A primeira palestra do dia foi feita pelo Bispo da Diocese Alemã de Regensburg, Dom Gebhard Ludwing Müller, que também ministrou a primeira palestra do curso. Na ocasião os Bispos discutiram a “Sacramentalidade e constituição carismática da Igreja", hoje porém, a temática foi “A origem da Igreja no mistério do Deus trino”.
A origem da Igreja na autocomunicação de Deus Pai
Ao iniciar, o Bispo de Regensburg explicou a origem da Igreja na autocomunicação de Deus, pois não é uma sociedade religiosa fundada pelos homens, a sua missão pode ser compreendida na criação, redenção e na consumação.
Ele acrescentou que, o povo de Deus se torna “Corpo de Cristo”, porque ele, Cristo, é o mediador da salvação.
- Povo de Deus e Corpo de Cristo não são, portanto, conceitos simplesmente alternativos. Pelo contrário, eles precisam ser vistos em sua relação recíproca e à luz da autocomunicação histórico-salvífica do Deus trino. Somente através da encarnação do Filho e no Espírito Santo está aberto o caminho que nos leva ao Pai, explicou.
Nesse contexto, Dom Müller fez uma relação com o Concílio Vaticano II, tema central do Curso. Ele afirmou que, o Concílio pode oferecer mais uma perspectiva para a tensão entre a vontade salvífica universal e a necessidade, para a salvação, de pertencer à Igreja concreta.
Para concluir a sexta palestra do Curso, Dom Müller disse que a Igreja é o Sacramento através do qual Deus mostra, na história, sua divina vontade salvífica manifestada em Cristo, direcionando-a até a consumação escatológica.
- Tendo em vista tudo isso, a Igreja também se encontra em uma particular tensão. Como construção social, através de sua confissão de fé e sua estrutura, ela se limita e se distingue de outras. Porém ela é, ao mesmo tempo, internamente dinamizada, através de sua missão de servir à realização da vontade salvífica de Deus, que se tornou concreta em Cristo.
A razão de ser do sacerdócio
Em um outro momento, após o intervalo, Dom Muller ministrou a 7º palestra do Curso sobre o tema “A missão sacerdotal da Igreja e da Eucaristia”. Dessa vez, o Bispo de Regensburg fez uma correlação interna e constitutiva entre Igreja e Eucaristia encontrada nos documentos do Concílio Vaticano II.
Ele refletiu sobre a Eucaristia e o sacerdócio serem relacionados um ao outro pelo próprio Jesus Cristo. E acrescentou que, na celebração da última ceia, Ele instituiu o sacramento da Eucaristia e do sacerdócio. De posse do conhecimento dessa relação, o sacerdote – também face à sua vocação – precisa compreender-se como homem eucarístico no fundo de sua existência.
- O saber profundo de ser Eucaristia o centro de nossa fé, centro que nos edifica, e onde Cristo nos reúne como sua Igreja, torna-se o estímulo necessário para manter aceso o anseio e a fome espiritual pelo mistério central da entrega de Jesus Cristo.
Dom Müller concluiu citando uma frase dita por Jesus aos Apóstolos: “Fazei isso para celebrar a minha memória!” (ICor 11,25). Ele desejou que os Bispos saibam acolher esse mandato como ensejo que estimula a penetrar no mistério da Eucaristia e possuí-la como centro da fé, pois o próprio Cristo se faz presente sob as espécies de pão e vinho.
fonte: http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
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