Pe. Lorenzo Agosti, superior geral dos pavonianos |
Sede operativa da Cúria Geral
Rua Ludovico Pavoni,2 – 21049 TRADATE (Varese)
Aos Superiores
provinciais
do Brasil, Itália e
Espanha
Caríssimos,
comunico a vocês e, por vosso
meio, a todas as comunidades da Congregação, a nomeação das Diretorias
provinciais, realizada na reunião do Conselho geral dos dias de 14 a 21 de
setembro.
PROVÍNCIA DO BRASIL
Superior
provincial pe. Gabriel
Crisciotti
Conselheiros
provinciais pe. Domingos Rodrigues
Zati, vigário provincial
pe. Renzo Flório, terceiro conselheiro
pe. André Callegari, quarto conselheiro
INSTITUTO
DOS FILHOS DE MARIA IMACULADA (Pavonianos)
PROVÍNCIA DO BRASIL
CÚRIA PROVINCIAL
CÚRIA PROVINCIAL
Leitura do profeta Ageu
(Ag 1.2-7)
Isto diz o Senhor dos exércitos: Este povo diz: Ainda não chegou o momento de
edificar a casa do Senhor. A palavra do Senhor foi assim dirigida, por
intermédio do profeta Ageu: Acaso para vós
é tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa está em ruínas?
Isto diz o Senhor dos exércitos: Considerai,
com todo o coração, a conjuntura que estais passando: tende semeado muito e
colhido pouco;tendes vos alimentados e não vos sentis satisfeitos, bebeis e não
vos embriagueis; estais vestidos e não vos aqueceis; quem trabalha por salário
guarda-o em saco roto. Isto diz o Senhor dos exércitos: Considerai com todo o coração, a difícil
conjuntura que estais passando: mas subi ao monte, trazei madeira e edificai a
casa; ela me será aceitável, nela me glorificarei, diz o Senhor.
Prezados irmãos,
paz e bem!
A comunicação
dos cargos da Diretoria, Provincial e Conselho provincial, até o próximo
Capítulo, chegou nestes dias nos quais a Palavra de Deus proclamada na
Celebração Eucarística nos convida a ler a experiência dos israelitas que
voltam do exílio e, ao mesmo tempo, a lembrar da parábola de domingo último que
tratava dos trabalhadores da vinha.
Hoje ouvimos o
profeta Ageu que estimula seus patrícios a reconstruir o Templo, trecho que
coloquei na introdução deste escrito. Quero partilhar com vocês a minha
reflexão e espero que haja outros que ajudem a aprofundar o texto. O aceno à conjuntura que estais passando é um
convite a refletir sobre o momento particular vivenciado: volta das terras do
além Eufrates, em grupos, entrada em uma terra sonhada, mas sobre a qual ainda
não tinham feito uma experiência de vida, em nome de um Projeto de Deus, ao
qual eles querem participar: tornar-se
sinal do Deus que mora em Jerusalém (Esd 1,3). A realidade é bem diferente
da poesia e dos sonhos. A tentação é pensar cada um em si mesmo e deixar para
depois a realização do que motivou esta volta. A construção do Templo se torna
para o profeta o símbolo da edificação da nova comunidade.
Foram
escolhidos os novos responsáveis. Como medida de boa educação vale a pena
enviar cumprimentos, felicitações: agora a tarefa fica por conta deles.
Talvez, ao
contrário, seja a ocasião de fazer um pequeno exame de consciência, porque, às
vezes, caímos na tentação de nos interessar das nossas coisas, tempo de morar em casas revestidas de
lambris, enquanto esta casa, a
comunidade, está em ruína. Quando
trata-se dos nossos interesses somos impacientes, as coisas nunca aparecem
serem resolvidas logo; os interesses de Deus, da comunidade, podem esperar.
Para a televisão, para a Internet, para o nosso lazer e o nosso descanso sempre
existe tempo. É verdade, estas coisas, aos dias de hoje, são também necessárias.
Mas se olharmos dentro de nós com sinceridade, diante do Senhor, devemos
admitir que nem sempre os motivos proclamados para defesa, são aqueles que nos
levam a motivar as nossas escolhas. A falta de comprometimento, o não ter um
Projeto de vida claro, o não assumir responsabilidades, com o medo de fracassar....
e aí entra o problema da nossa autoestima, o não querer sujar a camisa além de
um certo limite (o que vão dizer depois os outros?), o nosso individualismo que
custa em aceitar partilhar com os que chamamos de irmãos. Talvez seja um pouco
pessimista, mostrando assim de não querer confiar nas pessoas. Não quero ser
moralista. Mas existem escolhas de fundo que condicionam o nosso estilo de
vida.
É interessante
a constatação feita no final: tende semeado
muito e colhido pouco;tendes vos alimentados e não vos sentis satisfeitos,... É
bom refletir sobre o nosso comportamento: é uma vida de não verdadeiras
satisfações. Não se alcança nem sucesso,nem alegria: falta a coisa mais
importante. Não procuramos a motivação do porque somos religiosos: chamados para se envolver num Projeto do
Senhor.
E
aqui entra outra reflexão que fiz no domingo. Nós somos os trabalhadores da
primeira hora, e, infelizmente, os nossos
pensamentos não são como os pensamentos do Senhor, os nossos caminhos não são
como os caminhos dele (Is 55,8-9). Exigimos uma posição de privilégio.
Talvez nos faltem os conhecimentos do mercador que vende tudo para comprar
aquela pérola que encontrou. É a alegria de entrar em um Projeto e de levá-lo a
frente com Ele e com os irmãos, sabendo que devemos construí-lo, peça por peça
e, às vezes, sem ter o desenho já pronto. É um desafio, é o suportar o cansaço e o calor o dia intero.
Os outros não servem para me comparar, mas para ser feliz quando consigo que alguns
deles participem da empreitada.
Tudo isto e
muito mais, me veio na cabeça nestes dias. Estou preocupado com a Comunidade, a edificação da casa do Senhor.
Prezados
irmãos, nestes três anos seremos convidados a trazer madeira e edificar a casa .Não temos outra escolha. É o
desafio da proposta de Cristo. Não existe ninho onde a gente possa se acomodar.
Ou vamos participar a esta empreitada, que certamente é emocionante, ou, se
alguém acha difícil demais e não quer se envolver, é melhor sair e continuar a
construir a própria casa revestida de
lambris. Devemos encontrar meios para nos encontrar, para superar as
arestas, nos alegrar construindo juntos. E os que pegaram de manhã deverão entender e se alegrar com os que chegam
depois, basta que aceitem trabalhar, de verdade, na vinha.
Serão os anos
nos quais os jovens irão assumir mais diretamente as próprias
responsabilidades. Anos em que a colaboração com os da Família pavoniana e com
os leigos deverá se tornar essencial para a transmissão do nosso carisma na
Igreja e na sociedade. Cuidado em não repetir os erros que, às vezes,
encontramos na geração passada e que lastimamos. O poder como serviço: uma área
na qual será necessário encontrar medidas de avaliação, as mais objetivas
possíveis, sem medo de deixar que o bisturi penetre na própria carne e nos
liberte para a vida. Desde já deveremos encontrar oportunidades que nos ajudem
a isto.
Somos uma
comunidade pequena. Como fazer para aprender a conviver em poucos e, ao mesmo
tempo, a experimentar e a estarmos abertos ao encontro com os outros, para
construímos fraternidade, mesmo vivendo longe fisicamente?
Tudo isto nos
deve levar a aprender a ser livres. Livres para escolher. Mas antes será
necessário entender o peso dos valores em jogo e agir com consequência.Teoricamente
eu deveria testemunhar um Projeto de Deus no qual estou envolvido junto com os
meus irmãos e ao qual deveria estar disposto a condicionar outras escolhas
minhas. Faço profissão de acolher uma Regra de Vida: a dos pavonianos. É isto mesmo?
Não é possível vivenciar a Comunidade na alegria e no dom se não me envolvo de maneira
concreta na rotina diária onde eu vivo, a começar pelo louvor a Deus, ao
partilhar na Ceia do Senhor e no encontro da refeição, no recreio, na atividade
e nos sonhos.
Mais uma etapa
da caminhada. Peço que rezemos juntos para termos a coragem de refletir juntos,
de nos encontrarmos, de colocar as mãos na massa, cada um de acordo com as
próprias responsabilidades. Os que foram escolhidos para a responsabilidade da
Direção, como testemunhas verdadeiras e sinceras, mesmo na fragilidade de cada
um. Não vamos desperdiçar esta nova ocasião: Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado;invocai-o, enquanto ele está
perto...
Belo
Horizonte, 22 de setembro de 2011
Pe.
Gabriel
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