Pe. Lorenzo Agosti, Superior geral dos Filhos de Maria Imaculada |
Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,
“ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama, mas a coloca sobre o candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz” (Lc 8, 16). Assim disse Jesus. Ele se refere ao testemunho de fé, que cada discípulo é chamado a dar.A fé é como uma luz que o Senhor dá e acende no coração de quem o acolhe. Jesus compara o seu discípulo a uma lâmpada acesa. Não se pode escondê-la; é destinada a dar luz. A mesma dinâmica se aplica à Igreja, a cada comunidade cristã. Aplica-se à nossa comunidade religiosa.
A nossa comunidade religiosa: “luz” de Cristo na Igreja e diante do mundo.
Sob inspiração de Deus, o Padre Fundador iniciou a nossa Congregação religiosa. Naquele momento foi acesa uma nova luz na Igreja. É a luz do nosso carisma, testemunhado por pessoas e obras, testemunhado no tempo e nos lugares onde a Congregação se difundiu.
Quando respondemos ao chamado de Deus, ele acendeu uma nova luz no nosso coração; uma luz que unimos à dos nossos irmãos da comunidade. De tal modo, a comunidade se tornou e se torna resplandecente e testemunha do amor de Cristo à humanidade, segundo o carisma do Padre Fundador. É nesta perspectiva que tem sentido, valor e significado a insistência sobre a visibilidade da comunidade religiosa. É ela mesma, enquanto tal, sinal de Cristo. Daqui brota a exigência de sermos conhecidos como comunidade na Igreja e no território em que nos encontramos.
Esta consciência e esta responsabilidade pedem, antes de tudo, que nós, religiosos, valorizemos o nosso ser comunidade e que demos a ela um fundamento e uma consistência sempre mais sólidos.
Ser uma comunidade de fé, reunida por Cristo e em torno a Cristo; uma comunidade fraterna; uma comunidade unida na realização da missão que lhe é confiada.
Trata-se de um processo, como nos recorda a Regra de Vida à luz da palavra de Deus, no qual convergem a graça de Deus e a disponibilidade de cada um para se deixar plasmar e transformar em novidade de vida. É um processo pessoal, conectado a um equilíbrio emotivo. É um processo cotidiano, que exige o acolhimento do irmão e a sua aceitação como dom do Senhor, porque existe e assim como é. É um processo que leva a uma ajuda mútua para nos tornarmos como Deus nos quer. È um processo de amadurecimento humano, de santidade pessoal e de comunhão fraterna em Cristo.
“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20). Cada comunidade nossa, mesmo composta somente por dois ou três irmãos, é chamada a ser assim, a viver este processo, a dar este testemunho. Quem se aproxima de cada obra nossa deve ver a luz da comunidade religiosa, que reza unida, vive unida, trabalha unida.
A nossa comunidade religiosa: sal para os leigos e para os jovens.
Se a comunidade é luz, torna-se sal (cf. Mt 5, 13): dá sabor, conserva em boa saúde, preserva da corrupção. Há muito se fala que o papel principal da comunidade religiosa é a animação da obra, é a atenção para manter o espírito da missão. É verdade. Mas deve ser uma animação eficaz, que começa pelo testemunho, que oferece as coordenadas de referência, mas que, também, se compromete na ação com uma presença e uma proximidade concretas e atuantes.
Uma ação que parte, em primeiro lugar, do envolvimento dos leigos que colaboram conosco na missão. Próximos a concluir o primeiro triênio pós-capitular, chegamos ao terceiro tema anual, que completa o percurso que estamos realizando: comunidade unida com os leigos para a missão. A comunidade religiosa unida é o eixo da missão que, porém, em grande parte hoje, é levada em frente pelos leigos. Então, é necessário animar, envolver, escutar e valorizar os leigos. Quanto mais a comunidade for unida, mais o envolvimento dos leigos se torna frutuoso: para eles, para a vida da própria comunidade, para a missão. Daqui nasceu e cresce a Família pavoniana.
Esta requer o conhecimento entre os religiosos e leigos, o diálogo e o respeito entre eles, o dar espaço para momentos de encontro, que vão da oração à formação, à partilha de propostas e iniciativas, até o trabalho, lado a lado, no âmbito da missão.
A missão é o êxito da comunidade religiosa e da colaboração com os leigos.
Existimos para os jovens, para protegê-los de tantas situações de naufrágio - nos servimos de termos usados pelo Padre Fundador -. Existimos para a sua formação integral - humana, cristã e profissional/cultural -. A comunidade, junto com os leigos colaboradores, busca tomar consciência da realidade da condição juvenil do próprio território e encaminha iniciativas para ir ao encontro dos jovens, segundo o nosso carisma. É importante, também, que quantos forem acolhidos nas nossas estruturas educativas vejam a comunidade religiosa, ou seja, tomem conhecimento da comunidade religiosa que, junto com os colaboradores leigos, se interessa por sua formação. E saibam que há um projeto educativo para eles e absorvam seus conteúdos essenciais.
Recentemente foi aprovado o Projeto educativo pavoniano, preparado pela Província italiana. É desejável que um documento semelhante seja assumido também por outras Províncias. Deste modo teremos um ponto de referência concreto e atualizado para qualificar a nossa ação educativa. Uma ação educativa integral, isto é, em todos os níveis, que comporta também criar as condições e as ocasiões para que os jovens experimentem, de modo eficaz, que fazem parte de um ambiente pavoniano. Um ambiente que seja luz e sal, para o caminho e para o crescimento deles. Trata-se de um assunto a ser desenvolvido e aprofundado, a fim de realizar o desejo do Padre Fundador: “A família religiosa… nada deve poupar para ganhar estas almas para Deus” (da Idéia geral das Constituições).
A comunidade religiosa na vida da Congregação.
Em vistas da Consulta geral, que se realizará em Lonigo, de 12 a 15 de maio de 2011, nos próximos meses estaremos todos envolvidos na sua preparação, para uma séria avaliação da recepção e realização, até hoje, do Documento capitular. Aproveitemos este futuro prazo para tomá-lo em mãos e relê-lo, mesmo substituindo a leitura cotidiana de um parágrafo da Regra de Vida.
Domingo, dia 3 de outubro, a comunidade de Majadahonda, sem abandonar o empenho na atividade de recuperação de toxicodependentes, assumirá o cuidado pastoral de uma vasta paróquia em Vicálvaro, um quarteirão periférico da capital espanhola. Sempre na Espanha, no dia 12, iniciarão os encontros dos jovens dos grupos Saiano e, no dia 16, se reunirão em Madrid os superiores e os vice-superiores das comunidades.
Em Asmara, sábado, dia 9, emitirão a primeira profissão cinco noviços - Mahari, Michaele, Million, Yacob e Weldeab -. No mesmo dia, se empenharão com a Profissão perpétua ir. Simon, ir. Mihreteab e ir. Yonas. Estes dois últimos, no dia seguinte, domingo, dia 10, serão ordenados diáconos pelo eparca da cidade. É um momento de graça para as nossas comunidades da Eritrea, tão provadas por muitas circunstâncias difíceis. Agradeçamos a Deus e o invoquemos com confiança para estes nossos irmãos e para que a presença do carisma pavoniano possa se consolidar e contribuir para o bem da juventude e das famílias locais.
Segunda-feira, dia 18, partirei para a visita anual às comunidades do Brasil, que se prolongará até depois da metade de novembro. Aqui, os jovens religiosos, de 8 a 10, se recolherão em retiro espiritual. Enquanto que, domingo dia 31, em Belo Horizonte , ir. Célio emitirá a profissão perpétua. Tenhamos presentes também cada um deles em nossa oração.
Celebraremos neste mês, dia 24, com toda a Igreja, o Dia Mundial das Missões. Mantenhamos viva a oração, a sensibilidade e a solidariedade concreta, especialmente, para com as obras missionárias da Congregação e para com os irmãos que estão trabalhando nelas.
Em um pensamento de s. José de Copertino, frade menor conventual, lemos: São três as coisas próprias de um religioso: amar a Deus de todo coração, louvá-lo com a boca e dar sempre bom exemplo com as obras. Creio que o pensamento, adaptado a cada vocação, sirva também para os leigos. Este programa pode ser para todos um verdadeiro motivo de vida, segundo o ditado de grande sabedoria popular: É necessário ter uma boa motivação, ao levantar-se pela manhã. Dá fundamento a este motivo humano a certeza do amor de Deus, como diz a Escritura: “O amor de Deus jamais acaba e sua compaixão não tem fim. Pelo contrário, renovam-se a cada manhã” (Lm 3, 22-23).
Com esta certeza, saúdo a todos em nome do Senhor.
pe. Lorenzo Agosti
Tradate, 1° de outubro, memória de S. Teresa do Menino Jesus.
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