segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Superior geral


Caríssimos irmãos e leigos da Família pavoniana,

acabamos de celebrar a festa do nosso beato Padre Fundador. Justamente, no dia 28 de maio, retomamos o tempo litúrgico comum, depois da solenidade de Pentecostes. A lembrança do padre Pavoni continua a nos acompanhar e nos estimula a viver o nosso dia a dia, deixando-nos guiar pelo Espírito do Senhor ao dedicarmo-nos de todo o coração à missão que nos é confiada. O Fundador é para nós modelo, guia e intercessor, nos desafios que somos chamados a enfrentar, a cada dia.
Não nos pareça exagerado falar de desafios. Podemos usar outros termos análogos, mas certamente cada dia nos é pedido ser fiéis e criativos ao mesmo tempo. Isso não é fácil, não é natural, não é espontâneo. É um desafio.
Ser fiéis. A fidelidade é um dos dons que caracterizam o fruto do Espírito (Gl 5,22). Ser fiéis ao chamado do Senhor, fiéis à sua Palavra, fiéis nos compromissos assumidos, sem concessões ou comprometimentos com o que deixamos; tudo isto exige forte convicção e constante empenho de nossa parte e uma particular graça do Senhor, a ser pedida todo dia. Somente com o apoio do seu Espírito podemos ser perseverantes e experimentar que na fidelidade está a alegria verdadeira e plena a que aspiramos, que ninguém poderá nos tirar (cf. Jo 15,11 e 16,22).
Ser criativos. Antes de tudo, é certamente normal para nós ter pontos de referências constantes, pelos quais, cada dia, sabemos como nos comportar e o que fazer. Mas não devemos cair no risco da rotina e da inércia. É necessário viver sempre com renovado espírito o que fazemos habitualmente, e é importante, de vez em quando, intuir e realizar algo novo, confrontando-nos também com os que vivem e colaboram conosco.
Nesta perspectiva, parece-me que padre Ludovico Pavoni é realmente exemplo de fidelidade e de criatividade para nós. E, justamente por que foi fiel a Deus, foi capaz de ser criativo. Acenei, nas cartas dos dois meses passados, a expressões muito significativas que encontramos nos seus escritos, das quais, depois, coerentemente brotou sua ação: a dos doces atrativos e a do naufrágio. O risco de naufrágio de tantos jovens sensibilizou-o e levou-o a refletir e a agir.

Como sanar tanta desgraça?” (Introdução ao Regulamento do Instituto de 1831. RU I, p. 41)
 
Foi esta a interrogação que padre Pavoni se fez diante do naufrágio, isto é, do risco da falência a que estava orientada a vida de muitos jovens da sua cidade. À pergunta: Como sanar tanta desgraça?, ele respondeu com a dedicação de toda a sua vida. Respondeu com um processo crescente de intuições, de ações e de realizações.
Depois das primeiras experiências apostólicas, iniciou a fundação do oratório, em maio de 1812, aberto, sobretudo, aos que se envergonhavam de comparecer, maltrapilhos e esfarrapados, em outros oratórios de Bréscia (cf. Ideia geral das Constituições primitivas). Daqui, passou à fundação do Instituto são Barnabé, em 1821, para dar uma formação mais sólida a um certo número dos seus jovens, para os quais não bastava a experiência do oratório. São Barnabé tornou-se para eles família, escola, lugar de formação ao trabalho e à vida; foi a sua mais consistente resposta à intuição do seu coração, sugerida pelo Senhor, para sanar tanta desgraça. Justamente em relação ao Instituto, padre Pavoni confidenciará: O projeto apresentou-se diante de mim com tamanha clareza que me pareceu ditado pelo céu (RU II, p. 155), expressão que foi tomada mais sinteticamente na Introdução às Constituições: Este projeto parecia ser ditado pelo céu.
O Instituto nascera do pouco, mas se desenvolveu e cresceu, entre mil dificuldades, segundo um projeto que pouco a pouco amadurecia no seu coração: com o envolvimento dos colaboradores (clérigos, padres e leigos), com a ampliação do número das oficinas, com a atividade editorial favorecida pela escola tipográfica… Padre Pavoni não se deteve diante das dificuldades e perseverou, confiando no apoio, do bispo e, sobretudo, na ação da divina Providência. Em 1841, acolheu também os surdos e, depois de tantos sacrifícios e esforços, pode coroar o projeto do céu com a fundação da Congregação, em 8 de dezembro de 1847, dia de grande alegria para ele.
São todos aspectos que conhecemos bem. Com as sintéticas recordações que fiz, interessava-me, somente, evidenciar o espírito criativo de padre Pavoni, capaz de conjugar profunda fé em Deus e fiel escuta da sua Palavra com a leitura das necessidades do ambiente em que estava inserido, realizada junto com o Bispo e com os seus mais estreitos colaboradores.
É o que também nós somos chamados a viver, como comunidade, como Províncias, como Congregação, como Família pavoniana. O Documento capitular é atravessado pelo fio vermelho da fidelidade criativa, sobretudo, para a nossa missão. A página evangélica de Caná nos inspira e nos oferece a motivação espiritual. Cabe a todos nós juntos, nos diversos níveis em que nos encontramos, requalificar as nossas ações educativas à luz do Projeto pavoniano e identificar, segundo o nosso carisma, possíveis escolhas inovadoras, que respondam às necessidades da emergência educativa do nosso tempo e dos lugares em que nos encontramos. Todos podemos contribuir para este fim, iniciando momentos fecundos de confronto e percorrendo, depois, os caminhos que os nossos estatutos preveem para chegarmos a uma decisão e para realizá-la.

A intencionalidade educativa e o projeto de Deus

No âmbito educativo, padre Pavoni destaca nas Constituições uma bela passagem, sobre o qual pretendo deter-me brevemente: ...inspirar uma vocação pertence somente a Deus. Para nós o importante é secundar os impulsos que dele vêm (CP 253). Aqui, o padre Fundador salienta a culminância do compromisso educativo, que é o de ajudar cada jovem a descobrir e a realizar o projeto de Deus sobre ele. Sobre cada um de nós Deus tem um projeto, por que nos ama e por que cada um de nós é importante para ele. A função educativa é ajudar cada pessoa a compreender e a acolher este projeto, sentindo-se amada por Deus e importante para Ele. Trata-se de um percurso longo e articulado, por que exige tempo e implica uma gradual maturação em todos os níveis; maturação que, muitas vezes, acontece com altos e baixos e que pode experimentar momentos de desorientação e acontecimentos negativos. Tudo está em fazer perceber e encontrar um sentido para a vida, o verdadeiro sentido da vida. Só educa realmente, quem tem a intenção de educar.
Isto implica em ter bem presente a finalidade de cada ação, que consiste, em última análise, em ajudar o outro a crescer na sua liberdade e na sua responsabilidade, correspondendo ao projeto de Deus. Se hoje educar é uma emergência, depende em grande parte do fato que o adulto educador, a partir dos pais, descuida desta perspectiva, desta finalidade. Como educadores somos chamados a ser testemunhas coerentes e alegres da opção de vida que fizemos, correspondendo ao projeto de Deus; e também a ajudar os jovens a entenderem o sentido da escolha da própria vida. Podemos realizar isso estando próximos deles, fazendo-os se sentirem amados por nós e, por nosso intermédio, amados e importantes para Deus.
Padre Pavoni seja para nós modelo e guia e interceda para que saibamos enfrentar juntos, de modo eficaz, a missão educativa que nos é confiada.

Agenda de junho

Nestes dias, em Milão, realiza-se o VII Encontro Mundial das Famílias, com a presença do papa Bento XVI.  Também nós desejamos que seja uma ocasião para que, com a ajuda de Deus, a família continue a ser apreciada, valorizada e sustentada como célula sadia na Igreja e na sociedade.
Domingo, dia 3, em Alfianello (Bréscia), haverá a festa anual patronal do beato Ludovico Pavoni.
De 15 a 17, a Província espanhola organiza uma peregrinação a Lourdes, por ocasião do 50° aniversário da presença pavoniana na Espanha.
Domingo, dia 17, será ordenado sacerdote, na nossa igreja paroquial de são Barnabé, em Roma, o diácono Didier-Arthur Kaba Mubesi, pelas mãos de Dom Francesco Gioia. Rezemos por ele.
De 17 a 23, em Lourdes, será realizada uma experiência de serviço para adolescentes e jovens, promovida pela Comissão para a pastoral juvenil e vocacional da Itália.
Nos dias 22 e 23, os superiores e vice-superiores das comunidades da Espanha reunir-se-ão, em Valladolid. Sexta-feira, dia 15, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrar-se-á a Jornada mundial de oração pela santificação sacerdotal. Unamo-nos também nós a este coral de orações por todos os sacerdotes. E peçamos ao Espírito do Senhor para eles, mas também para todos os consagrados e para nós mesmos, o dom de ser fiéis a nossa vocação, alegres no nosso testemunho, à altura da missão que o Evangelho exige de nós para os nossos dias.
Chegue a todos a minha mais cordial saudação no Senhor.
pe. Lorenzo Agosti
Tradate, 1° de junho de 2012, memória de são Justino mártir.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL - FMI - "Vem e Segue-Me" é Jesus que chama!

  • Aspirantado "Nossa Senhora do Bom Conselho": Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Orientador dos Aspirantes – Pe. Célio Alex, FMI - Colaborador: Ir. Quelion Rosa, FMI.
  • Aspirantado "Pe. Antônio Federici": Q 21, Casas 71/73 . Setor Leste. CEP 72460-210 - Gama / DF . Telefax: (61) 3385.6786. Orientador dos Aspirantes - Ir. José Roberto, FMI.
  • Comunidade Religiosa "Nossa Senhora do Bom Conselho": SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944. Pastoral Vocacional: Ir. Thiago Cristino, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Basílica de Santo Antônio: Av. Santo Antônio, 2.030 - Bairro Santo Antônio. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3223.3083 (Comunidade Religiosa Pavoniana) / (27) 3223.2160 / 3322.0703 (Basílica de Santo Antônio) . Reitor da Basílica: Pe. Roberto Camillato, FMI.
  • Comunidade Religiosa da Paróquia São Sebastião: Área Especial 02, praça 02 - Setor Leste. CEP 72460-000 - Gama/DF. Tel.: (61) 34841500 . Fax: (61) 3037.6678. Pároco: Pe. Natal Battezzi, FMI. Pastoral Vocacional: Pe. José Santos Xavier, FMI.
  • Juniorado "Ir. Miguel Pagani": Rua Dias Toledo, 99 - Bairro Vila Paris. CEP 30380-670 - Belo Horizonte / MG. Tel.: (31) 3296.2648. Orientador dos Junioristas - Pe. Claudinei Ramos Pereira, FMI. ***EPAV - Equipe Provincial de Animação Vocacional - Contatos: Ir. Antônio Carlos, Pe. Célio Alex e Pe. Claudinei Pereira, p/ e-mail: vocacional@pavonianos.org.br
  • Noviciado "Maria Imaculada": Rua Bento Gonçalves, 1375 - Bairro Centro. CEP 93001-970 - São Leopoldo / RS . Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.1087. Mestre de Noviços - Pe. Renzo Flório, FMI. Pastoral Vocacional: Ir. Johnson Farias e Ir. Bruno, FMI.
  • Seminário "Bom Pastor" (Aspirantado e Postulantado): Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Orientador do Seminário - Ir. César Thiago do Carmo Alves, FMI.

Associação das Obras Pavonianas de Assistência: servindo as crianças, os surdos e os jovens!

  • Centro Comunitário "Ludovico Pavoni": Rua Barão de Castro Lima, 478 - Bairro: Real Parque - Morumbi. CEP 05685-040. Tel.: (11) 3758.4112 / 3758.9060.
  • Centro de Apoio e Integração dos Surdos (CAIS) - Rua Pe. Pavoni, 294 - Bairro Rosário . CEP 38701-002 Patos de Minas / MG . Tel.: (34) 3822.3890. Coordenador: Luís Vicente Caixeta
  • Centro de Formação Profissional: Av. Santo Antônio, 1746. CEP 29025-000 - Vitória/ES. Tel.: (27) 3233.9170. Telefax: (27) 3322.5174. Coordenadora: Sra. Rosilene, Leiga Associada da Família Pavoniana
  • Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP) SGAN Av. W5 909, Módulo "B" - Asa Norte. CEP 70790-090 - Brasília/DF. Tel.: (61) 3349.9944 . Diretor: Pe. José Rinaldi, FMI
  • Centro Medianeira: Rua Florêncio Câmara, 409 - Centro. CEP 93010-220 - São Leopoldo/RS. Caixa Postal: 172. Tel.: (51) 3037.2797 / 3589.6874. Diretor: Pe. Renzo Flório, FMI
  • Colégio São José: Praça Dom Otávio, 270 - Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre/MG - Caixa Postal: 149. Tel.: (35) 3423.5588 / 3423.8603 / 34238562. Fax: (35) 3422.1054. Cursinho Positivo: (35) 3423. 5229. Diretor: Prof. Giovani, Leigo Associado da Família Pavoniana
  • Escola Gráfica Profissional "Delfim Moreira" Rua Monsenhor José Paulino, 371 - Bairro Centro. CEP 37550-000 - Pouso Alegre / MG . Caixa Postal: 217. Tel: (35) 3425.1196 . Diretor: Pe. Nelson Ned de Paula e Silva, FMI.
  • Obra Social "Ludovico Pavoni" - Quadra 21, Lotes 71/72 - Gama Leste/DF. CEP 72460-210. Tel.: (61) 3385.6786. Coordenador: Sra. Sueli
  • Obra Social "Ludovico Pavoni": Rua Monsenhor Umbelino, 424 - Centro. CEP 37110-000 - Elói Mendes/MG. Telefax: (35) 3264.1256 . Coordenadora: Sra. Andréia Mendes, Leiga Associada da Família Pavoniana.
  • Obra Social “Padre Agnaldo” e Pólo Educativo “Pe. Pavoni”: Rua Dias Toledo, 99 - Vila Paris. CEP 30380-670 – Belo Horizonte/MG. Tels.: (31) 3344.1800 - 3297.4962 - 0800.7270487 - Fax: (31) 3344.2373. Diretor: Pe. André Callegari, FMI.

Total de visualizações de página

Artigos do blog

Quem sou eu?

Minha foto
Bréscia, Italy
Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.