Cântico de Simeão Lc 2,29-32
e glória de seu povo
–29 Deixai, agora, vosso servo ir em paz, *
conforme prometestes, ó Senhor.
–30 Pois meus olhos viram vossa salvação *
31 que preparastes ante a face das nações:
–32 uma Luz que brilhará para os gentios *
e para a glória de Israel, o vosso povo.
Primeira leitura
Do livro do Êxodo 13,1-3a.11-16
Consagração do primogênito
Naqueles dias: 1O Senhor falou a Moisés, dizendo: 2“Consagra-me todo o primogênito,
todo o primeiro parto entre os filhos de Israel, tanto de homens como de animais,
porque todas as coisas são minhas”.
3Moisés disse ao povo:
11“Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus e a tiver dado a ti,
conforme te jurou e a teus pais, 12consagrarás ao Senhor todos os primogênitos desde o
ventre materno e também as primeiras crias do teu gado; consagrarás ao Senhor tudo o
que tiveres do sexo masculino. 13Resgatarás o primogênito do jumento com uma ovelha;
se, porém, não o resgatares, deverás matá-lo. Resgatarás com dinheiro todo o
primogênito de teus filhos. 14E quando o teu filho, amanhã, te perguntar: ‘Que significa
isto?’, tu lhe responderás: ‘O Senhor tirou-nos do Egito, da casa da escravidão, com
mão forte. 15Como o Faraó se obstinasse em não nos deixar partir, o Senhor matou todos
os primogênitos na terra do Egito, desde os primogênitos dos homens até aos
primogênitos dos animais. Por isso, eu sacrifico ao Senhor todo o primogênito macho
dos animais, e resgato todo o primogênito de meus filhos’. 16Isto será para ti como um
sinal em tua mão, e como uma marca entre os teus olhos para lembrança; pois foi com
mão forte que o Senhor nos tirou do Egito”.
Segunda leitura
Dos Sermões de São Sofrônio, bispo
(Orat. 3, de Hypapante,6.7: PG87,3,3291-3293)
(Séc.VII)
Recebamos a luz clara e eterna
Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do encontro do
Senhor, corramos para ele cheios de entusiasmo. Ninguém deixe de participar deste
encontro, ninguém recuse levar sua luz.
Acrescentamos também algo ao brilho das velas, para significar o esplendor divino
daquele que se aproxima e ilumina todas as coisas; ele dissipa as trevas do mal com a
sua luz eterna, e também manifesta o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao
encontro com Cristo.
Do mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem imaculada trouxe nos braços a
verdadeira luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados
pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos
pressurosos ao encontro daquele que é a verdadeira luz.
Realmente, a luz veio ao mundo (cf. Jo 1,9) e dispersou as sombras que o cobriam; o sol
que nasce do alto nos visitou (cf. Lc 1,78) e iluminou os que jaziam nas trevas. É este o
significado do mistério que hoje celebramos. Por isso caminhamos com lâmpadas nas
mãos, por isso acorremos trazendo as luzes, não apenas simbolizando que a luz já
brilhou para nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos virá no
futuro. Por este motivo, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus.
Chegou a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo ser humano (Jo 1,9).
Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.
Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado
na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos
todos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna. Associemo-
nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz,
que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu
esplendor.
A salvação de Deus, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos
pertence, a nós que somos o novo Israel. Também fez com que víssemos, graças a ele,
essa salvação e fôssemos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa. Assim aconteceu com
Simeão que, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.
Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que nasceu em Belém, de pagãos que
éramos, nos tornamos povo de Deus – Jesus é, com efeito, a salvação de Deus Pai – e
vemos com nossos próprios olhos o Deus feito homem. E porque vimos a presença de
Deus e a recebemos, por assim dizer,nos braços do nosso espírito, somos chamados de
novo Israel. Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca nos
esquecermos daquele que um dia há de voltar.
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