Caríssimos irmãos e leigos da
Família pavoniana,
na maior parte das comunidades da
Congregação, o mês de setembro marca o início de um novo ano de vida e de
atividades. É o momento de retomada e de reprogramação. Retoma-se, cheios de
esperanças e com renovadas energias, valorizando as experiências do ano
percorrido. Não subestimamos a dificuldade e alguma preocupação,
mas as integramos em um projeto de vida significativo e entusiasmante, motivado
por uma profunda fé em Deus e sustentado por sua graça e por sua providência. No nosso
caminhar, acompanha-nos Maria de Nazaré; como Família pavoniana, queremos olhar
para ela de modo particular, neste Ano mariano
que iniciamos, inserido no próximo Ano da
fé de toda a Igreja.
Maria, mãe do Senhor e mãe da Igreja: ”Eis-me” e “Junto”
Em Maria de
Nazaré, criatura humana como cada um de nós, tudo é referido ao Filho Jesus. A sua
grandeza está ligada à missão de mãe do Filho de Deus: “Eis que conceberás um filho… e será chamado Filho de Deus” (Lc
1,31.35). Em vista desta missão, o Pai celeste a plenificou de
graça deste sua concepção e a favoreceu com dons particulares, ligados à missão
para a qual foi escolhida. Mas a
grandeza de Maria está ainda mais na sua plena adesão ao projeto de Deus. Eis-me (Lc 1,35) é a atitude constante de
Maria diante de Deus e junto a Jesus, de quem partilhou intimamente a missão em
ordem à redenção do mundo. E recebeu de Jesus a missão de continuar a sua maternidade
para com os membros da comunidade cristã, representados por João aos pés da
cruz, quando acolheu aquelas palavras: “Mulher,
eis o teu filho!” (Jo 19,26). Junto
(At 1,14) é a posição de Maria no decorrer da história da Igreja, presente
e junto à comunidade e a cada discípulo de Cristo, como e desde os dias de
espera de Pentecostes.
A devoção do povo cristão a
Maria, em 20 séculos de história, nas suas manifestações mais genuínas, foi
marcada por duas expressões de Maria em Caná: “Não têm mais vinho” (Jo 2,3) e “fazei
tudo o que ele vos disser” (Jo 2,5). Maria está atenta às necesidades da pessoa, é solícita
aos seus pedidos e os apresenta continuamente a Jesus. E, ao mesmo tempo, convida-a
a escutar Jesus, a converter-se a ele, a segui-lo e a colocá-lo no centro da própria
vida. Aqui está a verdadeira devoção a Maria, em uma mistura de confiança e de
escuta, de invocação e de ação: confiança nela e invocação de sua ajuda; escuta
e realização das suas palavras, que remetem a Jesus.
Maria,
a nossa cara mãe, na experiência do Padre
Fundador
A presença de Maria na vida, na espiritualiadde
e na missão do Padre Fundador foi explícita e consistente. Ela permeou os seus
dias, desde a infância, ligada à veneração da Senhora da Previdência, que era
grande em são Lorenço ,
igreja paroquial da sua família. A devoção a
Maria caracterizou a sua vocação e o seu apostolado sacerdotal, tanto na experiência
do oratório quanto na do Instituto; foi uma devoção que vivia e manifestava, em
nível pessoal e na relação com os seus colaboradores, e que estendia e aplicava
em nível educativo. Recordemos as belas expressões que aparecem na
correspondência com Domingos Guccini (por ex.: que a sua [de Jesus] e a nossa cara mãe Maria nos proteja com seu manto);
expressões que encontram fundamento no que padre Pavoni afirma nas
Constituições (CP). Nelas, coloca no centro a recíproca relação entre
maternidade e filiação: a maternidade de Maria nos faz experimentar a nossa
realidade de filhos seus. Ele fala de Maria como mãe amorosa (100), como cara
mãe (101), como nossa caríssima mãe
(211). À maternidade de Maria corresponde o compromisso de nos mantermos verdadeiros filhos de Maria
(104) e a suscitar verdadeiros filhos de Maria
(266).
O que significa e o que implica
ser verdadeiros filhos de Maria? Significa, segundo o Padre Fundador, obter dela (depois de Jesus) o espírito, os sentimentos e as virtudes (101).
Implica
em recorrer à generosa abnegação da própria vontade (104), que consiste em
despojar-se de toda vontade oposta ou não conforme à de Deus. Comporta praticar
as sólidas virtudes, isto é, a abnegação da própria vontade, a pobreza, a
caridade, a obediência, a humildade, a simplicidade (211). Nisto consiste o
ser verdadeiros filhos de Maria, nisto
consiste o viver e o promover a verdadeira devoção
a Maria (101).
Em tal perspectiva, o Padre Fundador
escolheu chamar os membros da sua Congregação com o nome de Filhos de Maria.
Pavonianos, ou
seja, verdadeiros Filhos de Maria
A história de Congregação nos
confia uma constante e sólida devoção a Maria. Podemos resumi-la, hoje, com um
tríplice aspecto. O primeiro põe-nos na condição de sentir o amor materno de
Maria derramado no nosso coração de filhos: amados por Deus e amados por Maria.
Esta experiência é o fundamento da nossa vocação e da
nossa dedicação em tempo integral a Deus e aos irmãos.
O segundo aspecto nos encoraja a invocar
com confiança a intercessão de Maria para todas as nossas necessidades,
sobretudo, para as da nossa vida espiritual. O terceiro aspecto pede-nos para
imitar as virtudes de Maria e escutar o seu convite, que nos orienta
continuamente a acolher e a cumprir a vontade de Deus. O mesmo processo diz respeito à promoção da devoção a Maria, sobretudo,
na nossa missão educativa: fazer perceber o amor materno de Maria, convidar a
invocá-la com confiança e a imitar a sua fé e a sua plena disponibilidade ao
projeto de Deus.
Maria, então, é verdadeiramente modelo
e guia para nós, seja em nível pessoal e comunitário, seja para a nossa missão,
no novo Ano mariano que iniciamos e que
logo nos inserirá no Ano da fé, partilhado
com toda a Igreja.
Maria guie os
nossos passos e nos tenha sob o seu manto
Coloquemos, portanto, a programação
do novo ano sob o manto de Maria. Peçamos-lhe poder retomar com renovado entusiasmo e com firme vontade de
não nos deixarmos desanimar pelas dificuldades e de não nos deixar vencer pela
inércia.
Há uma intimidade com o Senhor, a
ser redescoberta e a ser cultivada cotidianamente, a fim de que toda a
existência seja vivida nele e por ele, para sempre, em um caminho contínuo de
conversão e de orientação para a santidade. Há uma vida fraterna a ser
reavivada, centrada sobre momentos comuns de oração, participados de modo
intenso e significativo, visíveis e abertos a todos que se aproximam de nós. Há
uma missão a ser tornada cada vez mais incisiva, em relação às necessidades dos
tempos e em força do nosso carisma, que nos pede para ajudar a todos e, em
particular, os jovens nossos destinatários, não somente a encontrar trabalho, família e futuro, mas também e, sobretudo, a conhecer Cristo e a
acolher o seu amor.
É o que já acenei, em outros
termos, no terceiro parágrafo da carta do mês passado, à qual remeto; bem
como remeto ao primeiro anexo da carta
do mês de setembro de 2011 e a um esquema geral de programação, que anexo novamente
a esta carta. É preciso tê-los presentes ao estabelecer os pontos
salientes da vida comunitária, para ser fiéis à Regra de Vida.
Além disso, não descuidemos também
de caracterizar o Ano mariano com a
distinção das festas litúrgicas de Maria, com a celebração da memória de santa
Maria no sábado e com a valorização da oração do terço, proposto de modo vivo e envolvente.
A agenda de setembro marca, para
terça-feira, dia 4, um encontro de formação, em Milão, para os professores de
nossas escolas na Itália e, para domingo, dia 9, o anual Meeting das Famílias do GMA, em Montagnana, caracterizado este ano
pela recordaçãodo 40° aniversário de início do grupo.
De 25 a 27, teremos, em Tradate, a
convocação do Conselho geral.
Maria nos ajude
a valorizar o que s. Antônio de Pádua afirmou num sermão: “Infelizmente somos ricos de palavras e vazios de obras … o modo de
falar aos outros de humildade, de pobreza, de paciência e de obediência, é
mostrar essas virtudes presentes em nós mesmos".
A todos cheguem meus cumprimentos
e meus votos no Senhor, sobretudo, aos que foram chamados, nestas semanas, a
mudar de comunidade ou de atividade.
pe. Lorenzo
Agosti
Tradate, 2 de setembro de 2012, XXII domingo do tempo comum.
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