Padre Remo Borzaga nasceu na Itália em Cavareno, na Província de Trento, ao norte da Itália, aos 20 de dezembro de 1925. Em 08 de dezembro de 1944 emitiu os votos religiosos. Foi ordenado sacerdote aos 19 de maio de 1951, depois de ter cursado a Teologia no Seminário Arquidiocesano de Milão, em Venegono Inferiore. Assumiu, a seguir, vários encargos em Pádua, como Diretor de um Orfanato e em Trento, como Vice-diretor da grande Escola Profissional, o Instituto Artigianelli.
Quatro anos depois, em agosto de 1955, os Superiores o destinaram ao Brasil e, mais precisamente, para Pouso Alegre - MG, sendo designado Diretor da Escola Profissional “Delfim Moreira”. Logo depois em 1956 passou a trabalhar no Seminário Pavoniano de Rio Bananal –ES- e em 1957 o encontramos como Diretor Espiritual e professor do então Seminário Pavoniano de Elói Mendes –MG. Em 1970 regressou à Itália, por motivo de saúde. Mas já em 1972, voltando ao Brasil, foi nomeado Superior da Comunidade Pavoniana de Pouso Alegre, onde ficou até 1978. Em 1979, novamente, passou a morar na Itália, primeiro em Bréscia e depois em Trento. Em 1991 o encontramos em Vitória –ES- onde permaneceu até 1997, quando passou a trabalhar, mais uma vez, em Pouso Alegre. Em 2001 tornou-se Administrador provincial e mudou-se para Belo Horizonte até 2005, época na qual voltou definitivamente à Itália, passando a residir em Susá (Tn).
Tinha um irmão sacerdote, o padre Jorge, salesiano, que trabalhou muito tempo no Colégio Agrícola Salesiano, em Oviedo – Paraguai e pe. Remo, estando no Brasil, o visitava de vez em quando.
Faleceu aos 24 de outubro de 2009 no Hospital em Trento. Seus funerais foram realizados em Susá no dia 27 de outubro.
Pe. Remo foi em primeiro lugar um Educador e um Pastor. Em todos os lugares onde lecionou ou dirigiu Instituições Educativas, é lembrado pelos alunos e pais como grande conselheiro, muito além de seus conhecimentos nas ciências naturais. Sabia doar paz e serenidade, nele se podia confiar! Sempre disponível ao diálogo e à direção espiritual, as suas reflexões da Palavra de Deus brotavam da vida e as suas Celebrações Eucarísticas eram procuradas justamente por este sentido humano das coisas de Deus.
Foi um religioso pavoniano, no profundo sentido do termo. Sabia passar com simplicidade do trabalho da oficina de serralheiro e eletricista às aulas de química e de física. Mas foi com os meninos da Escola Profissional de Pouso Alegre e de Vitória, com os mais fragilizados que nunca esqueceu, que ele sonhou à procura de uma mensagem e de um futuro de Ressurreição e de Vida.
Foi sempre disponível a quebrar galhos e a ser pau pra toda obra quando a Comunidade precisava. As muitas transferências que fazem parte de sua vida revelam esta adaptação constante às necessidades dos outros e sempre com o sorriso, a disponibilidade e a capacidade para descascar abacaxi.
Devido à sua transparência e capacidades era sempre escolhido como responsável da administração tanto local e, depois, também, em nível de toda Província do Brasil.
Apaixonado pela caça e pesca, a sua presença no grupo tornava-se motivo de integração e de alegria. Quanto aos resultados destes esportes, quem o conhecia dizia que era fundamentalmente ecológico. Os animais lhe eram agradecidos por afastá-los dos perigos e respeitarem suas vidas. Eram estes os momentos em que ele se embrenhava na natureza a procura do silêncio e da contemplação.
Padre Remo era o amigo. Para quem teve a felicidade de ficar perto dele nunca poderá esquecer esta experiência, sabia caminhar ao lado sem pisar em terreno alheio, mas dando luz, abrindo as janelas, para que o outro pudesse ver e respirar para a Vida. Hoje nós agradecemos a Deus por esta dádiva com a qual nos agraciou. Sabemos que ele vai continuar conosco, não poderá ser diferente. O se colocar a serviço fazia parte da sua natureza. A nossa fé na Comunhão dos Santos nos dá certeza disso.
Nos acompanhe sempre, Pe. Remo, ajudando-nos a confiar e a esperar!
Pe. Gabriel Crisciotti, FMI
Provincial do Brasil