sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Superior geral


Pe. Lorenzo Agosti, FMI
Superior geral dos Filhos de Maria Imaculada
- RELIGIOSOS PAVONIANOS -

Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,

De fato, vocês conhecem a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo; ele, embora fosse rico, se tornou pobre por causa de vocês, para com a sua pobreza enriquecer a vocês (2 Cor 8,9). O convite que são Paulo nos faz, na liturgia da palavra de hoje, para olhar a Jesus Cristo, pode representar a chave de leitura da experiência que alguns de nossos irmãos viverão neste mês, participando do curso de formação permanente de Ponte di Legno. Será um momento de graça para eles. Mas pode ser uma ocasião de graça também para todos nós. Aliás, é mesmo. E é, se nós nos sentirmos unidos a eles e nos sentirmos interpelados pela exigência daquela formação  permanente, que é necessária para todo ser humano, todo cristão, para toda pessoa consagrada.

A formação permanente, questão de vida ou de morte

A experiência dos nossos irmãos em Ponte di Legno torna-se para todos um apelo ao significado e ao valor da formação permanente ao longo da nossa vida. Por que não se trata tanto de participar de cursos, mesmo periodicamente indispensáveis; mas trata-se de reencontrar e renovar cada dia as motivações que mantêm vivos os ideais que estão na base da nossa vida e que nos mantêm entusiasmados e fiéis à vocação à qual o Senhor nos chamou e que abraçamos.
Esta é a formação permanente no cotidiano. Cada dia somos chamados a dizer de novo o nosso “sim”  a Deus, segundo a nossa vocação. E sabemos por experiência que isto não é fácil e nem evidente.
A repetitividade dos gestos, o desgate das situações, o cansaço do trabalho, a fatiga das relações, o desencorajamento pelas incompreensões e pelos insucessos, as provocações do “mundo” e as nossas fraquezas podem, pouco a pouco, fazer-nos sentir vazios por dentro, desorientados, desiludidos. Corremos o risco de nos colocar num plano inclinado que, gradualmente, leva-nos para aonde não queríamos. Leva-nos a duvidar de Deus e das nossas opções; leva-nos a pôr em discussão o seu chamado e o sentido da vida atual.
E tudo isto pode desembocar em múltiplas saídas: ou a nos arrastar cansativamente em uma vida medíocre e  insignificante; ou a aceitar comprometimentos graves em relação aos compromissos assumidos; ou até mesmo a abandonar a opção de vida, que fizemos no passado com gratidão, com liberdade e responsabilidade diante de Deus e da Igreja. Podemos não tomar consciência, mas são todas saídas de morte. Morremos por dentro, morrem os nossos ideiais, morre o nosso amor preferencial por Deus e pelos pobres, morre a nossa fé.  Podemos fazer todas as racionalizações que quisermos, mas a realidade não muda. Não queremos reconhecer, mas deveremos assumir a derrota, que equivale a uma morte do coração.
Pois bem, um autêntico caminho de formação permanente torna-se um antídoto para este abismo de desconfiança e de morte, do contrário inevitáveis neste caso.

Sem mim nada podeis fazer (Jo 15,5)

Todo dia  a nossa vida é a mesma e, ao mesmo tempo, é diferente. Cada novo dia jamais é perfeitamente igual ao precedente. Cada dia somos chamados a nos manter fiéis ao que nos dá a possibilidade de ser nós mesmos e a estar vigilantes quanto às novidades que nos atingem.
Para nós consagrados, sendo que a nossa resposta a Deus amadureceu em um clima de profunda fé e de assídua oração, a perseverança nela não pode ser mantida se não neste mesmo clima. Sem mim nada podeis fazer  nos disse o Senhor. Se as preocupações e as distrações que prendem a nossa atenção nos desviam deste ponto de referência, insensivelmente arriscamos de nos encontrar sem a necessária energia para viver no amor e na fidelidade. Devemos nos resguardar deste perigo e recuperar sempre, o mais depressa possível, a intensidade do nosso relacionamento com Deus, cultivado de modo autêntico na meditação da Palavra, na oração, na celebração diária da eucaristia e na prática frequente do sacramento da reconciliação. Descuidando deste relacionamento, expomo-nos a riscos perigosos. Somente este relacionamento, sólido e convicto, pemite-nos ser fiéis aos compromissos da consagração, ser capazes de comunhão fraterna, saber nos doar com generosidade na missão que nos é confiada.
Estar em formação permanente significa viver de modo unitário estas dimensões. E é uma graça de Deus, que exige a nossa correspondência, cada dia
Os conselhos evangélicos são o primeiro banco de prova da nossa fidelidade. A castidade consagrada é um grande dom, que guardamos em vasos de barro (2 Cor 4,7). Se perdemos de vista o seu valor evangélico e as necessárias precauções para salvaguardá-lo, podemos facilmente nos encontrar desorientados em conservar-lhe o apreço e fracos para viver suas exigências. É forte em nós a concupiscência e é delicado o equilíbrio da maturidade afetiva, enquanto são intensas e provocadoras as sugestões do mundo. Quem nos assegura que vale e a pena viver assim e que não erramos em seguir o Senhor nesta estrada? Junto com as necessárias ajudas em nível psicológico e humano, quem é determinante para superar toda dúvida sobre a validade do caminho percorrido  e para não arrepender  do que deixamos, se não o Senhor, se não a certeza do seu amor e a plena confiança nele?

Permanecer animados e fiéis cada dia, como no início …

Nem todos são capazes de compreender (Mt 19,11) disse Jesus. A nós foi permitido entender e experimentar, mesmo com as nossas fraquezas. Acolhemos o chamado à vida religiosa por causa do Reino dos Céus (Mt 19,12), porque tomamos consciência no passado e tomamos consciência agora de que a figura deste mundo passa (1 Cor 7,31). Os conselhos evangélicos da castidade e da pobreza são este valor, esta escolha que fizemos, por inspiração de Deus e com o sustento de sua graça, das coisas que valem, que não passam. O matrimônio e a posse de bens são coisas boas, mas relativas ao tempo desta vida. Todos, porém, estamos caminhando para a vida aterna. E nós nos colocamos nesta perspectiva, que o Senhor nos chamou para testemunhar diante dos nossos irmãos de fé e diante do mundo. A vocação religiosa é uma missão  indispensável, como o evangelho nos prova, querida por Jesus para lembrar a todos que Deus é o valor absoluto, é o sumo bem; para recordar que é necessário dar a ele o primeiro lugar na vida. Por seu amor nós deixamos tudo (Mt 19,27) e assim, junto com estes testemunhos, nos tornamos disponíveis, no passado e no presente, para o serviço do Reino de Deus.
Daqui segue o valor da obediência e da comunhão fraterna. Há um projeto de Deus com o qual colaboramos através dos sinais e de mediadores da sua vontade que ele mesmo nos apresenta (RV 91). Experimentamos uma nova família não fundada na carne e no sangue, mas no compromisso de pertencer a Cristo e de reunir-nos nele (RV 49). E, portanto, além dos limites de todos nós, vivemos com fé a obediência e aceitamos cada irmão como dom de Deus. Olhamos para os seus aspectos positivos e nos ajudamos reciprocamente em nos tornar como o Senhor quer, sabendo nos comprender, corrigir e perdoar. Se não nos esforçamos para agir assim, que exemplo damos? Como podemos pretender que no mundo não haja incompreensões e ódio, divisões e injustiças, violências e guerras, se nós cristãos, se nós consagrados não procuramos traduzir em prática o mandamento evangélico do amor? E este mandamento nos leva a nos sentir unidos e a colaborar juntos na missão comum, que para nós religiosos implica na dedicação em tempo pleno ao compromisso que nos é confiado em comunidade, a serviço dos jovens e dos pobres, segundo o nosso carisma.
Viver assim é viver em formação permanente. Tender a este ideal e a este estilo é a formação permanente. Estar em formação permanente é fazer com que as nossas fragilidades se transformem em meios, em ocasiões para dar espaço à ação de Deus, que nos perdoa e nos reintegra no seu amor. Estar em formação permanente, então, é não nos dasanimar nas nossas fragilidades, saber nos recuperar, depois cada período de possível crise, re-encontrar sempre as motivações da nossa vocação, cultivar cada dia o que é necessário para ser generosos e fiéis aos compromissos assumidos. Estar em formação permanente é, em última análese, olhar para Cristo, ter fixo o olhar (Hb 12,2) sobre ele, que de rico … se fez pobre por nós.
O exemplo do seu sacrifício por nosso amor e a sua graça nos ajudam a ser animados e fiéis cada dia, como no início, com mesma alegria, a mesma disponibilidade e o mesmo entusiasmo de quando dissemos o nosso sim a Deus. Melhor, com uma dedicação ainda maior, por que purificados, reconfirmados e consolidados por meio da experiência da vida.

Verão em formação permanente

Se esta é a formação permanente, não diz respeito somente aos irmãos que se encontrarão em Ponte di Legno de 10 a 29 julho. Eles viverão um momento especial para dar um impulso ao seu caminho.
Mas também todos nós, nestes meses de juho e agosto, podemos encontrar um estímulo para consolidar este direcionamento da nossa vida. Para quase  todos (nas três Províncias de Itália, Brasil e Espanha) haverá ocasião de retiros espirituais, a serem valorizados nesta direção. Para muitos, haverá alguns dias de férias, que nao deverão ser desperdiçados, e sim vividos na ótica da nossa identidade de vida.
Acompanharemos com a nossa oração o diácono Pierre Michel Towada T., que, sábado dia 7, será ordenado sacerdote em Burkina Fasso, pelo arcebispo de Ouagadougou, Dom Philippe Ouédraogo.
Invoquemos para ele e para todos nós, religiosos e leigos pavonianos, a sabedoria de dar cada dia solidez à nossa vocação, fundada sobre a rocha (Mt 7,24), que é Cristo. Nele vos desejo todo bem.
pe. Lorenzo Agosti

Tradate, 1º de julho de 2012, XIII domingo do tempo litúrgico ordinário          

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Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

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Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.