Pe. Lorenzo Agosti, Superior geral da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada - FMI - Pavonianos - |
Caríssimos
irmãos e leigos da Família pavoniana,
todos,
também quem não participou pessoalmente, fomos atingidos favoravelmente pelo
evento da Jornada Mundial da Juventude, que se realizou em agosto, em Madri, na
Espanha. Unidos a tantos jovens provenientes de toda parte do mundo, havia
também um grupo significativo de italianos e de espanhois, unidos pelo nome de “Pavonianos” e acompanhados por alguns
dos nossos religiosos, animadores, na Itália e na Espanha, da pastoral juvenil
e vocacional. A nossa esperança é que a forte e extraordinária experiência
vivida se torne para os participantes um incentivo no seu caminho de fé e de
vida cristã e na sua simpatia e proximidade ao “mundo” pavoniano.
O
evento da JMJ é também para a nossa Congregação um estímulo a mais para
preparar e para viver o iminente “Ano da
missão educativa pavoniana” como uma oportunidade para aprofundar as motivações
e para consolidar a realização do nosso carisma em favor dos jovens de hoje, a
exemplo do Padre Fundador.
“Fortes da fortaleza de Deus …”: mais um triênio à nossa frente
Com
este mês, inicia-se um novo triênio do caminho da nossa Congregação. Renovam-se
os cargos provinciais e se revê e se relança a programação que interessa à vida
de cada Província. Este recomeço pode ser uma ocasião propícia para dar novo
vigor à concretização do Documento do último Capítulo geral, re-escrito na Programação
geral, que continua sempre como ponto de referência no período que estamos vivendo.
Cada
um de nós, independentemente da obrigação que lhe é confiada, é chamado a dar a
própria contribuição com disponibilidade e com responsabilidade, porque a
Congregação é a nossa família. E o melhor modo para demonstrar amor à própria
família é não ficar como espectadores do trabalho dos outros, mas se sentir
protagonistas, junto com todos os outros, na realização do projeto comum,
colaborando assim com o desígnio de Deus para a nossa Família pavoniana. Se cada
um, com fé e dedicação, cumpre a própria parte, a parte que lhe toca, em sinergia
e complementaridade com os próprios irmãos, poderemos, com a ajuda de Deus,
alcançar os resultados de santidade, de comunhão e de eficácia apostólica que trazemos
no coração e que a Igreja e os jovens esperam de nós.
Tanto
mais que este recomeço, sobretudo na Itália e na Espanha, tem também a ver com
muitos irmãos que neste mês mudam de comunidade ou de atividade. Esta situação,
juntamente com uma previsível e desejável renovação pessoal e comunitária, pode
comportar também esforço e alguma dificuldade: seja no íntimo de cada irmão,
seja em nível da comunidade, ela deve encontrar novos equilíbrios.
Justamente
por isto, renovo o convite para enfrentar esta passagem com muita atenção, criando
as condições favoráveis para a mais eficaz inserção de cada irmão. Ao mesmo
tempo, solicito encaminhar prontamente a redação da programação comunitária;
vale dizer, a elaborar um sólido e coerente projeto de vida, segundo as indicações
da nossa Regra, que de ano em ano somos chamados a encarnar sempre melhor.
A
este propósito, remeto às indicações práticas para uma válida programação anual
que já anexei à carta de setembro de 2009 e que lembrei também na carta de
setembro de 2010.
Além
disso, em um primeiro anexo à presente carta, permito-me reunir algumas
propostas concretas que já foram assinaladas no passado aqui e ali e que dizem
respeito à oportunidade de um maior envolvimento de toda a comunidade religiosa
com os leigos colaboradores e com os destinatários da nossa missão
(adolescentes, jovens, fiéis, etc.).
Estas
propostas também fazem parte da tomada de consciência que a comunidade é
chamada a fazer e das iniciativas a organizar, para responder às exigências
contidas no Documento capitular.
“…
demos futuro à missão pavoniana”: formar
comunidade, ou melhor, ser comunidade
A
atenção à vida de comunidade não é fim em si mesma, mas está orientada à
missão, isto é, a dar consistência, atualidade e futuro à “missão pavoniana”. Todavia, esta finalidade não é realizável de
modo significativo e na lógica do carisma que nos é oferecido, sem uma
consistente vida de comunhão. Como podemos levar Cristo aos jovens (e às famílias
e à sociedade) e como, com Cristo, podemos levar amor, justiça, trabalho, fraternidade,
esperança e futuro? Como? Como comunidade, como Família pavoniana. Isto
significa e comporta três dimensões ligadas entre si:
-
ser centro de irradiação de fé, de vida segundo o evangelho;
-
ser testemunha de comunhão fraterna;
-
ser concretização de um serviço, dirigido em particular aos jovens, realizado
por amor.
Formar
comunidade, ou melhor, ser comunidade deste modo, como nos pede a Regra de Vida
(seguindo o evangelho e o Padre Fundador), é utopia ou caminho possível, mesmo
se difícil e realizável somente com a graça de Deus, além da nossa constante
colaboração?
Este
é o desafio do evangelho e da nossa vocação.
Por
que também nós somos frequentemente levados a raciocinar e a assumir atitudes
que não estão de acordo com o evangelho. Por exemplo: “Aquela pessoa me fez uma grosseria ou me ofendeu; jamais me esquecerei
por toda a vida”. “Aquela pessoa me
recusou um favor; se me pedir algo responderei o que merece”. “Aquele jovem me está aborrecendo; vou
afastá-lo de mim”. … Mas, o que se lê no evangelho? “Se amais os que vos amam, que recompensa tereis? … E se saudais apenas
os vossos irmãos, o que fazeis de mais?” (Mt 5, 46-47; cf. Lc 6, 32-34). A “lectio divina” que fazemos semanalmente sobre
a palavra de Deus não tem como objetivo elaborar e partilhar reflexões
especiais ou fantasiosas, mas ajudar a compreender e a viver a palavra de Deus
que escutamos cada dia: para que mude a nossa mentalidade (e a nossa vida), não
deixando-a se adequar à mentalidade do “mundo”.
Daqui,
com a graça de Deus, brota a capacidade de perdoar e de ver no outro, no irmão,
mais os aspectos positivos do que os negativos; daqui, a capacidade de
ajudar-nos reciprocamente a redimensionar, quanto possível, os nossos aspectos
negativos, sempre animados pela caridade e compreensão para com o irmão. Assim
se cresce como comunidade, se torna comunidade, unida em torno a Cristo e capaz
de testemunhar seu evangelho e o seu amor, na comunhão e no serviço aos irmãos.
Uma comunidade que procura ser assim, pode se tornar capaz de atração
vocacional.
Para
conhecimento e como provocação a este respeito, acrescento um segundo anexo,
que traz una das muitas experiências do “Caminho
neocatecumenal”, acontecida no final da JMJ de Madri. O que pensar?
Setembro,
prossigamos… “Vós sois o sal da terra” (Mt 5, 13)
No
calendário deste mês de setembro há várias ocorrências.
Terça-feira,
dia 6, em Milão, haverá um encontro de formação para os professores das nossas
escolas da Itália.
No
dia 7, acompanharei ir. Guido Bertuzzi às Filipinas, de onde voltarei, no dia 16,
com pe. Antônio Andreella.
Domingo,
dia 11, emitirão a profissão religiosa, em Asmara, nas mãos do Superior
provincial, três noviços eritreus: Kurubiel, Samuel e Tekle, que começaram o noviciado,
em 28 de maio de 2010.
No
mesmo domingo, em Montagnana, haverá o 33° meeting do GMA com o título: “Na rede … entre os mil rostos da
solidariedade, há também o seu”.
De
19 a 21, teremos, em Tradate, a reunião do Conselho geral.
Nos
dias 23-24, em Belo Horizonte, reunir-se-ão os jovens religiosos do Brasil.
Alegra-me
concluir esta carta citando, para a nossa reflexão, uma passagem de s. João Crisóstomo,
comentando a expressão de Jesus: “Vós
sois o sal da terra” (Mt 5, 13): «Não
creiais, parece dizer, ser chamados a pequenas lutas e a realizações insignificantes.
Não. Vós sois ‘o sal da terra’ … Quanto maiores encargos vos forem confiados,
tanto mais necessidade tendes de grande zelo. E mais: para que, ouvindo a frase:
‘Quando vos insultarem e perseguirem…’ (Mt 5, 11), não temais ser citados em
juízo, parece querer dizer:
‘Se não estiverdes prontos para as provas, em vão fostes escolhidos’».
O Senhor nos
escolheu para colaborar no crescimento do seu Reino. Maria Imaculada
e o Padre Fundador nos ajudem a ser dignos e a corresponder plenamente ao seu chamado,
sabendo poder contar
sempre, sobretudo nos momentos difíceis, com a graça de Deus.No seu nome, vos saúdo
de coração
pe.
Lorenzo Agosti
Tradate,
1° de setembro de 2011.
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