quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Pe. Estêvão Fogliata, FMI: Centelha de Deus!


Por Pe. Lorenzo Agosti, FMI 
Superior geral dos Pavonianos

...Aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração (Mt 11,29).

Podemos dizer que esta expressão de Jesus se tornou o projeto de vida do pe. Estevão Fogliata, falecido no Gama aos 04 de novembro de 2012, com 91 anos de idade.

Estevão (Stefano) nasceu aos 21 de agosto de 1921 na cidade de Chiari, pertencente à província de Bréscia, na Itália. Era o último de sete irmãos, entre os quais um religioso Franciscano, falecido no ano de 1996. Seu pai era sacristão da igreja matriz. Durante a segunda guerra mundial Estevão alistado como radiotelegrafista serviu na Itália e na Grécia e, depois do armistício de 08 de setembro do ano de 1943 da Itália com as Forças Aliadas, foi preso pelos alemães e em seguida enviado em um campo de concentração na Alemanha, onde passou a trabalhar em uma fábrica de produtos bélicos. Terminada a guerra voltou para a Itália onde primeiro trabalhou na Prefeitura, depois em uma empresa de empréstimos e seguros.

Quando soube da possibilidade de tornar-se presbítero como vocacionado adulto, percebeu que podia realizar o seu antigo desejo de ser missionário e em 1951 pediu e obteve a licença do pe. Antônio Villa, na época Superior Geral, para entrar no nosso Seminário de Tradate. O pároco de Chiari na  carta de acompanhamento dizia: Fico feliz de poder declarar que o jovem Fogliata Estevão de trinta anos, filho de Pedro, pertencente a uma ótima família católica, vocacionado para esta Congregação, sempre foi de conduta exemplar em todos os sentidos e,  mesmo tendo já alcançado um bom emprego, deixa o cargo de confiança que ocupa para seguir a vocação religiosa.

Apesar das dificuldades que enfrentou nos estudos, a sua força de vontade e o seu espírito de fé permitiram que alcançasse o desejado. Na avaliação para a admissão á primeira Profissão religiosa, realizada aos 08 de setembro de 1956, está escrito: ... demonstra grande esforço e perseverança nos estudos, amor ao trabalho, resistência ao cansaço, espirito de humildade e de obediência. Terminados os três anos fez a sua profissão perpétua. Logo depois, aos 18 de outubro de 1959 foi ordenado presbítero em Chiari pelo Mons. Guilherme Bosetti, Bispo auxiliar de Bréscia, também ele natural da mesma cidade.

Em dezembro, no dia da festa da Imaculada do mesmo ano encontrava-se já no Brasil,  em Rio Bananal, no interior do Estado do Espírito Santo. Aqui durante 23 anos (a exceção de algumas interrupções quando atuou na nossa paróquia de Vitória-ES) desenvolveu a sua missão pastoral naquele extenso território confiado à nossa Congregação. Daquele período ele mesmo deixou escrito nas suas recordações: Durante mais de vinte anos percorri a pé, a cavalo, com o carro aquela vasta região, ministrando os sacramentos em mais de 70 comunidades, superando vários perigos. Uma vez, atravessando uma pinguela, o cavalo escorregou e em um piscar de olhos cavalo e cavaleiro estavam tomando banho no rio. Não esqueço os sustos nas três vezes que, devido às chuvas derrapei e me encontrei com o carro fora da pista. No ano de 1982 foi enviado para Gama-DF, voltou em Vitória de 1985 a 1987 e depois permaneceu sempre aqui, a exceção do 2º semestre de 1990 até o setembro de 1992 quando ficou em São Leopoldo – RS.

Transcorreram assim praticamente 25 dos seus últimos anos no Gama, como vigário paroquial da nossa Paróquia de São Sebastião. Nesta paróquia, - escrevia o mesmo  pe. Estevão no ano de 1984, na ocasião do 25º aniversário da sua Ordenação presbiteral -  temos uma área chamada de Invasão, onde estão reunidos os mais pobres que se encontram de verdade na miséria. Até que o Senhor quiser – concluía – fico feliz em colocar as poucas energias que ainda tenho a serviço da Igreja e da Congregação.

Assim era e assim viveu padre Estevão.

Pe. José Rossi, na época Superior geral, na homilia que preparou para o 25º aniversário da ordenação sacerdotal dele, celebrado na igreja matriz da sua amada cidade de Chiari, disse: ... deste imenso Brasil, pe. Estevão não conhece os lugares turísticos mais renomados, nem a participação aos eventos mais badalados, nem as expressões de uma riqueza ostentada de poucos. Conhece, sim, a pobreza, quase sempre decorosa, mesmo se, às vezes humilhada pela miséria e pelas injustiças, conhece o coração bondoso daquela gente humilde; conhece a paciência da espera, a preocupação para o amanhã da sua gente, pelo fato que agora entre os que com ele e pelos quais ele vive ninguém mais é estranho, mas todos irmãos que amados, sabem corresponder com gratidão.

Padre Estevão nunca ocupou papeis de autoridade; sempre se dedicou a colaborar no ministério pastoral e administrativo; como vigário paroquial sempre foi solicito para atender as Confissões e a Celebração eucarística. Nunca se assinalou com iniciativas particulares, nem com grandes realizações. Foi o homem fiel ao compromisso cotidiano, da rotina, com uma dedicação constante ao que constituía o coração da sua identidade de consagrado e de presbítero.

O Diácono Ribamar do Gama, na ocasião do seu 45º aniversario de ordenação sacerdotal, assim o descreveu: Homem simples e de poucas palavras, no entanto, tem profundas raízes de espiritualidade e compromisso com a Igreja. Dedica-se com zelo à missão a que Deus o destinou. Ao carisma de confessor ele une a profunda vida de oração. Durante todo o tempo que está na paróquia São Sebastião, sempre se manteve sereno e recatado, fazendo o bem de forma humilde e discreta.

Padre Estevão sempre foi de poucas exigências. Nunca estava preocupado com a sua pessoa. Queria somente estar sempre a disposição de quem precisasse. Com a sua disponibilidade e com a sua simplicidade testemunhou e transmitiu a graça do Senhor a inúmeras pessoas que encontraram nele um ministro digno e um instrumento eficaz da sua misericórdia.

Os fiéis o procuravam, participavam à sua celebração eucarística, mesmo se nos últimos tempos não conseguiam entender mais as suas palavras, porque percebiam nele uma particular presença do Senhor, porque o achavam uma pessoa santa.

Nos 53 anos que vivenciou a comunhão na nossa Província pavoniana e se dedicou ao serviço da Igreja do Brasil, pe. Estevão se caracterizou pela simplicidade de vida, pela serenidade de coração, pelo espírito de serviço e por uma dedicação apaixonada ao povo que sempre o procurou e o amou, enxergando nele um verdadeiro homem de Deus e um autêntico discípulo do Bem Aventurado Ludovico Pavoni. Até o fim marcou sua presença, fiel, em particular, ao Sacramento da Reconciliação.

No dia 28 de outubro, domingo, uma semana antes de falecer, mesmo sendo já debilitado, devido também a uma queda sofrida dias antes, celebrou a santa Missa e atendeu durante várias horas às confissões.

Uma multidão de fiéis participou segunda feira, cinco de novembro, do seu funeral, presidido pelo Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio. Seu corpo retirado da Igreja Matriz de São Sebastião pelas mãos de ilustres Militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, deposto em seu caminhão e cortejado pelas ruas da cidade e por inúmeros fiéis, seus filhos espirituais, até o Cemitério local. 

Também em Chiari, quinta feira, dia oito de novembro, foi celebrada a Eucaristia em sua memória com a participação dos religiosos pavonianos da comunidade de Bréscia.  Aí ainda vive sua irmã mais velha, Fortunata, de 99 anos, rodeada de filhos e netos.
A Congregação expressa profunda gratidão por aquilo que  pe. Estevão fez, mas em particular pelo  que ele foi: um fiel e exemplar seguidor do nosso bem aventurado padre Fundador, Ludovico Pavoni.

Agora, unido a Cristo Jesus, Seu e Nosso Senhor e Redentor, interceda por cada um de nós, em especial sua família religiosos - dos Pavonianos - e por todos os seus filhos e filhas. 

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Oração Vocacional Pavoniana

Oração Vocacional Pavoniana
Divino Mestre Jesus, ao anunciar o Reino do Pai escolheste discípulos e missionários dispostos a seguir-te em tudo; quiseste que ficassem contigo numa prolongada vivência do “espírito de família” a fim de prepará-los para serem tuas testemunhas e enviá-los a proclamar o Evangelho. Continua a falar ao coração de muitos e concede a quantos aceitaram teu chamado que, animados pelo teu Espírito, respondam com alegria e ofereçam sem reservas a própria vida em favor das crianças, dos surdos e dos jovens mais necessitados, a exemplo do beato Pe. Pavoni. Isto te pedimos confiantes pela intercessão de Maria Imaculada, Mãe e Rainha da nossa Congregação. Amém!

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Sou fundador da Congregação Religiosa dos Filhos de Maria Imaculada, conhecida popularmente como RELIGIOSOS PAVONIANOS. Nasci na Itália no dia 11 de setembro de 1784 numa cidade chamada Bréscia. Senti o chamado de Deus para ir ao encontro das crianças e jovens que, por ocasião da guerra, ficaram órfãos, espalhados pelas ruas com fome, frio e sem ter o que fazer... e o pior, sem nenhuma perspectiva de futuro. Então decidi ajudá-los. Chamei-os para o meu Oratório (um lugar onde nos reuníamos para rezar e brincar) e depois ensinei-os a arte da marcenaria, serralheria, tipografia (fabricar livros), escultura, pintura... e muitas outras coisas. Graças a Deus tudo se encaminhou bem, pois Ele caminhava comigo, conforme prometera. Depois chamei colaboradores para dar continuidade àquilo que havia iniciado. Bem, como você pode perceber a minha história é bem longa... Se você também quer me ajudar entre em contato. Os meus amigos PAVONIANOS estarão de portas abertas para recebê-lo em nossa FAMÍLIA.