sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,

na proximidade do Ano da fé e nos passos iniciais do Ano mariano na Congregação, enquanto partilhamos as preocupações e as esperanças de toda humanidade, ressoa no nosso espírito a primeira palavra que o anjo Gabriel dirigiu a Maria no momento da anunciação: Alegra-te.


Alegra-te (Lc 1,28)


É esta saudação que Deus, por meio do seu mensageiro, dirige  a Maria. O que está para acontecer, o que está para suceder com ela, é motivo de grande alegria: para ela e para toda a casa de Jacó (1,33). Deus quer a alegria do ser humano, a alegria da humanidade. A sua ação traz sempre alegria. A alegria verdadeira para as pessoas está em Deus, vem de Deus, vem de estar disponível a sua vontade, de ser fiel a ele. Esta é a experiência de Maria.
O ser humano almeja a alegria, deseja a alegria.  Muitas vezes, porém, a vida reserva-lhe provas e sofrimentos, que são o oposto das suas aspirações mais profundas. São provas e sofrimentos que têm causas diversas: podem provir de doenças psicossomáticas ou morais, de seus atos maus e dos consequentes remorsos, de desgraças e lutos, de insucessos, de fadigas e privações, de inimizades, contrastes e incompreensões com os outros, de falta de trabalho e de perspectivas de futuro, de situações  de miséria e de empobrecimento. A lista poderia continuar.
O ser humano busca por todos os modos sair destas condições, com suas forças e com  a ajuda de alguém em quem possa confiar. E quando se recupera ou quando o horizonte não está obscurecido por estas provas, a sua tendência natural é a de buscar a alegria nas coisas deste mundo, na satisfação que pode lhe dar o gozar de tantos bens. Mas o prazer e a diversão não lhe são suficientes, não coincidem com a alegria.
O ser humano aspira por uma alegria verdadeira e profunda, que não lhe falte, que dure sempre. Foi Deus quem colocou no nosso coração este desejo, esta aspiração. E somente Deus pode saciar plenamente, neste mundo e na eternidade, o desejo de alegria presente em nós.


Mudarei o seu luto em alegria (Jr 31,13)


A história da salvação (como a palavra de Deus nos atesta), a história da Igreja e da humanidade, e a nossa própria experiência pessoal nos confirmam esta verdade. As provações e os sofrimentos da vida nos são permitidos por Deus para nos curar do egoísmo e do mal, para purificar as nossas aspirações, para que nos tornemos capazes do amor verdadeiro, para nos abrimos para um estilo de vida digno do ser humano e do nosso ser filhos de Deus. O próprio Jesus passou pelo sofrimento e pela morte na cruz, para viver e manifestar de modo grandioso o seu amor ao Pai e à humanidade; a ressurreição e a glorificação foram o resultado deste aniquilamento.
O Antigo e o Novo Testamento tratam muitas vezes do tema da alegria, nas suas expressões e nas suas fontes. Feliz é o homem que encontra alegria nos preceitos do Senhor (Sl 112/111, 1). Há maior alegria em dar do que em receber (At 20,35). E as citações podem ser muitas.
De interesse particular são os textos nos quais Deus manifesta a sua ação, capaz de transformar uma situação de sofrimento em uma condição de alegria. Como na passagem do profeta Jeremias: Mudarei seu luto em alegria, eu os consolarei e os farei felizes sem aflições (31,13). Na perspectiva da condição do seu mistério pascal, Jesus anuncia aos apóstolos: A vossa tristeza se transformará em alegria (Jo 16,21). Na reflexão cristã encontramos uma bela e profunda expressão no romance de Alessandro Manzoni, Os noivos, quando se afirma que Deus jamais atrapalha a alegria de seus filhos a não ser para lhes preparar uma alegria maior e mais segura (cap.VIII).
As bem-aventuranças evangélicas (Mt 5,1-12) representam a culminância do ensinamento bíblico sobre a alegria. Manifestam a própria experiência de Jesus e proclamam a alegria daqueles que, a seu exemplo, vivem os valores da pobreza de espírito, do choro, da mansidão, da misericórdia, da pureza de coração, trabalham pela justiça e pela paz e são perseguidos por causa da justiça e da fé nele.


Feliz aquela que acreditou (Lc 1,45)


E justamente na fé está a raiz da alegria de Maria, como proclama Izabel: Feliz aquela que acreditou na realização do que o Senhor falou. A alegria de Maria vem do Senhor e é reforçada por sua fé nele. Em Maria, há ligação íntima entre vida de fé e alegria. Maria é feliz porque acreditou.
Para nós, Família pavoniana, viver o Ano da fé e mariano significa intensificar a nossa fé em Deus, a exemplo e com o auxílio de Maria. E, ao mesmo tempo, experimentar sempre mais que é justamente na fé em Deus que está o fundamento da nossa alegria.
A nossa vida não está privada de tribulações e de dificuldades. A fidelidade a Deus e a nossa vocação, bem como o empenho cotidiano nos deveres que assumimos e que nos são confiados, exigem de nós dedicação, amor e espírito de sacrifício. A fé em Deus nos faz perceber e experimentar que não existe nenhuma situação em que somos abandonados por Deus. A nossa vida está nas suas mãos amorosas. Confiar, então, nele em cada momento de dificuldade e obedecer em tudo a sua palavra e a sua vontade torna-se para nós fonte de alegria autêntica. Como Jesus assegurou aos apóstolos: Se observardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor… Vos disse estas coisas para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena  (Jo 15,10-11).
Daqui decorre para nós a exigência de testemunhar a alegria da nossa fé, de testemunhar com coerência e alegria a nossa vocação. Daqui nasce e se torna natural para nós, ao educar nossos adolescentes e nossos jovens (bem como todas as pessoas que nos são confiadas), fazer descobrir, por meio  do nosso exemplo e de nossas palavras, onde está a fonte da verdadeira alegria; descoberta que, depois, torna também  gratificantes as alegrias que se experimentam no sadio gozo dos bens do mundo. Este itinerário faz parte integrante de todo projeto educativo cristão e está contido claramente no nosso projeto educativo pavoniano.
Maria nos ajude neste caminho e neste compromisso. E cada vez que durante o dia nos dirigimos a ela com a oração da Ave-Maria, recordemo-nos de que fazemos nossas as palavras do anjo Gabriel e repetimos a ela a sua saudação: Alegra-te. Alegra-te, Maria, e faz com que também nós sintamos sempre alegria no Senhor e sejamos testemunhas, portadores e educadores desta alegria.


Tenham fé, amem Jesus e a nossa cara mãe Maria


Estas palavras, na boca do nosso Padre Fundador como último testamento aos seus filhos, enquanto em Saiano estava para subir a Deus, podem ser para nós o fio condutor deste Ano da fé e  mariano; e serão o  tema do III Encontro interprovincial da Família pavoniana, a realizar-se em 6 e 7 de julho de 2013, em Bréscia. Considero que representam bem, para nós, a síntese do que quer significar em particular este ano.
O início oficial do Ano da fé, como sabemos, será no dia 11 de outubro, no 50° aniversário da abertura do  Concílio Vaticano II. Nestes dias estará sendo realizado o Sínodo dos Bispos sobre A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Domingo, dia 21, o papa declarará santos 7 beatos, entre os quais João Piamarta que, em Bréscia, recebeu o testemunho do carisma de padre Pavoni. Partilhemos a alegria da Congregação religiosa fundada por ele, a Sagrada Família de Nazaré, tão próxima de nós pela origem, pela inspiração e pela missão educativa.
  

A agenda do mês de outubro prevê os seguintes acontecimentos:

3: assembleia dos religiosos das comunidades da Espanha, em Valladolid.
7: primeira profissão religiosa do noviço Pierre Yamb, em Saiano.
8-9: encontro dos superiores e vice-superiores das comunidades da Itália, em Lonigo.
12-15: retiro dos jovens religiosos, no Brasil.[1]
13: 1° Encontro dos benfeitores do APAS, na Via Crespi, em Milão.
       Reunião das equipes vocacionais das comunidades da Itália, em Bréscia.
20: convocação do Conselho das Federações dos ex-alunos pavonianos, em Monza.
No dia 12, viajarei para o Brasil, onde estarei até 8 de novembro, para a visita às comunidades da Província. [Em setembro pude visitar as comunidades da Eritrea].
Maria, causa da nossa alegria, acompanhe os nossos passos no seguimento fiel e alegre do Senhor Jesus.
E a todos cheguem as minhas saudações fraternas.
pe. Lorenzo Agosti
Tradate, 1° de outubro de 2012, memória de S. Teresa do Menino Jesus.


[1] O Retiro foi transferido para os dias 09-11 de novembro

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Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

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Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.