Quezon City/Filipinas, 20 de maio de 2008.
Caridade, Fé e Esperança...
Esperar contra toda esperança (Abraão); começar a construir justo quando os recursos são escassos ou inexistentes (Pavoni); pela esperança somos salvos (Bento XVI)... Esses são os ares que têm ventilado nossa fé. Quando o último Capítulo Geral optou por uma fundação na Ásia, certamente não foi motivado por excesso de contingente ou qualquer outra condição vantajosa. Ao contrário, essa decisão e as escolhas que dela derivaram bateram de frente com alguns questionamentos que apontavam para riscos a serem considerados. Sem que cumpríssemos a adequada preparação, viemos. Mas conosco vieram também algumas dificuldades e outras nos esperavam aqui. Inevitavelmente tantos momentos difíceis se interpuseram. Não obstante, a graça tem triunfado. Destarte nem a doença ou dificuldade de adaptação, conflitos ou abandono nos separaram do amor de Deus. Algumas vezes sucumbimos. São fortes os ventos que vêm desse tal Pacífico! Todavia, não soçobramos.
Timidamente despontam-se razões de esperança. Por vezes discretas como fio de nylon, mirrado como rebento em estio. Seria também pleno de vida como recém-nascido? Inquebrantável como a chama do Espírito? Duradouro como o amor que nos chamou à vida?
Sustentados quase que exclusivamente pela esperança, no início de Março tomamos uma casa de aluguel e começamos a estruturar nossa vivência comunitária, bem como o serviço de animação vocacional e a formação para a vida religiosa pavoniana. Somos conscientes de que, por sermos estrangeiros, não temos muita chance de concretizar diretamente o carisma pavoniano junto aos pobres mais pobres. Os obstáculos da língua e cultura se impõem pesadamente. Acreditamos e optamos por começar a formar um grupo de religiosos filipinos que ulteriormente protagonizarão a efetivação desse ideal carismático.
Devido à ausência de uma estrutura própria e relações facilitadoras, não conseguimos ainda muito resultado. Temos projeção de iniciar o ano (o ano letivo aqui começa em junho) com um grupo de 3 rapazes, dois dos quais já estão convivendo conosco e estão inseridos na pastoral paroquial num bairro de periferia.
Caro leigo (a), irmão e irmã que partilha conosco o ideal pavoniano, renovemos nossa esperança e supliquemos ao Senhor que, por ela, possa sempre produzir em nós frutos de salvação. Obrigado pela oração e carinho que nos acompanha e sustenta nessa trajetória. Que o Deus da esperança anime também a caminhada de vocês no compromisso em favor do jovem empobrecido.
Pe. Odair Gonçalves Novais, FMI,
Missionário Pavoniano da Província Brasileira nas Filipinas.
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