6. O espírito de família
“Uma das mais constantes e importantes características”[1] da nossa Congregação é o espírito de família; para nós, ele constitui uma preciosa herança. Ludovico Pavoni quis constituir uma sagrada família[2] cujos membros, unidos entre si com estreitos vínculos de caridade[3], vivam o mesmo ideal em santo amor[4], tornando presente e operante o Senhor. Reiteradamente o nosso Fundador define o seu Instituto como uma “família”. Os rapazes “que tinha recebido de Deus como se fossem seus filhos”[5] eram verdadeiramente a sua família. Eles reencontravam naquele ambiente aquela família que tinham perdido ou que nunca tiveram[6].
Esse clima familiar caracterizava, também, o relacionamento entre os colaboradores presentes na ação educativa. A atitude de cordial proximidade nos faz acolher e inserir como parte integrante de nossa família todos aqueles que, conosco, vivem o carisma pavoniano.
7. O “nosso sistema educativo”
O objetivo do Fundador foi o de oferecer aos seus jovens oportunidades para que se tornassem autênticos cristãos, cidadãos honestos e ótimos profissionais[7]. Para atingir esse objetivo ele “soube elaborar... um método educativo que se fundamenta sobre os elementos básicos da pedagogia preventiva, ou seja: a religião e a razão, o amor e a doçura, a presença constante e o conhecimento dos educandos”[8]. Estes critérios estão constantemente presentes nas orientações educativas de Ludovico Pavoni e representam seu estilo pessoal – que para nós se torna exemplo – de relacionar-se com os adolescentes e jovens.
Sendo o objetivo único e primordial[9] do nosso sistema educativo[10] a formação cristã, não podemos descuidar da formação humana integral, proporcionada através do ensino e do testemunho[11] firme e autentico[12], convincente e cativante[13], com todo respeito[14] e firmeza[15], mas, acima de tudo, através do testemunho de uma vida plenamente realizada e doada com alegria.
8. Espiritualidade do trabalho
Ludovico Pavoni viveu a espiritualidade do trabalho e a propõe aos seus Religiosos como manifestação concreta do amor a Deus e ao próximo. Ele quer que a oração se torne um meio indispensável para manter...sempre viva aquela chama da caridade que deve animar todas as atividades[16]. É uma oração alimentada da constante prática da meditação, que é o meio fundamental[17] e indispensável para a conservação do espírito do Instituto[18]. É uma oração que se perpetua na vida cotidiana, como amoroso dom de si mesmo, também no exercício da própria profissão[19].
O trabalho para o Religioso Pavoniano supera o seu significado sociológico e se torna expressão fundamental de penitencia e mortificação[20] e, ao mesmo tempo, manifestação da caridade, como forma concreta de solidariedade e de ajuda aos pobres, entregues aos nossos cuidados pela Divina Providência[21]. Como pobres de Jesus Cristo[22], nos empenhamos para que o trabalho seja bem feito[23], original e criativo[24], qualificado[25], motivado por um objetivo santíssimo[26], na cotidiana oferta de si próprio[27] a Deus. Este é o trabalho que expressa o verdadeiro espírito do Instituto[28].
9. As “ Virtudes características”
Humildade, simplicidade e obediência, vividas como elementos integrantes de nossa espiritualidade, são as que Ludovico Pavoni chama de virtudes características[29].
A Humildade nos permite estabelecer um correto relacionamento com Deus e com o próximo, porque ela se identifica com a verdade, a qual deve ser grandemente[30] amada e deve sempre ser o nosso referencial[31]. A simplicidade nos abre ao próximo através de um estilo de vida autêntico, discreto, respeitoso, que facilita o relacionamento interpessoal e favorece o verdadeiro “espírito de família”. A obediência nos torna alegremente disponíveis à vontade de Deus, porque é Deus que ordena[32] e nós não devemos desejar nada mais...a não ser que se cumpra a vontade do Senhor[33] .
Foram estes os doces atrativos com que o Senhor houve por bem chamar-me... e animar-me à voluntária oblação de todo o meu ser... esta foi a consolação com que Ele me estimulou a superar os não fáceis obstáculos.... Queira Deus que sejam esses também os doces vínculos que unem os vossos corações em santa harmonia[34].
[1] Decreto de aprovação da Regra de Vida, 08/12/1983.
[2] CP Idéia geral.
[3] CP Idéia geral.
[4] CP 75
[5] Calendário Diocesano de Bréscia, 1850, em LPV 898r.
[6] Cf. LPV 320 (Baldini).
[7] Cfr. RU I 43 e 64 e CP 224.
[8] João Paulo II: Discurso na audiência de 15 de abril de 2002.
[9] CP 224
[10] CG 29; cfr. RU II 131 e 248
[11] Alocução do Superior, RU I 61.
[12] Cfr. CP 123.
[13] Cfr. CP 244-245.
[14] Crf. CP 236.
[15] Crf. CP 258.
[16] CP Idéia Geral.
[17] CP 26.
[18] CP 212.
[19] CP 118.
[20] Cfr. CP 103.
[21] CP 117.
[22] CP 116.
[23] CP 116, 118.
[24] CP 116.
[25] CP 116.
[26] CP 117.
[27] CP 118.
[28] CP 133, 175, 279.
[29] CP 24.
[30] CP 81.
[31] CP 275.
[32] CP 63.
[33] CG 23.
[34] RU I 42.
Nenhum comentário:
Postar um comentário