei de Deus, que recomendam atitudes e comportamentos castos, de acordo com o próprio estado de vida. Não me refiro a tabus ou repressões “castradoras”, mas apenas a comportamentos dignos e respeitosos em relação à sexualidade. Tanto em relação aos outros, como a si próprio. Que outra solução teríamos? Talvez o vale tudo e o “libera geral”, aceitando e até recomendando como “normais” comportamentos aberrantes e inomináveis, como esses que agora se condenam?

As notícias tristes desses dias ajudarão a Igreja a se purificar e a ficar muito mais atenta à formação do seu clero. Esta orientação foi dada há mais tempo pelo papa Bento XVI, quando ainda era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Por isso mesmo, considero inaceitável e injusto que se pretenda agora responsabilizar pessoalmente o papa pelo que acontece. Além de ser ridículo e fora da realidade, é uma forma oportunista de jogar no descrédito toda a Igreja católica. Deve responder pelos seus atos perante Deus e a sociedade quem os praticou. Como disse S.Paulo: Examine-se cada um a si mesmo. E quem estiver de pé, cuide para não cair!

A Igreja é como um grande corpo; quando um membro está doente, todo o corpo sofre. O bom é que os membros sadios, graças a Deus, são a imensa maioria! Também do clero! Por isso, ela será capaz de se refazer dos seus males, para dedicar o melhor de suas energias à Boa Notícia: para confortar os doentes, visitar os presos nas cadeias, dar atenção aos abandonados nas ruas e debaixo dos viadutos; para ser solidária com os pobres das periferias urbanas, das favelas e cortiços; ela continuará ao lado dos drogados e das vítimas do comércio de morte, dos aidéticos e de todo tipo de chagados; e continuará a acolher nos Cotolengos criaturas rejeitadas pelos “controles de qualidade” estéticos aplicados ao ser humano; a suscitar pessoas, como Dom Luciano e Dra. Zilda Arns, para dedicarem a vida ao cuidado de crianças e adolescentes em situação de risco; e, a exemplo de Madre Teresa de Calcutá, ainda irá recolher nos lixões pessoas caídas e rejeitadas, para lavar suas feridas e permitir-lhes morrer com dignidade, sobre um lençol limpo, cercadas de carinho. Continuará a mover milhares de iniciativas de solidariedade em momentos de catástrofes, como no Haiti; a estar com os índios e camponeses desprotegidos, mesmo quando também seus padres e freiras acabam assassinados.

E continuará a clamar por justiça social, a denunciar o egoísmo que se fecha às necessidades do próximo; ainda defenderá a dignidade do ser humano contra toda forma de desrespeito e agressão; e não deixará de afirmar que o aborto intencional é um ato imoral, como o assassinato, a matança nas guerras, os atentados e genocídios. E sempre anunciará que a dignidade humana também requer comportamentos dignos e conformes à natureza, também na esfera sexual; e que a Lei de Deus não foi abolida, pois está gravada de maneira indelével na coração e na consciência de cada um.

Mas ela o fará com toda humildade, falando em primeiro lugar para si mesma, bem sabendo que é santa pelo Santo que a habita, e pecadora em cada um de seus membros; todos são chamados à conversão constante e à santidade de vida. Não falará a partir de seus próprios méritos, consciente de trazer um tesouro em vasos de barro; mas, consciente também de que, apesar do barro, o tesouro é precioso; e quer compartilhá-lo com toda a humanidade. Esta é sua fraqueza e sua grandeza!


Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Artigo publicado em O ESTADO DE SÃO PAULO, ed. 11. 04.2010





terça-feira, 6 de abril de 2010

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,
            Hoje é Domingo de Ramos e estamos nos aproximando do dia 1° de abril, aniversário da santa morte do nosso beato Padre Fundador. Em 1849, o dia 1° de abril foi Domingo de Ramos.
Portanto, queremos vivenciar estes dias da Semana Santa com uma referência central ao mistério pascal do Senhor, mas também com a recordação viva do momento culminante do dom da vida que padre Pavoni fez ao Senhor e aos jovens a ele confiados.

O exemplo do Padre Fundador…

Estava se desenrolando o drama das “X Jornadas” de Bréscia[1]. A escolha do Padre Fundador em acompanhar a Saiano os seus jovens não foi uma fuga das violências da cidade, mas foi assumir a responsabilidade do destino deles e partilhar os perigos que os ameaçava.
Pode-se dizer que toda a sua vida, imbuída por uma profunda fé, foi caracterizada pela partilha do destino do seu povo. A consequência das guerras ligadas às vicissitudes de Napoleão tinha deixado uma sequela pesada de órfãos e de empobrecimento dos recursos naturais, culminada na tremenda carestia de 1816/1817. Padre Pavoni não ficou indiferente, mas no que lhe tocava,  assumiu a responsabilidade de dividir o quanto possuía com os mais pobres e socorrer os jovens que se encontrtavam em maior necessidade. Esta escolha o levou a encaminhar iniciativas de cunho social, em nível educativo e profissional, que marcarão o desenvolvimento do mundo do trabalho na idade contemporânea. E quando, em 1836, o cólera estorou em Bréscia, ele abriu as portas do seu Instituto a quantos ficaram sem apoio familiar, duplicando o número de jovens internos.

… para os nossos dias

A sensibilidade do Padre Fundador e o seu envolvimento nos dramas do tempo, guiado por  motivos de fé e de autêntica “compaixão” para com os mais sofredores e infelizes, são uma herança  significativa para a Congregação também nos nossos dias.
A seu exemplo, como Família pavoniana somos interpelados pelas circunstâncias nas quais nos encontramos, caracterizadas por uma crise econômica e financeira em nível mundial, que agravou ainda mais as condições de vida dos povos e dos núcleos familiares mais pobres, com o aumento do desemprego, que torna mais duro o presente e mais incerto o futuro. Diante de uma situação de tantos sofrimento não podemos ficar indiferentes; pelo contrário, somos estimulados a assumir um estilo de vida mais sóbrio e a detectar possíveis iniciativas de solidariedade, afins com o nosso carisma.

Religiosos e leigos: partilhar para realizar os sinais de caridade e de esperança

Nesta perspectiva o tema do ano, comunidade unida com os leigos, pede-nos que não fiquemos hesitantes, e sim intensifiquemos o caminho de construção da Família pavoniana, inclusive para responder às urgências do tempo presente. O crescer como religiosos e leigos unidos na realidade da Família pavoniana não é tanto uma experiência que se reduz a melhores relações recíprocas, quanto um reforçar da nossa missão, à luz do carisma pavoniano. Diante de um mundo cheio de contradições que pede justiça e salvação, envolvidos no projeto de Cristo e no mistério do seu reino e participantes da missão da Igreja, religiosos e leigos, como herdeiros do carisma de padre Pavoni, somos chamados a fazer a nossa parte, conforme o momento presente nos pede.
O Documento capitular nos convida a redescobrir, junto com a Igreja do terceiro milênio, o modo “novo” de seguir Jesus “em uma lógica de comunhão, que valoriza a diversidade e a complementaridade dos carismas e promove o despertar das energias latentes no laicato e na própria vida religiosa … A consciência da nossa vocação específica e a acolhida plena da vocação dos leigos contribuem para uma verdadeira e significativa conversão das nossas comunidades locais e dão impulso ao sentido profético da missão pavoniana” (2.1.a). Tomamos consciência de que todos devemos dar passos para nos abrir a esta perspectiva: nós religiosos em ser mais unidos e criativos e em acolher de boa vontade a inserção e a contribuição dos leigos; vocês leigos, em perceber a presença de vocês como participação no espírito e no carisma pavoniano e em colaborar com o esforço de consolidar e de dar asas à missão do Fundador. Espírito de fé, caridade, respeito recíproco, humildade, partiha, corresponsabilidade: são algumas das características exigidas para construir a Família pavoniana sobre um fundamento sólido.

Passos concretos para o crescimento da Família pavoniana

A realidade da Família pavoniana cresceu e está se desenvolvendo positivamente, embora não do mesmo modo nas diversas comunidades da Congregação. Lembro os passos que considero oportunos de serem dados para dar vida e ânimo à Família pavoniana, sobretudo, para quem está ainda na busca de como caminhar eficazmente nesta direção.
O primeiro passo consiste em um maior conhecimento recíproco entre religiosos e todos os leigos que colaboram com a missão da comunidade ou que de qualquer modo estão próximos dela.  Junto às circunstâncias já bem consolidadas de encontro (Imaculada, 24 horas de adoração, 28 de maio, etc.), pode ser útil organizar outros dois/três momentos durante o ano, nos quais oferecer ocasião aos religiosos e aos leigos para se conhecerem, trocarem experiências, proporem sugestões para um caminho de maior comunhão e colaboração em vista da missão comum.
Um segundo passo leva a quanto já foi sugerido pelo Documento base: realizar como comunidade, para os leigos que desejem, um encontro pelo menos mensal, para aprofundar o caminho de conhecimento, de formação, de envolvimento na missão realizada pela casa.
Daqui, pode-se chegar a um terceiro passo, que vai em uma dupla direção: a intensificação, por uma parte, da participação na vida da comunidade (oração, momentos de encontro, de comunhão e de serviço, etc.) e, por outra, a identificação de iniciativas para consolidar as atividades já desenvolvidas pela comunidade ou para encaminhar novas, dando vida a sinais de caridade e de esperança para quem está necessitado, como encarnação no hoje do carisma pavoniano. O nosso Fundador sustente a todos nós na coragem de nos abrir a estes novos horizontes, tornando-nos conscientes e disponíveis diante das necessidades dos tempos e confiantes na ação da Providência de Deus.

Abril e maio: dois meses “pavonianos”

Estão diante de nós os meses de abril e de maio, que podemos considerar, de bom direito,  particularmente “pavonianos”. Inicia-se com o dia 1° de abril, com a recordação da morte de padre Pavoni, em Saiano, para chegar ao dia 14 de abril, aniversário da sua beatificação, em  2002, indo até o dia 28 de maio, festa litúrgica do Fundador, precedida pelas 24 horas de adoração, este ano no dia  22 de maio.
Neste mês de abril, outras circunstâncias interessam a nossa agenda.
A Páscoa jovem, de 1° a 4, em Maggio para a Itália, em Valladolid para a Espanha. A reunião do Conselho geral (8-10). A 11° Caminhada Pavoniana de Bréscia a Saiano, sábado, dia 17. No mesmo dia, a XVIII Assembleia da Família pavoniana da Espanha, em S. Sebastián, no 25° ano da atividade educativa nesta cidade. A peregrinação a Ars, organizada pela Província italiana (20-22). De 23 a 30, estarei  em visita às comunidades de Asmara, na Eritrea.
Lembro ainda e peço calorosamente que participem das Jornadas de sensibilização vocacional, previstas para para as regiões da Itália e Espanha, em Lonigo, de 7 a 9 de maio. Preparemo-nos para elas também com a celebração do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no IV domingo de Páscoa, no dia 25 de abril. Confiemos, de modo especial, esta intenção a Maria, que festejaremos com o título de Mãe do Bom Conselho, no dia 26 (27 na Espanha).
Que a Páscoa do Senhor seja sinal eficaz do amor misericordioso de Deus para nós todos e para toda a humanidade. Chegue a cada um os meus votos no Senhor morto e ressuscitado, nossa salvação e esperança.
                                                        pe. Lorenzo Agosti

 Tradate, 28 de março de 2010, Domingo de Ramos.



[1] Episódio da luta de libertação das cidades italianas do domínio do Império Austro-húngaro.

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

Total de visualizações de página

Quem sou eu?

Minha foto
Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.